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22 de novembro de 2024

Região: Saiba como está a mulher que ficou paraplégica da ‘noite para o dia’


Por Evandro Mandadori Publicado 10/07/2022 às 11h07 Atualizado 20/10/2022 às 12h20
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Patrícia ao lado da filha em um evento voltado para as mães no colégio. Foto: Arquivo Pessoal

Foi da noite para o dia, em março de 2021, que a moradora de Marialva Patrícia de Castro Ortiz deitou-se para dormir se sentindo bem e acordou no dia seguinte sem conseguir mexer ou sentir seu corpo do pescoço para baixo. A situação, na época, além de assustadora, era muito preocupante, pois foram meses para chegar a um diagnóstico que explicasse o que aconteceu com Patrícia. Sem nenhuma conclusão pela medicina, era impossível acertar um tratamento para que a autônoma pudesse ver uma melhora na saúde.

Foram consultas em 8 neurologistas na região de Maringá na tentativa de poder descobrir que doença acometeu Patrícia naquela madrugada em que teve os movimentos do pescoço para baixo totalmente paralisados. Atividades simples como poder dar comida para a filha, limpar a casa e administrar o pet shop que mantinha com o esposo, foram comprometidas. Os dias se resumiam em ficar imóvel em cima de uma cama.

“Foi muito difícil. Me senti muito mal, me sentindo como se eu não tivesse valor nenhum, não servisse mais para nada. É um sentimento terrível. Às vezes a gente pensa que vai voltar ao normal, tem esperança, só que às vezes a gente vê que é tudo muito complicado.”

Foto: Arquivo pessoal/ Patrícia após ficar tetraplégica em março de 2021


A descoberta da doença


Em uma dessas idas e vindas à procura de um profissional que pudesse responder o que aconteceu com Patrícia, a família recebeu a indicação de um médico de Maringá que pudesse chegar a um diagnóstico. Foi quando exames e sintomas apontaram que ela apresentava uma doença rara identificada como encefalite autoimune desmoralizante, que é uma inflamação do cérebro que surge quando o sistema imune ataca as próprias células cerebrais, prejudicando o seu funcionamento e provocando sintomas como alterações visuais, convulsões ou agitação, por exemplo, que podem ou não deixar sequelas.

“Foram 8 neurologistas que eu passei e eles nem queriam pegar o meu caso. Disseram que não tinha nem o que fazer. Que eu precisava acostumar com a situação. Foram 32 dias internadas no H.U. e me mandaram embora, afirmando que tudo que poderia ser feito já tinha sido feito. Que não tinha nada mais para fazer. Só que eu não desisti”, ressaltou Patrícia.

O tratamento com resultados

Com a descoberta da doença autoimune, o quadro de saúde da Patrícia começou a melhorar, pois os médicos ao menos sabiam com o que estavam lidando e poderiam entrar com um tratamento mais adequado. Hoje, a marialvense de 36 faz o uso de vários remédios, mas um deles é fundamental para que ela possa retomar os movimentos. O medicamento que é intravenoso, custa entorno de R$ 40 mil e está sendo ofertado pelo Sistema Único de Saúde (SUS). São três aplicações consecutivas a cada 30 dias.

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“Graças a Deus nós vemos a melhora dia após dia. Não tenho palavras para dizer o quanto é bom ver ela tendo avanços nos movimentos. Aos poucos firmou o pescoço, depois vieram os movimentos dos braços e hoje ela já pode realizar algumas atividades com as mãos”, afirmou o marido, Fábio Ortiz.

Foto: Arquivo pessoal. Patrícia com o esposo Fábio.


Nos últimos meses, com a melhora dos movimentos dos braços de Patrícia, a família lançou uma campanha para comprar uma cadeira de rodas elétrica e facilitar a locomoção. Deu certo. Com a ajuda dos amigos, empresários da cidade e do Programa Beija-flor na TV eles arrecadaram R$ 15 mil para a compra que já foi realizada.

Pedido de ajuda


Até agora a trajetória da família tem sido de conquistas para melhorar a vida de Patrícia, seja na luta de conseguir o tratamento no sistema de saúde ou até mesmo na adaptação na própria casa, já que esse ‘pesadelo’ veio da noite para o dia. O novo desafio está no pedido dos médicos, uma fisioterapia especializada, que eles não encontraram no SUS. Segundo especialistas, esse método pode ajudar a marialvense a retomar as atividades nas pernas, que continuam paralisadas.

“Essa fisioterapia é o therasuit. É um treino intensivo que estimula as pernas e é feito com elásticos suspensos o médico explicou para gente. Tudo elaborado de acordo com as necessidades da minha esposa. Só que essa fisioterapia é cara e não tem pelo SUS, estamos lutando para ver uma forma de conseguir. Precisamos de ajuda nisso”, afirmou o esposo Fábio.

Sentimento de vitória

A família mantinha um Pet Shop em Marialva, onde moram. Eles fecharam o imóvel comercial e passaram a atender em casa. Era a Patrícia que ficava em tempo integral na empresa e isso prejudicou na renda familiar da casa. Fábio hoje mantém alguns atendimentos e a renda vem também do benefício que a esposa recebe por meio do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), por não poder trabalhar mais. A mulher que superou o pesadelo da noite para o dia.

Apesar de tudo isso, Patrícia faz questão de deixar uma mensagem de vitória para quem acompanhou o caso dela. “Do mesmo jeito de quando eu acordei sem me mexer, eu quero dizer que hoje eu mexo meus braços tenho firmeza no tronco eu quero passar essa mensagem para as pessoas. Não perca a esperança, nem quando os médicos disserem que não tem mais jeito, igual foi no meu caso. Disseram que era para eu desistir. Que a última palavra vem de Deus”, disse Patrícia.

Foto: Arquivo pessoal de Patrícia com as filhas.



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