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06 de dezembro de 2025

De cabrito a ganso: Moradora da região de Maringá realiza sonho de infância e convive com mais de 10 espécies de animais no quintal de casa


Por Thiago Danezi Publicado 06/12/2025 às 08h00
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felippe (26)

A história da Maria Rita, 71 anos, moradora de Apucarana, na região de Maringá, é daquelas que misturam superação e amor pelos animais. Segundo a filha, Crisleane Guimarães, a relação da mãe com os bichos começou ainda na infância, no sítio onde cresceu. Apesar das dificuldades financeiras, havia sempre um cabrito por perto, seu animal preferido.

Com o tempo, Maria Rita cresceu, constituiu família e alimentou silenciosamente o sonho de voltar a ter cabritos como animais de estimação. A ideia, no entanto, nunca teve aprovação da filha. O cenário começou a mudar apenas em 2019, quando ela sofreu um grave acidente durante a montagem de uma festa, na ocasião a estrutura metálica de decoração caiu sobre sua cabeça.

Maria Rita passou por duas cirurgias no cérebro, ficou dias internada na UTI e ouviu dos médicos que talvez não voltasse a andar ou falar. “Foi Deus que fez isso na minha vida”, relembra. A recuperação surpreendeu a equipe médica e emocionou a família. Para Crisleane, o desejo antigo da mãe começou a ganhar outro sentido: seria também parte de sua reabilitação emocional.

O primeiro cabrito

A partir daí, Crisleane decidiu permitir que a mãe realizasse o sonho. Durante uma viagem a uma pousada, viu que havia cabritos no local e avisou: “Mãe, aqui tem aquilo que você gosta”. Maria Rita não acreditou. No mesmo dia, já estava comprando uma cabrita prenha.

“Botamos ela dentro do porta-malas da Spin que eu tinha acabado de comprar. O carro estava limpinho…”, conta, rindo do episódio. Pouco tempo depois, nasceram dois cabritinhos.

O quintal começou a encher. “Foi aumentando, aumentando…”, lembra. O espaço já não dava conta. Cris então convenceu a mãe a vender a casa e construir outra em um terreno maior, que a família já possuía, mas sem recursos para obra. A ideia, apesar do sacrifício, abriu caminho para uma transformação ainda maior.

De uma cabrita para dezenas de animais

Com o novo espaço, Maria Rita ampliou o cuidado com os bichos. Hoje, mantém no quintal:

  • cabritos
  • carneiros
  • peru
  • galinha-da-angola
  • galinhas
  • ganso
  • pavão
  • pato
  • tartaruga
  • coelho
  • cachorro
  • e o recém-chegado cavalo, o Romário

“É a minha alegria. Eu vou lá de noite, abraço meu peru…”, conta, rindo. Na rotina, o carinho é evidente: ela frita ovos para os pintinhos e peruzinhos, confere a água, prepara alimentação reforçada para o dia todo e acompanha cada detalhe do pequeno santuário que criou.

Apesar da quantidade de animais, Maria Rita não transforma o espaço em atividade comercial. O prazer está no acolhimento — inclusive de visitantes inesperados. “Falei pra mulher que tem um filho autista: leva lá pra ele andar no cavalo. Ela perguntou quanto eu ia cobrar. Eu disse: nada.”

Para ela, os bichos salvaram sua vida

Em vários momentos da entrevista, Maria Rita resume a importância dos animais:
“Se não fossem meus bichos, eu tava morta.” Segundo ela, cuidar dos animais virou terapia diária. “Minha cabeça tá sempre lá no meio deles. Não tem remédio que substitua isso.”

Ela mora no local com o marido, que sempre aceitou a ideia “na boa”, segundo conta. Já Crisleane, a filha, admite que nunca teve tanto apego aos animais, mas apoia o que a mãe construiu. “Ela só aceita, mas não é de se envolver. Eu que dou mamadeira, faço comida, trato como bebê”, diz Maria Rita, orgulhosa da rotina que escolheu.

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