Nós usamos cookies para melhorar a sua experiência em nosso site, personalizar publicidade e recomendar conteúdo de seu interesse. Ao acessar nosso portal, você concorda com o uso dessa tecnologia. Saiba mais em nossa Política de Privacidade.

01 de julho de 2024

Quando termina o El Niño e inicia o La Niña no Paraná?


Por Rafael Bereta Publicado 23/03/2024 às 09h17
Ouvir: 00:00

Após um período de impacto marcante do fenômeno El Niño, os olhos agora se voltam para o início da temporada de La Niña no estado do Paraná.

curitiba__chuva003
Foto: Gilson Abreu/ANPr

O meteorologista do Sistema Meteorológico do Paraná (Simepar) Fernando Gomes, explica que entre o El Niño e a La Niña haverá uma fase neutra, onde a temperatura do Oceano Pacífico Equatorial ficará próxima dos valores normais climatológicos.

“As projeções dos modelos indicam que a transição do El Niño para a fase neutra é provável entre abril e junho de 2024. Já o desenvolvimento da La Niña é mais provável entre junho e agosto de 2024”, explica.

De acordo com o gráfico de probabilidades da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA, na sigla em inglês). As barras vermelhas indica a probabilidade de El Niño, as cinzas, de neutralidade e as barras azuis indicam a probabilidade de La Niña. 

image-61
Fonte: NOAA

La Niña no Paraná

Ao GMC Online, o meteorologista do Simepar Reinaldo Kneib, destacou que existe a previsão para o fenômeno La Niña se desenvolva ao longo do fim do outono e no inverno de 2024. “O fenômeno se desenvolve quando as águas do Oceano Pacífico Equatorial ficam com anomalias da temperatura da superfície do mar abaixo de -0,5 °C e esse resfriamento é suficiente para alterar a circulação geral da atmosfera sobre a bacia resfriada, por isso, é denominada fase fria do ENOS (el niño – oscilação sul) ou seja, é um sistema acoplado oceano-atmosfera”, disse.

De acordo com ele, a partir desse acoplamento e dependendo da intensidade do fenômeno e também da sua configuração, padrão da temperatura da superfície do mar, o evento em sua intensidade forte ou superior pode:

1) No inverno, o impacto em relação ao volume de chuva não será grande, porque já é o período mais seco, então o impacto será baixo, porém pode em se confirmando o evento na sua intensidade forte, atrasar o retorno da chuva que geralmente acontece a partir da segunda quinzena e principalmente de outubro em diante;

2) Favorecer a diminuição da temperatura média do ar no decorrer do inverno e primavera de 2024. Podemos registrar ondas de ar frio tardias, no decorrer da primavera e em alguns casos as ondas de ar frio podem ocasionar a formação de geadas, principalmente sobre as regiões Oeste, Sudoeste, Central e Sul do Paraná. Nesse sentido a agricultura pode ser impactada negativamente pela falta de precipitação e umidade do solo mais baixa que o normal para a época do ano e isso pode gerar algum atraso, perda de produtividade na fase de germinação dos cultivares;

3) Além da redução de produtividade em alguns cultivos pela falta de chuva e temperaturas baixas, pode a longo prazo, se o fenômeno avançar, continuar impactando o clima do Paraná no verão de 2024/2025, provocar seca e possível desabastecimento urbano, contudo esse ponto ainda precisa ser monitorado e avaliado conforme o desenvolvimento e projeções futuras do fenômeno.

El Niño e La Niña no Brasil

No Brasil, os fenômenos El Niño e La Niña exercem influências distintas sobre o clima, provocando mudanças significativas em diferentes regiões do país.

Durante o El Niño, é comum observar um aumento na ocorrência de chuvas na região Sul durante o inverno e a primavera, enquanto áreas do Norte e Nordeste enfrentam uma redução na precipitação durante o verão. Essa variação climática pode afetar diretamente a agricultura, os recursos hídricos e a infraestrutura nessas regiões.

Por outro lado, o La Niña tende a causar períodos de seca na Região Sul, enquanto o Norte e o Nordeste experimentam um aumento significativo nas chuvas. Essas condições climáticas podem ter implicações importantes para a produção agrícola, a segurança alimentar e a gestão de recursos hídricos nessas áreas.

Embora os efeitos do El Niño e La Niña sejam menos marcantes no Sudeste e Centro-Oeste, essas regiões também não estão imunes às suas influências.

Durante o El Niño, é comum observar uma irregularidade nas chuvas e um aumento nas temperaturas, enquanto o La Niña tende a facilitar a entrada de ar frio de origem polar, podendo resultar em invernos mais frios e prolongados.

image-62
Quando termina o El Niño e inicia o La Niña no Paraná?. Foto: Thiago Louzada

Entenda a transição entre os fenômenos El Niño e La Niña

De acordo com informações do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), durante o período da La Niña, as regiões Norte e Nordeste do Brasil, têm maiores chances de chuvas regulares, podendo ultrapassar a média em algumas localidades.

Já na Região Sul e parte do Centro-Oeste e Sudeste, a chuva ocorre de forma irregular e aumentam os riscos de seca ou estiagem, principalmente durante a primavera e o verão.

Ainda não se pode afirmar a intensidade da La Niña, mas a previsão indica que ultrapasse a categoria de fenômeno fraco. Veja a baixo a trânsição entre os fenômenos.

Vídeo: Reprodução/Inmet

Com informações de Climatempo e Instituto Nacional de Meteorologia.

Pauta do Leitor

Aconteceu algo e quer compartilhar?
Envie para nós!

WhatsApp da Redação