Corte de pés de citros em Paranavaí gera polêmica; entenda porque é necessário
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Muitas pessoas em Paranavaí têm questionado o corte de pés de citros e murtas na cidade, alegando que as árvores parecem saudáveis.
No entanto, o secretário de Agricultura de Paranavaí, Tarcísio Barbosa de Souza, explicou que o greening não apresenta sintomas visíveis no início, mas com o tempo, a árvore definha, os frutos caem antes de amadurecer e, por fim, a planta para de produzir e morre.
Segundo o secretário, análises técnicas da Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (ADAPAR), realizadas previamente, já constataram 100% da doença na região, plantas analisadas já estavam infestadas pelo psilídeo, inseto transmissor do greening.
Por que não usar defensivos agrícolas?
Questionado do porque não usar defensivos agrícolas para proteger os pés de citros saudáveis da cidade, Tarcísio explica que o uso desses produtos é proibido por lei em áreas urbanas e, além disso, a doença não tem cura, sendo impossível erradicar a infestação apenas com tratamentos químicos.
Além do mais, o secretário lembra que o uso dos defensivos só pode ser realizado por um profissional habilitado, como um engenheiro agrônomo, com equipamentos de IPis adequados.
O secretário destacou ainda que as próprias empresas e outros produtores da região já erradicaram centenas de pés doentes das próprias produções, e agora estão replantando novas lavouras saudáveis.
Corte obrigatório e proibição de novas mudas
A ação de erradicação segue leis federais, estaduais e municipais e já foi concluída nas áreas urbanas de cidades próximas como Guairaçá, Mandiocaba e Alto Paraná.
O secretário enfatizou que não será mais permitido plantar novas mudas de citros na cidade e que moradores que impedirem a vistoria podem ser obrigados a cumprir a medida com o uso de força policial da ADAPAR.
“A citricultura emprega milhares de pessoas em Paranavaí. Uma única fábrica gera 4 mil empregos. Se não eliminarmos a doença, toda essa produção pode ser comprometida”, alertou Souza.
Greening ameaça a citricultura de Paranavaí
A citricultura é um dos principais setores econômicos da cidade. Paranavaí é a maior produtora de laranjas do Paraná, sendo responsável por 25% da produção estadual, com 184 mil toneladas colhidas em 2023, movimentando R$ 189,1 milhões.
O secretário de Agricultura, Tarcísio Barbosa de Souza, reforça que o greening não tem cura e pode comprometer toda a produção local. Mesmo as árvores que ainda parecem saudáveis já podem estar infectadas e irão parar de produzir com o tempo.
“O psilídeo, inseto transmissor da doença, pode voar até 15 km, espalhando a contaminação rapidamente. Já constatamos que grande parte da área urbana de Paranavaí está infestada. Se não eliminarmos os pés de citros, a citricultura da região pode ser devastada”, alertou Souza.
Como será feita a fiscalização?
A eliminação dos pés de citros será feita em todas as casas e terrenos, incluindo áreas públicas da cidade. Se os moradores não forem encontrados, haverá notificação e retorno do agente para nova fiscalização. Se nenhum morador for encontrado, será realizado e uso de drones para fiscalizar locais vazios.
Após isso, as autoridades poderão aplicar medidas administrativas e penais para garantir o cumprimento da erradicação.
A Prefeitura pede a compreensão da população e reforça que a erradicação dos pés de citros é a única forma de salvar a citricultura da região.
As informações são do Portal da Cidade Paranavaí.