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26 de dezembro de 2024

Clínica de reabilitação em Maringá é suspeita de submeter crianças a trabalho análogo à escravidão


Por Victor Ramalho/CBN Maringá Publicado 14/06/2022 às 19h24 Atualizado 21/10/2022 às 01h01
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Imagem Ilustrativa | Foto: Arquivo/CBN Maringá

A Polícia Civil de Maringá, através do Núcleo de Proteção à Criança e ao Adolescente (Nucria) cumpriu nesta terça-feira, 14, dois mandados de busca e apreensão em Maringá e Paiçandu. O alvo das investigações é um local, que denomina-se como uma clínica de reabilitação para dependentes químicos e que funciona em Maringá, mas que estaria submetendo crianças e adolescentes a trabalho em condições análogas à escravidão.

A clínica, segundo as autoridades, seria comandada por um casal de líderes religiosos. Uma investigação conduzida pelo Nucria apontou que uma criança de 7 anos trabalhou por meses na casa de recuperação, em jornadas exaustivas e condições degradantes de trabalho, como explica a delegada do Núcleo de Proteção à Criança e ao Adolescente de Maringá, Karen Friedrich.

“Nós cumprimos dois mandados de busca e apreensão, um em Maringá e um em Paiçandu, referentes a uma investigação de crime de redução à condição análoga a de escravo. Um inquérito que nós instauramos constou que uma criança de 7 anos teria trabalhado aqui em Maringá em um local que se denominava ‘casa de recuperação’, trabalhada de segunda a domingo, em uma jornada exaustiva, em uma condição degradante de trabalho”, disse.

Auditores da Gerência Regional do Trabalho em Maringá e os Conselhos Tutelares de Maringá e Paiçandu também participaram da ação. Nesta terça-feira, 14, não foram localizados menores de idade na clínica, mas constatou-se possível prática do crime contra adultos em situação de vulnerabilidade e que estariam internados no local.

“Estão no local, apesar do consentimento, a gente percebeu que são pessoas vulneráveis, usuários de drogas. Além de não receberem nenhuma contraprestação pelo trabalho, não usavam nenhum equipamento de proteção, estavam se alimentando de comida estragada. […] E também trabalhavam exaustivamente”, disse.

Em Maringá, nenhuma pessoa foi presa. No endereço de Paiçandu, foi localizada uma mulher com um mandado de prisão em aberto por tráfico de drogas. As investigações deverão continuar nos próximos dias.

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