Mulher expõe motivos por ter ateado fogo em carros do companheiro no Paraná; veja prints de conversas
A mulher que protagonizou um episódio de destruição, na manhã do último sábado, ao incendiar dois veículos do companheiro no bairro Guabirotuba, em Curitiba, quebrou o silêncio nesta segunda-feira, 30.
- Entre no canal do GMC Online no Instagram
- Acompanhe o GMC Online no Instagram
- Clique aqui e receba as nossas notícias pelo WhatsApp.

Ao lado do seu advogado, ela deu a versão sobre o caso, alegando que sofreu durante três anos uma sequência de abusos físicos, psicológicos e patrimoniais por parte do homem.
O caso ganhou repercussão após imagens do incêndio viralizarem nas redes sociais. No dia do ocorrido, a mulher foi presa em flagrante, mas acabou liberada da cadeia com o uso da tornozeleira eletrônica.
Durante entrevista coletiva, ela relatou que o episódio foi resultado de um surto emocional, intensificado pelo histórico de violência que, segundo ela, vinha sendo ignorado pelas autoridades.
“Eu me lembro muito pouco, porque eu também tinha bebido aquele dia. Ele ficou bravo, me bateu e começou a socar o painel do carro. Eu tive um estopim quando cheguei na casa da minha mãe. São três anos de abusos”, disse.

“Fiz uns 3 ou 4 boletins de ocorrência. Pedi medida protetiva, ele pagou fiança e saiu pela porta da frente. Ele é soberbo. Eu queria sair dessa relação, mas ele não aceitava. O surto que eu tive foi pelas diversas agressões que eu já sofri. Assim como eu vou pagar por isso, quero que ele pague por todos os abusos que cometeu. Ele ia me matar a qualquer momento. Eu quero que a Justiça seja feita para ambos”, desabafou.
Advogado cobra Poder Judiciário por descaso com a mulher
O advogado Igor Ogar, que representa a mulher, reforçou que ela é “vítima” no caso e desabafou sobre a falha na proteção contra as mulheres.
“(Ela) tomou uma medida incorreta, isso é fato. Mas ela tentou buscar ajuda, tentou acionar o Judiciário e não teve a proteção que deveria. O ato foi impensado, mas, para ela, era a única maneira de tentar frear o agressor. Ele tem histórico de violência contra outras mulheres e até familiares, com registros em delegacia”, afirmou o advogado.

A Banda B teve acesso a diversos boletins de ocorrência contra o acusado. A defesa da mulher também contestou a liberação da sua cliente mediante o uso da tornozeleira eletrônica.
“Vivemos numa sociedade machista e isso precisa mudar. A imposição da monitoração eletrônica é uma medida equivocada. (…) Não pode ser submetida a uma pena humilhante”, concluiu Igor Ogar.
O caso segue sendo investigado. A Banda B tentou contato com a defesa do homem acusado, mas ainda não obteve retorno.
Clique aqui e leia a reportagem completa na Banda B, parceira do GMC Online.


