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19 de abril de 2024

Cosplayer do Coringa diz ter sido torturado e ameaçado de estupro


Por Folhapress Publicado 18/10/2019 às 16h10 Atualizado 24/02/2023 às 17h34
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Cosplayer do Coringa, Michael Giordano, 34, afirmou que foi roubado e torturado, no último domingo (13), por seguranças da BGS (Brasil Game Show), feira de games que aconteceu entre os dias 10 e 13 deste mês no Expo Center Norte, na zona norte de São Paulo. A assessoria da BGS diz que suspendeu o contrato com a empresa que fazia a segurança do evento.

Em vídeo publicado em seu perfil no Facebook, Giordano diz que, após ter entrado na feira, precisou sair para retocar o visual do personagem e questionou a um segurança se poderia voltar normalmente -este teria respondido: “Pode, tranquilo”.

Ao retornar para feira, porém, ele afirma que foi barrado por alguns seguranças: “Chegaram dois caras do lado e disseram: ‘O que está acontecendo? Você não vai entrar e pronto, acabou’. Eu disse: ‘Não se mete que eu estou falando com o pessoal aqui'”. “‘O cara já foi e deu uma gravata. Ele quase me estrangulou”, afirma Giordano.

O cosplayer contou, ainda, que foi arrastado para uma sala nos fundos do evento. “Joguei minha mão para trás para tentar me desvencilhar. Não sei se acertou neles. Daqui a pouco veio um soco na minha cara. Tomei mais outro. E os caras começaram a me arrastar lá para trás”, relembra.

“Começaram: ‘Você é o Coringa, né?'”, disse. “Eu apanhei durante 40 minutos ou mais, de pelo menos 12 pessoas. Fui espancado violentamente e torturado. Eles me queimaram com cigarro”, continua, dizendo que teve uma das costelas quebradas e nove fraturas, além de uma ameaça de estupro.

Giordano usava um vestido de enfermeira, assim como o Coringa que aparece no filme “Batman: O Cavaleiro das Trevas” (2008). “Eles me colocaram contra a parede e começaram a falar: ‘[…] Vamos estuprar o Coringa porque ele é viado, está usando saia'”, lembra. A vítima diz que os seguranças não usavam qualquer identificação.

A assessoria da BGS diz que a feira está analisando o caso desde que foi comunicada pela advogada de Giordano. A intenção é não tomar nenhuma decisão “precipitada ou leviana”, mas sim “adotar medidas justas com todos os envolvidos”. “Preferimos arcar com o ônus de uma resposta supostamente tardia a, apressadamente, apontar culpados”, diz uma nota oficial divulgada pela assessoria do evento. A empresa de segurança terceirizada envolvida no caso teve o seu contrato suspenso até a completa apuração dos fatos.

No vídeo, Giordano aparece com um olho roxo e ferimentos nas pernas. “A BGS não fez nada”, diz ele, que afirma fazer cosplay há 12 anos. “Tenho imagens deles tirando as câmeras de seguranças”, completa Giordano, que também publicou nas redes sociais um documento no qual mostra o resultado de seus exames médicos.

Em outro momento, Giordano afirma que ficou com a roupa ensanguentada e que teve sua carteira e equipamentos de cosplay roubados. “Eu vivi um inferno. Pensei que eu ia morrer […] Ninguém pode imaginar a humilhação que eu passei. Eles me levaram até o carro. Tive que entrar no carro e vim dirigindo até em casa para procurar uma ajuda.”

A Secretaria da Segurança Pública de São Paulo afirmou que Michael Giordano compareceu ao 74º DP na quarta (16) para fazer boletim de ocorrência e que o caso é investigado pelo 9º DP, que realiza diligências para identificar os autores do crime. A secretaria disse ainda que um inquérito foi instaurado para apurar os crimes de lesão corporal e roubo.

Confira a resposta da BGS na íntegra:

“Desde segunda-feira, quando a BGS foi procurada pela advogada Daniela Conti, representando o cosplayer Michael Giordano Martins Pereira, nos debruçamos sobre o caso para entender os fatos e, de maneira responsável, adotar medidas justas com todos os envolvidos.

Quem conhece a história da BGS sabe que nossa postura é de respeito e acolhimento, seja com as comunidades gamers, de cosplayers e de influenciadores, seja com nossos parceiros, fornecedores, prestadores de serviço etc. Não seria, portanto, num caso com a gravidade relatada, que tomaríamos alguma decisão precipitada ou leviana. Preferimos arcar com o ônus de uma resposta supostamente tardia a, apressadamente, apontar culpados.

E é em respeito ao público fã da BGS e a todos que nos acompanham nessas 12 edições, que agora informamos que a empresa de segurança terceirizada envolvida no caso teve o seu contrato suspenso até a completa apuração dos fatos e estamos buscando todas as provas para punir os culpados com todo o rigor da lei. Sabemos que isso não apaga ou sequer diminui os transtornos causados ao cosplayer Michael, e já estamos em contato com sua representante legal para auxiliar em tudo o que for necessário.

A BGS sempre vai buscar a paz pois é o ponto de encontro de crianças, jovens, adultos e famílias que têm nos games uma forma saudável de união e diversão. Não incentivamos, aprovamos ou endossamos nenhum tipo de agressão física ou moral. Independente das circunstâncias, comportamentos violentos são inaceitáveis e absolutamente incompatíveis com os valores da BGS.”

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