Simepar prevê primavera quente com chuva ligeiramente abaixo da média no Paraná


Por Redação GMC Online

A primavera começa às 09h44 deste domingo, 22 de setembro, e termina às 6h20 de 21 de dezembro. Segundo a previsão do Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná (Simepar), o primeiro dia da estação será quente com pouca chuva em todas as regiões. O tempo fica ensolarado nas regiões Norte, Noroeste, Norte Pioneiro, Sudoeste e Oeste. Permanece nublado na Capital, Litoral, Sudeste e Sul.

A temperatura mínima prevista é de 15 ºC em Guarapuava, Jaguariaíva, Ponta Grossa e na Capital. A máxima deve atingir 33 ºC em Paranavaí, Umuarama, Maringá, Londrina, Jacarezinho e Guaíra. 

Foto: Ilustrativa/Manuel de la Fuente/Pixabay

La Niña

À medida que se aproxima o verão, os dias se tornam progressivamente mais longos e quentes. Neste ano, o fenômeno meteorológico La Niña se forma entre a primavera e o verão, com intensidade fraca, influenciando o clima paranaense até o primeiro trimestre de 2025. “Além disso, as águas do Oceano Atlântico Sul e a temperatura média do ar sobre a América do Sul continuarão mais quentes que o normal”, afirma o meteorologista do Simepar, Reinaldo Kneib. 

A previsão indica que as temperaturas médias do ar ficarão acima da normalidade para a estação em todo Paraná. De acordo com os dados históricos, os maiores valores de temperaturas máximas são habitualmente registrados nas regiões Oeste, Sudoeste, Norte e Litoral. Em outubro, a chuva deve seguir o padrão de normalidade. Em novembro e dezembro, fica entre próxima e abaixo da média histórica em todas as regiões. “São esperadas ondas de calor e longos períodos sem chuvas”, observa o meteorologista. 

Por ser considerada uma estação de transição entre o inverno e o verão, a primavera favorece a ocorrência de eventos meteorológicos severos como rajadas de ventos fortes, granizos, alta incidência de raios e chuvas volumosas. A previsibilidade desses episódios é desafiadora e muito difícil de ser realizada com grande antecedência. Por esse motivo, o monitoramento sistemático das condições meteorológicas e a emissão de alertas de curto prazo são essenciais para prevenir e mitigar os efeitos na sociedade.

Agrometeorologia

A agrometeorologista do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-Paraná), Heverly Morais, orienta os produtores a adotarem cuidados com as plantações nesta primavera. “O cenário é preocupante por causa das temperaturas muito elevadas e chuvas abaixo da média climatológica, com distribuição irregular e períodos prolongados de estiagem”, afirma. 

Culturas como soja, milho e feijão podem ser afetadas de diversas maneiras, incluindo atraso na semeadura, germinação desuniforme, crescimento inadequado das plantas e desenvolvimento deficiente dos grãos. Para mitigar os efeitos desses períodos secos e quentes, é recomendável escalonar a semeadura utilizando cultivares de ciclos diferentes. Deve ser evitado o uso de uma população de plantas superior à recomendada. É importante escolher sementes de boa qualidade e cultivares adaptadas à região, mantendo o equilíbrio nutricional.

As altas temperaturas e ondas de calor podem prejudicar as hortaliças, especialmente as folhosas, que exigem muita água para irrigação. É alto o risco de danos a culturas como café, cana-de-açúcar, mandioca e frutíferas, bem como às pastagens. Comuns na primavera, eventos meteorológicos extremos, como vendavais e granizo, podem causar danos físicos nas plantas e prejuízos significativos. Chuvas intensas podem provocar erosão do solo e aumentar a incidência de pragas e doenças.

Plantio direto

Os períodos de estiagem durante a safra das grandes culturas têm sido recorrentes no Paraná. Uma estratégia preventiva eficaz para melhorar a estrutura do solo e aumentar o armazenamento de água é o cultivo com a incorporação de plantas de cobertura em sistemas de plantio direto. Essa técnica aprimora os atributos físicos e químicos do solo, favorecendo a infiltração de água e aprofundando as raízes. Além disso, reduz a temperatura e a evaporação do solo, mantendo a água disponível para as plantas durante períodos de estiagem fraca e moderada.

Segundo a agrometeorologista Heverly Morais, “é fundamental que essa prática seja planejada e acompanhada por assistência técnica, já que os benefícios são obtidos em médio e longo prazos”.

Valores médios históricos da primavera

A tabela a seguir traz os valores médios históricos de chuva (faixa de variação), temperaturas do ar mínimas e máximas para cada região do Paraná nos meses de outubro, novembro e dezembro.

Fonte: Simepar

Obs.: Estes dados são divulgados para fins de informação como referenciais das médias históricas para a estação. Não devem ser utilizados para deduções sobre previsão do tempo, a qual é feita por profissionais de meteorologia com base na análise de um conjunto de fatores e indicadores de monitoramento ambiental da atualidade.

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