Em universidade da região, pesquisadores analisam tártaro encontrado em crânios de dois mil anos


Por Luciana Peña/CBN Maringá
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Foto: Divulgação.

Uma pesquisa realizada no laboratório de uma universidade em Campo Mourão analisa crânios com dois mil anos de idade que estão no Museu Paranaense. O objetivo é conhecer a alimentação de povos que viviam no litoral do Paraná. A pesquisa também deve trazer informações sobre o clima e a vegetação do período analisado, das técnicas de preparo dos alimentos e até das ligações entre os povos no continente.

A pesquisa começou em junho e vai analisar 12 crânios que foram encontrados em sambaquis do litoral do Paraná e estão no Museu Paranaense. Sambaquis são sítios arqueológicos compostos de areia, terra e conchas.

O estudo está sendo realizado por pesquisadores do Laboratório de Estudos Paleoambientais da Fecilcam Unespar, em Campo Mourão.

Estão à frente da pesquisa o professor do departamento de geografia da Unespar, Mauro Parolin e a arqueóloga do Museu Paranaense, Claudia Parellada. Dois dentistas dão apoio às pesquisas. Eles ajudam a remover o tártaro encontrado nos crânios.

O tártaro, diz o professor Mauro, leva milhares de anos para se decompor, por isso ainda é encontrado nestes crânios de dois mil anos. E é do tártaro que os pesquisadores retiram a sílica vegetal, ou fitólito, que revela o que aquele ser vivo comeu.

Existem pouquíssimos estudiosos de fitólitos no mundo. E o professor Mauro, de Campo Mourão, é um deles.
Um dos crânios já analisados trouxe informações interessantes, como a presença de butiá na dieta dos povos que viveram no litoral.

Outro dado interessante, e que intriga os pesquisadores, é a presença de cajá no tártaro analisado.

Os pesquisadores também esperam com o estudo estabelecer ligações entre povos originários do continente e técnicas de preparo de alimentos.

O laboratório da Unespar, fundado em 2008, é referência no estudo de fitólitos.

Foto: Divulgação.

Ouça a matéria completa na CBN Maringá.

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