Com 2.700 habitantes, Ivatuba, no noroeste do Paraná e a cerca de 40 km de Maringá, está entre as menores cidades do país. É aquela cidade em que todo mundo se conhece. E quem não se conhece pessoalmente, se conecta pelo WhatsApp. O grupo de WhatsApp da cidade tem quase 600 participantes – 22% da população. Não é um grupo de vizinhos de rua, de clube, de escola, muito menos de família. É o grupo de whats da cidade.
De acordo com os moradores, ele foi criado para melhorar a segurança, concentrando alertas, recomendações e queixas. Mas hoje tem mensagem de tudo. Apareceu um cachorro no meio de um velório: joga a foto no whats e pergunta lá.
“Alguém sabe me dizer de quem é esse cachorro?”, afirma uma mensagem enviada ao grupo.
“Do Zé!”, diz outra mensagem.
_Que Zé?”, pergunta outra.
Quer vender o micro-ondas usado? Joga no grupo. Tem família procurando alguém? “Se alguém ver este rapaz aqui em Ivatuba entra em contato. A família está procurando. Ele está numa moto roxa”,, diz uma mensagem enviada ao grupo.
O administrador do grupo é João Antônio Paiva. Ele nasceu, cresceu e mora em Ivatuba, mas trabalha em outra cidade. Ele afirma que para aqueles que desejam entrar no grupo, é preciso falar direntamente com ele.
“Ele foi criado na intenção de ser do município, acabou que quem criou abandonou o grupo e eu, que fiquei como administrador. O pessoal me procura, porque tudo passa pela minha provação, para poder entrar no grupo. Então a gente tenta pôr mesmo realmente quem é do município, quem tem interesse ali na nossa cidade”, explica João.
João ressalta que o grupo é democrático e pode até falar de política, mas é preciso ter moderação. “O grupo é bem democrático, a questão política é discutida, e a gente também usa o grupo de Whats também para o pessoal que tem comércio no município para fazer uma divulgação. Eles fazem as divulgações do que eles vendem, e algum particular que tem interesse em vender alguma coisa acaba utilizando o grupo para ele”, afirma.