
Horas antes de ser assassinada nesta segunda-feira, 19, Karoline Verri Alves, 17 anos, estudante morta no Colégio Estadual Professora Helena Kolody, em Cambé, norte do estado, procurou um padre da igreja que frequentava para se confessar.
“A Karolina se confessou no sábado, 16. Se preparou. Ela ligou para um padre na segunda de manhã, às 7h, dizendo querer se confessar. Isso da parte dela era sempre um desejo. Um desejo de sempre estar preparada para este momento”, falou o padre Luciano Macedo, responsável pela Paróquia Santo Antônio, em entrevista ao G1.
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O padre ainda destacou que Karoline era frequentadora da paróquia e que ela sempre procurava a igreja para se confessar. “Ela sempre falava para mãe e para o pai ‘ai e quero me confessar porque a gente não sabe a hora que a gente vai morrer então quero estar preparada”, disse o religioso.
O crime
Um ex-aluno entrou na instituição por volta das 9h de segunda-feira, alegando precisar de um historico escolar. Em seguida, ele foi ao pátio do colégio e fez, ao menos, 16 disparos. Karoline morreu ainda no colégio com um tiro na cabeça. O corpo está sendo velado nesta terça-feira.
Luan Augusto da Silva, namorado dela, também foi atingido na cabeça. Ele chegou a ser socorrido e encaminhado para o hospital, mas não resistiu e morreu na madrugada desta terça-feira, 20. O Hospital Universitário de Londrina (HU) informou na manhã desta terça-feira, 20, que a família do estudante autorizou a doação de órgãos.
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‘Ela morreu inocente’
O pai de Karoline Verri Alves, 17 anos, Dilson Antonio Alves, afirmou que “a filha era uma menina de ouro e não merecia o que aconteceu”.
O relato foi dado em entrevista concedida após ele sair do Instituto Médico-Legal (IML), para onde foi levado o corpo da adolescente.
“É uma grande tragédia. Não fiquei sabendo do que seria a motivação, mas a minha filha é uma menina de ouro, uma menina que não merecia o que aconteceu. Ela morreu inocente e eu quero que essa morte dela seja uma comoção geral mesmo. A morte dela vai salvar vidas”.
Assassino disse que não conhecia vítimas, segundo secretário
O secretário de Segurança Pública do Paraná, Hudson Teixeira, disse que o assassino não conhecia as vítimas. O assassino é investigado por homicídio, tentativa de homicídio e porte ilegal de arma de fogo.
Segundo o secretário, o rapaz atirou no corredor do colégio e foi até o local em que as vítimas participavam de uma aula de Educação Física.
A Secretaria de Segurança Pública do Paraná (Sesp) informou que, além da arma, apreendeu com o assassino um caderno com anotações sobre ataques em escolas, incluindo o ataque em Suzano, em São Paulo.
A secretaria ainda informou que, em contato com a família do assassino, foi informada de que ele é esquizofrênico e que faz tratamento para a doença.
Suspeitos
Ainda na segunda-feira, após a tragédia, um homem de 21 anos foi preso e um adolescente, de 13 anos, foi apreendido. Os dois são suspeitos de ajudar a planejar o ataque, segundo o secretário Hudson Teixeira.
Com informações do g1.