UEM é premiada e médico maringaense é homenageado pela contribuição à reumatologia
A Universidade Estadual de Maringá (UEM) teve participação de destaque no Prêmio Acir Rachid 2025, da Sociedade Paranaense de Reumatologia (SPR), conquistando o 1º e o 3º lugares na categoria Trabalho Científico. As pesquisas premiadas reforçam o papel da instituição como polo científico de referência no Paraná e revelam avanços importantes para o diagnóstico e o cuidado de pacientes com doenças autoimunes. A premiação ocorreu durante a confraternização anual da SPR em Curitiba, ocasião em que o médico e professor maringaense Dr. Paulo Roberto Donadio, atual coordenador do curso de Medicina da UEM, foi um dos homenageados da noite.
Anualmente, um médico reumatologista membro da sociedade tem o trabalho na formação em pesquisa e profissional reconhecido pela instituição. A homenagem destaca o papel de Donadio na consolidação da reumatologia em Maringá e na formação de gerações de médicos. Referência na especialidade em Maringá e com quase cinco décadas de dedicação ao ensino, Donadio soma 49 anos de formação médica, 46 anos de atuação na reumatologia. Se tornou professor da disciplina de Reumatologia em 1992 e foi responsável pela criação do serviço de residência médica em reumatologia da UEM, em 2010, que hoje é referência estadual, e também atua diretamente na articulação entre pesquisa, formação e assistência no Hospital Universitário de Maringá. “É um orgulho, uma honra receber essa homenagem”, diz o médico.
Os dois trabalhos premiados da UEM tiveram o envolvimento do médico maringaense. O que levou o primeiro lugar investigou 90 mulheres com lúpus eritematoso sistêmico, uma doença autoimune cujo tratamento inclui imunossupressores e pode aumentar a vulnerabilidade a infecções. O estudo avaliou a relação entre o lúpus e a presença de HPV de alto risco oncogênico, associado ao câncer do colo do útero. Segundo Donadio, trata-se de uma pesquisa de grande relevância pela escassez de estudos sobre o tema:
“É um trabalho que tem pouca coisa na literatura. Estamos finalizando para enviar a uma publicação internacional”. A pesquisa foi desenvolvida em parceria com o serviço de reumatologia do HU-UEM e com o Programa de Pós-Graduação, com orientação da professora Marcia Consolaro e participação de alunos e médicos da instituição.
O terceiro lugar foi conquistado por um trabalho de iniciação científica que revisou métodos de detecção precoce de toxicidade ocular causada pela hidroxicloroquina, medicamento amplamente utilizado em pacientes com lúpus e outras doenças autoimunes. A pesquisa mapeou as melhores estratégias de triagem para identificar a impregnação da droga na retina, condição que pode levar à retinopatia irreversível se não diagnosticada a tempo. Conduzido por um aluno do 4º ano de Medicina, sob orientação da professora Andrea Diniz e coorientação de Donadio, o estudo mostra a força da integração entre graduação, farmacologia e assistência clínica.
“A gente concorre por duas razões: primeiro, é um prêmio importante para nós, porque recebe o nome do doutor Acir Rachid, já falecido, que foi o fundador da reumatologia no Paraná praticamente, fundador da sociedade paranaense, foi professor da Universidade Federal do Paraná durante muitos anos da sua vida, trabalhou até os 90 anos, então ele é uma figura importante na reumatologia, e também porque com isso a gente estimula alunos residentes a manterem essa atividade de pesquisa, de publicação da área de reumatologia”, diz o médico e professor homenageado.
