A Polícia Militar (PM) prendeu neste sábado, 11, em Marilândia do Sul, norte do Paraná, uma mulher acusada de matar a própria filha em 2007, na cidade de Quatro Barras (PR). O caso de assassinato ficou conhecido em todo o país, recebeu o nome de “A guarda do neto” e foi tema do novo episódio do “Linha Direta”, programa da Rede Globo sobre crimes reais, apresentado pelo jornalista Pedro Bial.
O episódio começou a ser gravado no ano da morte da jovem Andréa Rosa de Lorena, mas nunca foi exibido. Agora, quase duas décadas depois, a emissora decidiu contar a história na última quinta-feira, 9. Após isso, a acusada Tânia de Lorena foi encontrada na cidade localizada na região do Vale do Ivaí. Um morador fez a denúncia à PM após reconhecer a mulher, que passou os últimos 17 anos vivendo com uma identidade falsa.
De acordo com apurações do TNOnline, parceiro do GMC Online junto à Polícia Civil (PC) de Marilândia do Sul, a prisão aconteceu por volta das 11h40 na área central do município. Após o episódio do programa ir ao ar, uma pessoa teria identificado Tânia e fez uma denúncia anônima para a polícia. A mulher foi localizada em uma residência em que prestava serviços. Ela foi abordada e identificada e, na sequência, foi constatado a existência do mandado de prisão pelo crime cometido em 2007.
Tânia de Lorena recebeu voz de prisão e está detida no minipresídio de Apucarana (PR).
O caso “A guarda do neto”
Em 2007, a jovem Andréa Rosa de Lorena — então com 23 anos — vivia em harmonia com sua mãe, Tânia de Lorena, e seus dois filhos, o pequeno Lucas, de 5 anos, e uma menina de apenas 9 meses, no município de Quatro Barras (PR).
Porém, quando Andréa sofreu um acidente de moto, Tânia, que tinha 42 anos, disse que não poderia cuidar da filha; por isso, ela foi morar com o pai. No entanto, a avó não queria abrir mão do pequeno Lucas, e assim ela entrou em batalha judicial contra a própria filha pela guarda do neto.
Foi nesse contexto, que o assassinato de Andréa começou a ser planejado. Tânia e o então companheiro, Everson Luiz Cilian, foram visitar a filha e tiveram um almoço em família, juntamente ao companheiro de Andréa, Juliano Saldanha. Porém, o rapaz precisou sair mais cedo para trabalhar.
Quando voltou, para seu estranhamento, encontrou apenas Tânia e Everson em casa, junto das crianças; a sogra disse que Andréa tinha saído com sua irmã. Pouco depois, Everson começou a dizer que estava passando mal, e pediu a Juliano que o levasse ao hospital.
No local, Juliano começou a desconfiar do casal, e decidiu voltar para casa, mas quando chegou não encontrou os filhos e nem Tânia. Então ele saiu em busca das crianças, mas não conseguiu encontrá-las. Ele acionou polícia e iniciaram-se buscas pela mulher com as crianças, e também pela própria Andréa.
Entretanto, as autoridades não localizaram ninguém; foi o próprio Juliano que, quando arrumava a cama para dormir, descobriu o corpo da esposa escondido sob o móvel, com um fio enrolado no pescoço.
Segundo investigações da polícia, Tânia matou a própria filha, escondeu o corpo e levou as crianças. Além disso, boatos de vizinhos alegavam que a mulher dizia que pretendia sequestrar o neto e vender a neta por cerca de R$ 2 mil. Ela tomaria tais atitudes, pois, sem poder ter mais filhos, poderia ter uma nova vida com o então companheiro, e criaria o neto como se fosse seu filho.