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16 de dezembro de 2025

Floresta com árvores de 290 milhões de anos é encontrada no Paraná


Por Luciana Peña/CBN Maringá Publicado 15/06/2022 às 11h58 Atualizado 21/10/2022 às 01h04
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Foto:  Arquivo pessoal/Thammy Ellin Mottin

Pesquisadores descobriram uma floresta de cerca de 290 milhões de anos em Ortigueira, na região central do Paraná. A floresta é de uma espécie que alcançava até 20 metros de altura. O achado no Paraná é o mais raro do hemisfério sul. A espécie encontrada é uma das primeiras formas de árvore a ocupar o ambiente terrestre: a licófita arborescente, já extinta.

O planeta Terra existe há 4,5 bilhões de anos e nem sempre foi a casa tão acolhedora para viver como a conhecemos.

As árvores, por exemplo, só surgiram há aproximadamente 380 milhões de anos. Um dos primeiros grupos a colonizar o ambiente terrestre foi o das licófitas.

A floresta descoberta em Ortigueira, na região central do Paraná, é dessa linhagem, e tem aproximadamente 290 milhões de anos.

É claro que a matéria orgânica não existe mais. O que os pesquisadores encontraram foram vestígios fossilizados da floresta. Vestígios que preservam a textura e a forma destas árvores que atingiam até 20 metros de altura e que foram extintas.

A descoberta faz parte da pesquisa de doutorado da geóloga Thammy Mottin, da Universidade Federal do Paraná, em conjunto com pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande do Sul e da Universidade da Califórnia.

Através de imagens de satélite, o grupo de pesquisas identificou que uma estrada tinha sido aberta naquela região.

Quando as estradas são abertas é possível fazer descobertas geológicas analisando a formação das rochas.

E foi o que aconteceu. A pesquisadora só não imaginava a proporção do achado. Uma floresta com 165 árvores, na vertical e de uma era pós-glacial muito antiga, quando ainda havia poucos animais no planeta.

“A gente estava ali apenas para descrever as rochas novas que foram escavadas pela construção da estrada e para coletar, eventualmente, alguma amostra, mas nós tivemos a surpresa de chegar lá e encontrar essas árvores gigantesca e bem preservadas. Então isso começou a integrar o meu projeto de doutorado, por que esta vinculado ao tema que eu estudo. […] Nós estimamos que ela teria alguns quilômetros de extensão, mas talvez grande parte do material que estava ali onde está a estrada, poderia conter, provavelmente continha, árvores que foram descartadas”, disse

As licófitas arborescentes estão extintas. Hoje existem licófitas arbustivas, de tamanho bem menor. No hemisfério norte, onde há exploração de carvão, os pesquisadores encontram fósseis deste grupo de plantas, mas no hemisfério sul a ocorrência é muito rara.

“Lá, no que hoje em dia é a América do Norte e a Europa, essas árvores são relativamente bem conhecidas, por que elas ocorrem associadas com os depósitos de carvão que tem lá na região, que são bem importantes, economicamente. […] O que ocorre aqui no Hemisfério Sul é uma condição diferente, essas árvore são bem mais raras. […] A ocorrência de Ortigueira é a mais importante de todo o Hemisfério Sul”, disse.

A descoberta foi publicada numa revista científica de paleontologia, paleoclimatologia e paleoecologia.

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