Essas duas cidades do Paraná têm menos de 10 mil habitantes e se destacam em índice de qualidade de vida; veja ranking


Por Redação GMC Online, com AEN

O Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes) divulgou a nova edição do Índice Ipardes de Desempenho Municipal (IPDM), com informações atualizadas para o ano de 2022. Esse indicador, semelhante ao Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), avalia anualmente o desempenho socioeconômico dos 399 municípios do Paraná, com foco em três áreas essenciais: Renda, Educação e Saúde. A análise resulta em um índice geral que aponta as cidades com as melhores condições de qualidade de vida no estado. Entre os destaques do Top 10, aparecem duas pequenas cidades com menos de 10 mil habitantes: Santo Inácio, na sexta posição, e Sabáudia, ocupando o nono lugar.

Santo Inácio tem população de 6.397 pessoas, de acordo com estimativa de 2024 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Foi elevado à categoria de Distrito em 1947, com a denominação de Distrito de Redução de Santo Inácio, pertencendo ao Município de Jaguapitã. Em 1951, foi elevado à categoria de Município, com a denominação de Santo Inácio.

Foto: Retur

Além disso, Santo Inácio, no apresenta uma economia fortemente ligada à agropecuária, sendo destaque na região norte do estado. Em 2023, o município registrou um Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBP) de R$ 257,3 milhões, refletindo sua relevância no setor. A produção agrícola é liderada pela cana-de-açúcar, com 932,2 mil toneladas colhidas, seguida pela mandioca, com 23 mil toneladas, e pela soja, que totalizou 15,7 mil toneladas. No setor pecuário, a cidade contabilizou 16.419 cabeças de bovinos, além de uma expressiva criação de galináceos, com 678 mil aves no total. Veja mais aqui.

Foto: Retur

Sabáudia, localizada no norte do Paraná, foi fundada pela Companhia Melhoramentos Norte do Paraná e leva o nome de uma cidade italiana, em homenagem aos colonos italianos que formaram o núcleo colonial da região por volta de 1950. Originalmente um distrito de Arapongas, foi elevado à categoria de município em 1954 e oficialmente instalado em 1955. Com um território de 190,3 km² e altitude de 730 metros, Sabáudia está estrategicamente situada entre Londrina e Maringá, próximas a Arapongas, conhecido pelo maior parque moveleiro do sul do Brasil. O município é limitado por Astorga, Arapongas, Marialva e Apucarana.

Foto: Prefeitura de Sabáudia

Com uma população de 9.320 pessoas, sedundo estimativa de 2024 do IBGE, Sabáudia possui uma economia diversificada, destacando-se na pecuária e na produção agrícola de cereais, leguminosas e oleaginosas. A cidade também investe em educação, com infraestrutura que inclui escolas de ensino infantil, fundamental, médio, além de programas para jovens, adultos e cursos profissionalizantes. Sabáudia mantém suas raízes históricas e culturais, enquanto avança como um município promissor no eixo do Mercosul.

Veja ranking das cidades com melhor qualidade de vida no Paraná

Os municípios são classificados em quatro categorias de desempenho: baixo, médio-baixo, médio e alto, em uma escala que varia de 0 a 1. Quanto mais próximo de 1, melhor o desempenho do município. Em 2022, a média geral do Paraná subiu de 0,7291 em 2021 para 0,7414, alcançando o melhor resultado desde o início da série histórica, em 2010. Atualmente, 53% das cidades paranaenses (214 municípios) possuem um índice igual ou superior à média estadual. Confira o quadro completo AQUI .

Na outra ponta, a quantidade de cidades classificadas como médio-baixo desempenho caiu, de 10 para 4, uma redução de 60%, e as enquadradas no estrato médio passaram de 360 para 348 (-3,33%). Todos os 399 municípios alcançaram notas superiores a 0,4, fazendo com que não existam cidades com IPDM baixo.

Curitiba é a cidade com o maior IPDM Geral em 2022, com 0,9013, seguida de Palotina e Toledo, no Oeste, com 0,8696 e 0,8582, respectivamente; Quatro Barras (RMC), com 0,8547; e Cafelândia (Oeste), com 0,8525. Completam a lista dos 10 maiores índices Santo Inácio (Norte – 0,8518), Maringá (Noroeste – 0,8464), Dois Vizinhos (Sudoeste – 0,8368), Sabáudia (Norte – 0,8360) e Cascavel (Oeste – 0,8330). Veja abaixo o desempenho de outras cidades e clique aqui para o ranking completo.

Renda

No indicador Renda, que leva em consideração a remuneração do trabalho, o número de empregos formais (carteira assinada) e a produção agropecuária, um município está na categoria alto desempenho; 42 no médio (ante 32 em 2021); 333 no médio-baixo (eram 287 em 2021); e 23 na classificação baixo (contra 79 em 2021), este último com uma queda de 70%. A média estadual em 2022 foi de 0,4967, contra 0,4660 de 2021.

Curitiba novamente aparece em 1º lugar, com IPDM de 0,8591. Na sequência aparecem Ortigueira (Campos Gerais – 0,7760), Quatro Barras (0,7610), Santo Inácio (0,7530) e Carambeí (Campos Gerais – 0,7438). Palotina, Cafelândia, Jussara, Araucária, Toledo e Maringá fecham a lista de cidades com índices acima de 0,7.

O desempenho da economia paranaense, com recordes na geração de empregos e grandes investimentos privados, ajudam a explicar o crescimento da renda nos municípios. De janeiro a outubro, foram novos 163.206 empregos com carteira assinada criados no Paraná, o terceiro melhor resultado do Brasil, num movimento em alta desde 2022. E desde 2019, foram mais de R$ 285 bilhões em investimentos privados em todas as regiões do Estado.

Educação

Pelo indicador Educação, que abrange atendimento à educação infantil, taxas de abandono, distorção idade-série, Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) e qualificação dos docentes (porcentagem com ensino superior), o Paraná conta com 351 cidades na categoria alto desempenho; 47 no médio; e uma com médio-baixo. A média do Paraná em 2022 nesse indicador foi de 0,8781, ante 0,8668 de 2021.

Bom Jesus do Sul, no Sudoeste, é o município com a maior classificação, de 0,9966. Serranópolis do Iguaçu (Oeste – 0,9902), Atalaia (Norte – 0,9829), Rio Negro (RMC – 0,9825), Ariranha do Ivaí (Norte – 0,9807), Entre Rios do Oeste (Oeste – 0,9787), São Manoel do Paraná (Noroeste – 0,9771), Doutor Camargo (Norte – 0,9771), Verê (Sudoeste – 0,9734) e Japurá (Noroeste – 0,9723) fecham o top 10 com as melhores classificações.

No caso da educação pública, o Paraná é líder no Ideb em todas as etapas avaliadas. No ensino médio, o Estado manteve a liderança com nota 4,9, superando a média nacional de 4,3. Nos anos finais do ensino fundamental, a nota do Paraná foi de 5,5, conquistando o primeiro lugar em um empate triplo com Ceará e Goiás. Já nos anos iniciais, sob responsabilidade dos municípios, o Estado também garantiu o topo do ranking com nota 6,7, à frente de Ceará e São Paulo.

Saúde

Já na Saúde, que utiliza para definição do indicador dados como percentual de consultas pré-natais, participação dos óbitos listados como causas mal definidas e razão de óbitos de crianças menores de 5 anos por causas evitáveis, 302 municípios têm índice alto; 93 médio; e quatro médio-baixo, sem nenhuma cidade com índice considerado baixo. A média do Estado é de 0,8495.

Diamante do Norte, na Região Noroeste, é o principal destaque, com IPDM de 0,9999. Inajá (Noroeste – 0,9927); Cambira (Norte – 0,9910); Campo Bonito (Oeste – 0,9873); Mirador (Noroeste – 0,9850); Vera Cruz do Oeste (Oeste – 0,9839); Janiópolis (Centro-Oeste – 0,9835), São Manoel do Paraná (Noroeste – 0,9803); Tamboara (Noroeste – 0,9797); e Pinhal de São Bento (Sudoeste – 0,9795) completam a lista de municípios com os melhores IPDM na educação.

Uma das explicações para esse bom cenário da saúde no Paraná são as ações de descentralização das grandes para médias e pequenas cidades, com a construção de Unidades Básicas de Saúde, Unidades de Pronto Atendimento e até mesmo hospitais. Na última semana, o Governo do Estado liberou um pacote de R$ 502 milhões em investimentos para fortalecer a estratégia de regionalização dos serviços de saúde no Paraná, visando dar mais capilaridade aos atendimentos por todo o Estado.

IPDM

O índice Ipardes de Desenvolvimento Municipal (IPDM) utiliza dados do Ministério do Trabalho e Emprego, Ministério da Educação e Ministério da Saúde, além do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), para formulação do indicador. Devido ao tempo de processamento dessas informações por cada órgão, o índice, que é anual, é divulgado dois anos após o período analisado.

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