O jovem Jordi Vilsinski Beffa, de 23 anos, é morador de Apucarana, e foi um dos três brasileiros presos em Bangkok, capital da Tailândia, tentando entrar no país asiático com 15 quilos de cocaína. A prisão ocorreu no dia 14 de janeiro, logo que o trio desembarcou no aeroporto tailandês.
Com Jordi, foram apreendidos 6,5 quilos da droga, divididos em duas malas. Por conta das restrições impostas pela Covid-19, o brasileiro foi colocado em quarentena, que deverá ser cumprida até o dia 7 de março. Até lá, nem a defesa ou familiares poderão fazer contato com Jordi. Todas as informações sobre o jovem estão sendo repassadas por intermédio da embaixada brasileira em Bangkok.
Conforme o advogado contratado pela família no Brasil, Petrônio Cardoso, a família não sabia da viagem de Jordi para fora do país. “Toda essa história começa quando ele pede para sair do emprego, termina com a namorada, e na sequência fala para os pais que vai viajar para morar em Camboriú. Dois dias depois de sair de casa, onde ele estaria em Balneário Camboriú. A mãe dele recebeu um colega dele na porta de casa, dizendo que ele estava preso na Tailândia. A partir deste momento, deste susto que a família tomou. Eles nos contataram, e inciamos através do Ministério das Relações exteriores e embaixada da Tailândia, os contatos necessários para saber a situação prisional e processual do Jordi”, declara Cardoso.
“O que ocorre é que por conta desse isolamento da covid, o contato pessoal, não foi possível fazer. Mas nós encaminhamos, alguns documentos para a embaixada, para que seja feito a instrução do processo dele. Onde a gente demostra que ele é réu primário, não tem antecedentes, estava trabalhando. E também fizemos contato com alguns escritórios de advocacia criminal lá em Bangkok, para ver a possibilidade deles assumirem a defesa lá. [..]”, diz.
Ainda sem conseguir fazer contato direto com o jovem, a defesa trabalha com a hipótese de que ele tenha sido contratado como ‘mula’. Por conta do crime ter acontecido na Tailândia, o paranaense deverá ser julgado pela Justiça local. A expectativa é por uma sentença de 3 a 5 anos de prisão, como explica o advogado. “Como o crime terminou acontecendo em Bangkok, na Tailândia. Ele deve ser julgado pelas leis locais. O trabalho da defesa agora, é no sentido de municiar o advogado que vai fazer a defesa dele na Tailândia, com os documentos, certidões negativas. Com a possibilidade inclusive, de se eventualmente condenado, ele possa ser extraditado para cumprir a pena no Brasil” afirma.
“Nosso trabalho é de auxiliar a família, de municiar os advogados tailandeses. pata tentar fazer com, que ele seja classificado naquilo que nós chamamos de nível intermediário de gravidade nas classificações que possui o direito penal tailandês. […]. Depois da condenação, começar a fazer o trabalho de extradição dele. Para que ele possa cumprir a pena no Brasil”, complementa.
De acordo com o representante da família, ainda não há um prazo definido para que o julgamento ocorra, mas conforme escritórios tailandeses consultados pela defesa, processos do tipo podem levar até 1 ano. “Não temos o prazo ainda, a embaixada faz orientações, que são inclusive para contratar um advogado local. Devido as particularidades processuais do País. […]. Um processo desse tipo, leva em média 1 ano para ser julgado”, finaliza.
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Por meio de nota divulgada na última segunda-feira, 21, o Itamaraty informou que acompanha a situação e presta assistência aos brasileiros, ressaltando que toda assistência cabível será fornecida, em conformidade com os tratados internacionais vigentes e com a legislação local.