Criança de 11 anos é agredida por comerciante ao gritar ‘Palmeiras não tem Mundial’
Um menino de 11 anos foi agredido por um comerciante em Campo Mourão no sábado à tarde após o jogo do Palmeiras e do Chelsea pelo Mundial de Clubes.
Segundo a Polícia Militar, os policiais foram acionados pela família da criança. O menino contou que estava assistindo ao jogo na casa de um amigo. Quando o Palmeiras perdeu ele lembrou que o comerciante, dono de uma loja conveniência no Jardim Alvorada, em Campo Mourão, sempre tirava o sarro dele quando o Santos perdia.
A criança foi para a frente da loja descontar as provocações passadas e gritou: o Palmeiras não tem Mundial, e cantarolou Chelsea. O comerciante irritado e sem nenhum espírito esportivo, saiu correndo atrás do menino. A mãe do garoto Rosilene Livramento, conta o que o menino relatou.
“Quando ele chegou no estabelecimento, a criança ficou gritando da rua, brincando. Ele [o comerciante] se exaltou, ele saiu de lá correndo, xingando as crianças. As crianças acharam que era brincadeira, mas quando viram que ele estava muito nervoso, que não se tratava de uma brincadeira, ele estava muito exaltado, as crianças saíram correndo ele correu atrás e perseguiu até alcançar, até o meu filho não conseguir correr mais. O amiguinho dele que estava de bicicleta não conseguiu pegar”, explica a mãe.
“Eu vi pelo vídeo, mas a mãe do menino que estava lá na hora que tentou ajudar, falou que ele apertava muito o Davi, ele deu tapa na orelha, ele pegou o Davi pelo pescoço, sacudindo. Ele está com hematomas no pescoço, ele chegou com a roupa toda rasgada aqui em casa, foi bem violento”, complementou.
Imagens (veja abaixo) mostram quando a criança é alcançada e agredida. Ela para numa residência e pede ajuda a adultos que estão no local.
Um homem consegue segurar o comerciante que a essa altura já tinha agredido o menino com tapas e apertado o pescoço da criança que ficou com marcas da agressão. O comerciante conseguiu fugir e ainda não se apresentou à polícia.
Segundo mãe, além dos machucados, Davi está bastante abalado psicologicamente. Não está nem conseguindo dormir sozinho.
“Ele está muito abalado, muito nervoso. Durante o dia não, as crianças vem aqui falar com ele, vem visitá-lo, mas quando chega a noite ele fica assustado, com medo. No dia do ocorrido ele não queria dormir em casa, ele chorou muito, teve febre, está dormindo comigo, tem medo de dormir sozinho. Qualquer barulho que ele escuta lá fora, de noite, ele está muito assustado, está com muito medo”, afirma a mãe.
Ela registrou um boletim de ocorrência e Davi vai fazer um exame de delito nesta segunda-feira, 14. Ela espera que a Justiça seja feita.
“Eu não sei porque não prenderam, não fizeram nada, acho que já tinha saído do flagrante, não entendo de leis. Agora tem que esperar o que vai ser feito. A partir depois do momento que fizer o exame de corpo de delito vamos ver o que vai acontecer com ele. Ontem [domingo, 13], a assistente social esteve aqui também, está acompanhando de perto. Eu acredito sim que vai haver justiça. Eu creio e quero muito”, diz a mãe.
Vídeo cedido por Dione Correia / Hora Certa
Reportagem atualizada às 10h20 para acresentar as falas da mãe.
