Observatório astronômico da região registra eclipse parcial da lua; vídeo
O observatório astronômico Estrela do Sul, de Sarandi, fez registros científicos do eclipse lunar parcial, fenômeno que aconteceu nessa terça-feira, 17. O coordenador do Observatório, Carlos Aparecido Domingues, explica que as aferições podem ser feitas em qualquer corpo celeste.
“A gente faz um registro, marca o tempo, tem a nossa latitude, longitude, e aí faz comparação com outros lugares. É lógico que na Lua já é bem conhecido, muita gente já fez isso durante muito tempo, mas às vezes acontece isso com algum planeta ou alguma estrela, e aí a gente consegue medir, por exemplo, o tamanho de um asteroide, o tamanho do cometa, usando esse princípio”, disse.
Domingues também explicou que o registro científico permite comparação de dados entre observadores em várias partes do país e do mundo para medição de corpos celestes.
“Por exemplo, vai acontecer um fenômeno desse, eu aqui no Sul faço as imagens, uma pessoa lá no Nordeste faz também no mesmo tempo, e aí a gente vê que nas imagens dele, ou na minha, têm diferença de cobertura. Então, baseado nessa diferença de cobertura, a gente consegue medir o tamanho do objeto, a velocidade, se tem anéis, se tem outras características, se é redondo, se é um elipse ou se é irregular”, disse.
Para garantir o acesso de todos, o Observatório Nacional (ON), unidade de pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), transmitiu o evento astronômico em seu canal no Youtube. Veja abaixo:
Eclipse lunar
O eclipse lunar ocorre quando a Terra se posiciona entre o Sol e a Lua, bloqueando a luz solar que normalmente ilumina a Lua. No entanto, isso só pode acontecer durante a fase de Lua Cheia, quando Sol, Terra e Lua estão alinhados.
Existem três tipos principais de eclipse lunar:
- Eclipse Penumbral: A Lua passa pela penumbra da Terra (a parte externa da sombra), resultando em um leve escurecimento da superfície lunar, que pode ser difícil de notar a olho nu.
- Eclipse Parcial: Parte da Lua entra na umbra da Terra (a sombra mais escura), fazendo com que apenas uma parte da Lua fique eclipsada e escurecida.
- Eclipse Total: A Lua entra completamente na umbra da Terra. Durante esse processo, a Lua pode adquirir uma cor avermelhada devido à dispersão da luz solar pela atmosfera terrestre, fenômeno conhecido como “Lua de Sangue”.
Esses eclipses são visíveis da Terra apenas em regiões onde é noite no momento do fenômeno. Diferentemente dos eclipses solares, as pessoas podem observar os eclipses lunares a olho nu, sem precisar de proteção especial.
Eclipse solar
Além do eclipse lunar, parte dos brasileiros poderá observar um eclipse solar em outubro. No dia 2, ocorrerá o alinhamento do Sol, da Lua Nova e da Terra, nessa sequência.
O eclipse solar ocorre quando a Lua se posiciona entre a Terra e o Sol, bloqueando parcial ou totalmente a luz solar que chega à Terra. Isso só pode acontecer durante a fase de Lua Nova, quando os três corpos celestes estão alinhados. Existem três tipos principais de eclipse solar:
- Eclipse Total: A Lua cobre completamente o Sol, lançando uma sombra (umbra) sobre uma parte da Terra. Para quem está nessa área, o dia se transforma temporariamente em noite, e é possível ver a coroa solar, a camada externa da atmosfera do Sol.
- Eclipse Parcial: A Lua cobre apenas uma parte do Sol. Isso acontece em áreas fora da zona de totalidade, onde a Lua não alinha-se perfeitamente com o Sol.
- Eclipse Anular: A Lua está alinhada com o Sol, mas por estar em uma parte mais distante de sua órbita, ela não cobre totalmente o Sol. Isso cria um anel brilhante ao redor da Lua, chamado de “anel de fogo”.
Durante um eclipse solar, a Lua projeta sua sombra sobre a Terra, mas como essa sombra é relativamente pequena, apenas as pessoas que estão no caminho dela conseguem observar o fenômeno. É fundamental que essas pessoas usem proteção adequada para os olhos, como óculos especiais, ao observar o eclipse solar, pois a luz intensa pode causar danos permanentes à visão.
Mais eclipses em 2024
Outros eclipses lunares em 2024 estão previtos para 17 de outubro e 15 de novembro. No entanto, destaque ainda para a maior e mais brilhante Lua do ano nascerá em outubro, quando o satélite deve estar cerca de 100 quilômetros mais próxima da Terra.
