Professor do Paraná pede para alunos fazerem releitura de ‘Abaporu’ e viraliza; veja o vídeo
O professor paranaense Deiviti Rodrigues viralizou nesta semana após divulgar alguns trabalhos de seus alunos do 1º ano do ensino médio. No vídeo postado nas redes sociais, Deiviti reuniu as melhores releituras da obra ‘Abaporu’, de Tarsila do Amaral, feitas pelos estudantes.
Entre as versões estavam princesas da Disney, a jornalista Glória Maria, o famoso copo Stanley, Ana Castela e até o cachorro ‘caramelo’. Confira:
O professor de Arte, que mora na cidade de Capitão Leônidas Marques, localizada a 97 km de Foz do Iguaçu, também é arquiteto e urbanista e engenheiro de segurança do trabalho.
Durante as manhãs, ele se dedica às aulas e decidiu aplicar o trabalho diferente para suas turmas em quatro colégios em que trabalha. O resultado surpreendeu o professor e rendeu um bom conteúdo, que chamou a atenção dos usuários da internet.
Segundo Deiviti, a ideia foi aproximar a teoria da Arte ao cotidiano dos alunos, para que eles absorvessem melhor o conteúdo a partir da experiência prática.
“Nas minhas aulas, eu sempre fui muito de fazer prática. E eu sempre tento dar uma aula que eu gostaria de ter tido na minha época. Então, eu sempre tento trazer a arte, a matéria, a arte um pouco mais próxima da realidade deles. Porque é muito complicado tu falar pra crianças, jovens de 15, 14 anos, algo muito distante da noção deles. Como falar do Renascimento, 500 anos atrás. Eles não têm essa noção de proximidade, então eu tento fazer algumas matérias buscando uma coisa mais próxima, alguma coisa do cotidiano deles, de algum gosto particular deles, ou das próprias características deles mesmo”, explicou Deiviti.
Abaporu
A aula em questão era sobre a obra ‘Abaporu’, uma pintura a óleo da artista Tarsila do Amaral, de 1928, considerada uma das principais obras do movimento modernista no Brasil. Para o professor, a prática facilitou o entendimento sobre a relevância da obra.
“Muitos conheciam a obra, só que não sabiam a importância dela. Aí tem todo o contexto, a explicação do porquê que ela existe, o porquê que ela pertence à arte e à cultura brasileira. Isso tudo mesclado com o conteúdo do Modernismo Brasileiro, Semana de Arte Moderna. Para deixar um pouco mais próximo deles, que eles pudessem ter feito aquele trabalho do Abaporu baseado em algo que eles gostassem”, disse.
Com a liberdade de criação, os alunos ‘refizeram’ o Abaporu de acordo com as coisas que mais gostavam ou achavam interessantes, o que rendeu ótimas releituras e ajudou o paranaense a ensiná-los.
“O bom da arte é que a arte é muito plural, ela é muito democrática. Então, eu tenho alunos que são pessoas do interior, então fizeram uma coisa mais interiorana. Os mais urbanos fizeram alguma coisa mais urbana. Alguns alunos gostam muito de anime, de cultura pop. Então, isso que é o bacana da arte, você consegue transformar ela, de acordo com o que você quer. Isso é muito valoroso e é muito produtivo, porque é uma coisa que eles gostam de fazer. É uma coisa que você não precisa ficar insistindo, obrigando. É uma coisa que já é gosto deles. Então é mais fácil eles se dedicarem”, contou o professor.