14 de julho de 2025

Paranaenses estão tendo menos filhos e mais tarde


Por AEN Publicado 27/06/2025 às 18h01
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As mulheres do Paraná estão tendo menos filhos e cada vez mais tarde, segundo os dados do Censo Demográfico 2022, divulgados nesta sexta-feira, 27, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A tendência acompanha o movimento nacional de queda na fecundidade e mudanças no comportamento reprodutivo da população feminina.

A idade média de fecundidade no Estado passou de 27 anos em 2010 para 28,4 anos em 2022, um aumento de 1,4 ano em 12 anos. Apesar da elevação, o Paraná ainda é o estado com a menor idade média entre os estados do Sul – em Santa Catarina, a média é de 28,7 anos, e no Rio Grande do Sul, de 29 anos. A média nacional atual é de 28,1 anos.

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Hospital Trabalhador
Foto Gilson Abreu ANP
Hospital Trabalhador Foto Gilson Abreu ANP

Outro indicador que reforça essa mudança é o aumento do número de mulheres que chegaram à faixa dos 50 a 59 anos sem ter filhos. Em 2010, 9,5% das mulheres paranaenses nessa faixa etária não eram mães; já em 2022, esse percentual subiu para 13%.

O levantamento do Censo também mostra que a Taxa de Fecundidade Total (TFT) – que estima o número médio de filhos por mulher ao longo da vida reprodutiva – caiu de 1,74 em 2010 para 1,55 em 2022 no Paraná. O índice é igual à média nacional, mas ainda superior ao de estados como São Paulo (1,39), Rio de Janeiro (1,35), Rio Grande do Sul (1,44) e Santa Catarina (1,51).

Apesar disso, a taxa do Censo está abaixo do nível de reposição populacional, que é de 2,1 filhos por mulher. Segundo especialistas, esse nível é necessário para que a população de um país se mantenha estável ao longo do tempo. Com a taxa atual, a tendência é de envelhecimento e possível redução populacional nas próximas décadas – cenário que pode ser atenuado apenas com migração elevada ou mudanças significativas nas taxas de fecundidade.

O número médio de filhos que as mulheres de 50 a 59 anos tiveram ao longo da vida também reflete essa queda: passou de 2,9 filhos em 2010 para 2,2 em 2022.

De acordo com o IBGE, o adiamento da maternidade e a redução no número de filhos estão relacionados a mudanças profundas na sociedade brasileira. Entre os principais fatores estão o aumento da escolaridade feminina, a inserção no mercado de trabalho, o acesso a métodos contraceptivos e mudanças nos projetos de vida das mulheres. O custo de vida, a busca por estabilidade financeira e emocional antes de ter filhos e a maior autonomia das mulheres também influenciam essa realidade.

O levantamento do IBGE considerou mulheres com 12 anos ou mais de idade e se baseou em informações sobre o número de filhos nascidos vivos até 31 de julho de 2022, idade do último filho e número de filhos ainda vivos. Os dados completos estão disponíveis na plataforma SIDRA, o sistema de acesso a dados do IBGE.

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