A maringaense Maressa Nunes viveu momentos de terror na semana passada. O apartamento em que ela e uma amiga estavam hospedadas, no Chile, foi invadido por um homem armado. Ela foi agredida e sofreu fraturas na mandíbula, nos ossos do nariz e dos olhos.
Maressa e uma amiga foram ao Chile em uma viagem de turismo. A volta estava marcada para a quarta-feira, dia 26 de junho. Mas na noite do dia 24 o apartamento em que as amigas estavam hospedadas foi invadido por um ladrão.
Elas tinham pedido comida por aplicativo e pensaram que o homem fosse o entregador. Ele rendeu as jovens e fez uma chamada de vídeo para que outros homens fossem ao local.
Foi o que Maressa contou em áudio para a família.
“Ele ligou para os amigos dele e falou ‘venham que tá muito fácil’ e isso em chileno ele falando, ‘venha que tá muito fácil, é só passar pela recepção e filmou eu e minha amiga e falou ‘olha que chicas lindinhas, que chicas princesas’. Então eu pensei: esse cara não vai só roubar. Esse cara tá vindo e trazendo mais homens pra fazer uma arruaça, e aí nesse momento eu comecei a falar, por favor, não chama seus amigos, leva tudo, a gente fica aqui, leva tudo. E na hora nem falava espanhol. Aí ele falou ‘habla comigo em espanhol’, aí eu tentei falar um pouco espanhol ‘leva tudo, a gente fica aqui quieta, a gente promete que fica quieta’. E ele ‘cala a boca, meus parceiros vão subir’. Ele queria que os meninos subissem, sabe. Então fiquei pensando, gente, eles não querem só roubar, eles vão estuprar, vão fazer algo a mais. Foi aí que consegui pegar a arma dele, que tava em cima da pia enquanto ele tava na chamada de vídeo, e aí eu peguei a arma dele, aí demorou um pouquinho mas ele conseguiu tomar de mim, ele tomou, aí depois que ele tomou foi quando ele ficou muito violento. Confesso que essa minha atitude deixou ele mais nervoso. Só que na hora eu tava pensando em me salvar e não sofrer possivelmente um estupro, algo do tipo né”, relatou.
Os invasores só saíram do local quando o verdadeiro entregador de comida chegou e a portaria do prédio suspeitou de algo errado.
“A gente tinha pedido comida, então o entregador chegou pra entregar comida e o porteiro não conseguia contato com a gente, então mandaram a guarda municipal. Nisso a guarda começou a bater na porta. Os bandidos conseguiram fugir pela sacada do sétimo andar. Ainda renderam o morador do segundo andar. Basicamente foi isso”.
Família pede ajuda para trazer jovem ao Brasil
A família foi ao Chile e pede ajuda ao Itamaraty para trazer Maressa de volta ao Brasil. Por causa do estado de saúde, Maressa só pode ser transportada em um avião com UTI.
A família também criou uma ‘vakinha online’, para arrecadar recursos para o transporte e tratamento.
Em nota, o Ministério das Mulheres informou que:
“O Ministério das Mulheres informa que a Ouvidoria e a Assessoria Internacional da pasta estão acompanhando o caso de Maressa Nunes, brasileira que foi vítima de graves violências no Chile. A Assessoria Internacional está em contato com as autoridades chilenas para acompanhar a investigação do caso e as questões burocráticas do atendimento médico.A Ouvidoria está em contato com a irmã de Maressa, aguardando notícias sobre o atual estado de saúde dela. Por enquanto, não há atualização do boletim médico nem de eventual retorno ao Brasil, pois precisa dessa avaliação.No fim de semana, a ministra Cida Gonçalves se manifestou sobre o caso no X, onde deixou sua solidariedade à Maressa e sua amiga, que teve ferimentos leves. O Governo Brasileiro repudia todo e qualquer ato de violência contra as mulheres.”
No X, antigo Twitter, a ministra Cida Gonçalves também se pronunciou sobre o caso:
Bom dia! Informo que o @mindasmulheres, por meio de sua Ouvidoria e da Assessoria Internacional, e o @ItamaratyGovBr estão acompanhando o caso de Maressa Nunes, brasileira que foi vítima de graves violências no Chile. Assim que recebemos a denúncia por meio da irmã de Maressa e…
— Cida Gonçalves (@CidaMulheres) June 30, 2024
Reportagem atualizada às 15h12 de 01/07/2024 para acrescentar a nota do Ministério das Mulheres e o post da ministra Cida Gonçalves