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17 de julho de 2024

A história por trás das dezenas de túmulos de crianças em cemitério da região


Por Fábio Guillen Publicado 25/09/2020 às 12h45 Atualizado 25/02/2023 às 16h07
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São pelo menos 170 túmulos idênticos de crianças que morreram por falta de vacina
Foto: GMC Online

Túmulos de crianças, de 1 metro de comprimento, todos brancos e lado a lado formam uma cena chocante no Cemitério Municipal de Floresta, cidade que fica na região noroeste do Paraná, distante 28 km de Maringá. 

Os pequenos túmulos onde estão enterradas crianças, a maioria recém-nascidas, chamam a atenção de quem visita o pequeno cemitério, que fica às margens da PR-546. São, pelo menos, 170 túmulos idênticos de crianças que morreram na década de 1950. 

Grande parte das crianças foi enterrada poucos dias após o nascimento. Algumas com três dias, uma semana e, em alguns casos, um mês. As causas das mortes, segundo a Secretaria de Saúde de Floresta, eram rubéola, tétano, paralisia infantil, sarampo, dentre outras doenças. 

De acordo com a secretária de Saúde de Floresta, Lidiane Maria Barbosa, foi um período em que faltou vacina em todo o Brasil. Na época, morriam mais crianças do que adultos no Município, por isso uma das alas do cemitério está lotada de sepulturas de crianças. 

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“Falta de vacina de rubéola, tétano, paralisia infantil e outros. Era algo que na época gerou muita repercussão. Floresta acabou ganhando destaque porque morreram muitas crianças. Na época, o prefeito teve o cuidado de fazer os túmulos iguais para as famílias que não tinham condição. A vacina não chegava nas pequenas cidades e muitos moradores eram da zona rural e as crianças nasciam nos sítios e os pais não faziam acompanhamento nenhum e nem vacinavam quando tinha. Foi um período muito difícil”, disse a atual secretária de Saúde de Floresta. 

Muitas famílias já não vivem mais em Floresta e os túmulos são cuidados pela prefeitura
Foto: GMC Online

As mortes aconteceram entre os anos de 1950 e 1960. Muitos pais que perderam seus filhos por doenças que não estavam erradicadas na época não moram mais em Floresta, município que conta com 6.851 habitantes, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Mesmo assim, a prefeitura cuida das sepulturas e as mantém sempre limpas e pintadas de branco. 

“Muitas famílias já foram embora. Não vivem mais aqui porque faz muito tempo né. Uma das professoras de uma funcionária nossa era enfermeira na época e viu as crianças morrendo. Ela era também professora universitária e passava para os alunos de enfermagem esse episódio triste como ensinamentos da importância da vacina”, disse Lidiane Maria Barbosa. 

Os 170 túmulos das crianças que morreram por doenças diversas ficam logo na entrada do Cemitério Municipal de Floresta, que é aberto diariamente à visitação.

Veja mais fotos dos túmulos

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