A prática de fazer trilhas e longas caminhadas, também chamada de trekking, ganha novos adeptos em Maringá a cada dia. E o mais interessante desta atividade é que une esporte e turismo, além de agradar dois públicos distintos: os aventureiros em busca de desafios mais radicais e também aqueles que vão ao encontro da natureza e da paz interior a cada passo dado na trilha escolhida.
Aos iniciantes que buscam novos caminhos a percorrer, o guia turístico Josimar Oliveira revela que o apoio profissional é indispensável para a prática de trilhas em meio à natureza, pois é preciso evitar qualquer percalço, como acidentes no trajeto ou mesmo ficar perdido em lugares distantes e ermos, onde geralmente também não tem sinal de celular, wi-fi, tampouco alguma tomada para carregar o aparelho eletrônico.
E com a chegada do inverno, os cuidados precisam ser redobrados. O guia pede para que as pessoas se atentem com as vestimentas, por conta das variações bruscas de temperatura. “O que a gente orienta é para que as pessoas fiquem bem agasalhadas. Às vezes, do local que elas saem, não está tão frio, mas para o destino já tem uma mudança grande. Quem vai fazer uma trilha de 1 dia por exemplo, leve blusas que esquentem, mas que não façam tanto volume, tem que ser roupas em camadas, uma camisa térmica por baixo, do tipo ‘segunda pele’ para o inverno, ou uma blusa um pouco mais fina por cima. Por último, a recomendação é uma ‘corta-vento’, que protege tanto do frio quanto de uma chuva que possa vir”, explicou.
Ainda segundo Oliveira, quem deseja acampar nessa época do ano precisa ter uma atenção especial com os equipamentos. É preciso uma barraca que não passe vento, uma esteira térmica por baixo e um colchonete, para não passar muito frio para o corpo da pessoa. É preciso levar um saco de dormir bom também ou uma coberta em camadas, que possa ser removida caso a pessoa precise”, afirmou.
Para realizar esse tipo de trabalho, ele buscou certificação junto ao Ministério do Turismo e, há mais de cinco anos, acompanha turmas que buscam o turismo de aventura, o turismo rural e o turismo ecológico, práticas que podem ser realizadas em vários pontos da região de Maringá, em outras regiões paranaenses ou até mesmo fora do Estado.
Os adeptos às caminhadas que buscam fugir do estresse das cidades costumam levar de “brinde” mais saúde graças aos desafios da atividade física e também novas amizades. Isso tudo sem precisar gastar muito dinheiro, segundo Oliveira.
“Inicialmente, independentemente da estação, é necessário tênis de caminhada que não tenha um solado liso, boné e cajado. Assim que for pegando mais experiência e gosto pela atividade, pode investir um pouco mais, principalmente em calçados específicos para trekking”, explica o guia turístico.
Grupos organizam caminhadas e passeios em Maringá e região
Uma alternativa para iniciar a prática esportiva é se aliar a grupos que já se organizam em excursões regionais que geralmente buscam experiências até mesmo espirituais em meio à natureza, à história dos lugares por onde passam e, claro, podendo curtir momentos de descontração e prazer graças à atividade física cercada por amigos.
Os Amigos de Caminhada de Maringá (siga a página no Facebook) paralisou as atividades na pandemia, mas um dos responsáveis pelo grupo, o técnico de segurança Eduardo Francisco Gomes, revela que o desejo é retornar o mais rápido possível com a exploração de trilhas e novos caminhos por toda a região.
“O Grupo Amigos de Caminhada de Maringá surgiu com a participação em caminhadas organizadas pela Emater/PR em conjunto com algumas prefeituras do Estado que buscam desenvolver a agroindústria e o turismo rural. Também em parceria com o projeto Anda Brasil, hoje temos acesso a uma agenda que nos possibilita pensar sempre em novas trilhas, em diferentes lugares”, diz Gomes.
Na opinião dele, a fuga da “Cidade de Pedra” é algo que tem reunido pessoas de diferentes idades em Maringá. “Além de melhorar a nossa saúde física, o contato com a natureza acaba aumentando o número de amigos dos participantes, e isso são grandes benefícios que podemos notar já na primeira trilha encarada.”
Prepare o cajado
E para quem se interessou e pretende investir nas caminhadas, o GMC Online separou 15 destinos em Maringá e região recomendados para quem vai pegar um cajado, calçar os tênis e finalmente seguir em busca de uma melhor qualidade de vida e contato com a natureza exuberante paranaense. A nossa equipe de reportagem contou com a ajuda do guia Josimar Oliveira, da Eco Adventure Turismo, para traçar a lista. Confira:
1. Arautos do Evangelho (Maringá)
O castelo que serve de mosteiro dos Arautos do Evangelho, na Estrada Morangueira, em Maringá, chama a atenção pela beleza e pela grandeza construtiva. Muitos aproveitam para realizar caminhadas pela região, que também proporciona contato direto com a natureza.
2. Estrada Pinguim (Maringá)
A cidade também conta com o Grupo Peregrinos de Maringá, que recomenda uma caminhada de 11km iniciada na Estrada Pinguim, iniciando no Santuário Santa Rita de Cássia, no Parque Itaipu, e terminando na Capela Bom Jesus. Em meio ao percurso, os caminhantes pode ser surpreendidos com árvores frutíferas carregadas de manga, jabuticaba e abacate, além das águas refrescantes do Ribeirão Pinguim.
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3. Bosque 2 (Maringá)
Infelizmente fechado para o público, o Bosque 2, localizado na Zona 4 de Maringá, conta com trilha para fazer caminhada e atrativos de beleza natural, como cachoeira e tanque natural com água cristalina. Mesmo assim, a Secretaria de Saúde alerta que o espaço é impróprio para banho, já que houve suspeita de bactéria causadora de leptospirose no local. Resta aos caminhantes apenas percorrer a pista de caminha ao redor do bosque, de 3,3km.
4. Estrada Ibipitanga (Maringá)
O site e app Wikiloc é ideal para quem busca novos cenários para caminhadas e trilhas de trekking, bike ou montanhismo. E alguns maringaenses relataram por lá que a Estrada Ibipitanga é um bom destino para os caminhantes. Uma avaliação recente do percurso apontou uma caminhada de aproximadamente 16km, com trajeto de quase 3 horas de duração e fotos sensacionais da natureza e do pôr-do-sol.
5. Cachoeira de Pulinópolis (Mandaguaçu)
Cachoeira de porte pequeno, mais muito bonita e boa para ir com a família por não ser de grande profundidade e o fundo de areia.
6. Cachoeira de Ourizona
Com aproximadamente 10 metros de altura, cachoeira de água forte e com grande profundidade.
7. Cachoeira de Atalaia
Cachoeira larga, com aproximadamente 8 metros de altura, não possui grande profundidade, bom para ir com a família.
8. Cachoeira de Santa Zélia (distrito de Astorga)
Grande queda d’agua e poço com grande profundida, não sendo possível entrar sem saber nadar.
9. Cachoeira de Astorga (Véu de Noiva)
Aproximadamente 20 metros de altura, o poço não tem grande profundidade e a cachoeira fica em uma propriedade particular, não sendo permitida a entrada sem autorização.
10. Cachoeira de Marialva
Pequena queda d’agua, mais muito boa para curtir com a família e para pessoas que não sabem nadar.
11. Cachoeira do Rio Dourado (Mandaguari)
Não tem altura significante, mas é bem larga e com grande quantidade de água. Seu poço é fundo e tem buracos, não sendo aconselhável a entrada para quem não sabe nadar.
12. Cachoeira Chicão 1 (Faxinal)
Cachoeira de aproximadamente 20 metros de altura, com suas águas caindo por várias quedas pequenas e sendo possível escalar nas pedras até chegar em uma boa parte de sua altura. Cachoeira boa para banho até mesmo para pessoas que não sabem nadar.
13. Cachoeira Chicão 2 (Faxinal)
Aproximadamente 45 metros de altura, cachoeira imponente, com uma grande queda d’agua. Parte de seu poço não é apropriado para banho por ser de grande profundidade, sendo local considerado apropriado também para a prática de rapel.
14. Salto São Pedro (Faxinal)
Cachoeira com 120 metros de altura, queda d’agua imponente, não sendo possível entrar na cachoeira pela água ser muito forte. Para tomar um banho delicioso não é preciso muito esforço, bastando chegar a alguns metros de sua queda d’agua para que o vento dê conta de jogar bastante água em quem está perto.
Dica importante: O acesso a esses locais pode sofrer restrições devido a decretos de combate à covid-19. Antes de se aventurar, faça essa verificação.