Nós usamos cookies para melhorar a sua experiência em nosso site, personalizar publicidade e recomendar conteúdo de seu interesse. Ao acessar nosso portal, você concorda com o uso dessa tecnologia. Saiba mais em nossa Política de Privacidade.

23 de novembro de 2024

Delegado vai ouvir testemunhas para apurar agressão a angolanos


Por Luciana Peña/CBN Maringá Publicado 11/11/2020 às 15h19 Atualizado 26/02/2023 às 05h26
Ouvir: 00:00
Printscreen do vídeo da agressão

A Polícia Civil está investigando o caso de dois angolanos que foram agredidos e arrastados para fora de um comércio de bebidas localizado no Jardim Aclimação, em Maringá. As imagens das agressões chegaram às mãos do delegado Diego Freitas nesta terça-feira, 10.

O delegado ainda está analisando as imagens e identificando os envolvidos para começar a ouvir os depoimentos. Só a partir daí, será possível entender se houve um crime de lesão corporal ou um crime mais grave de racismo.

As agressões ocorreram no último sábado, 7, numa loja de conveniência no Jardim Aclimação.

No vídeo é possível ver dois angolanos sendo agredidos por um grupo de pessoas. Os angolanos desmaiam e são arrastados para fora da loja. Assista aqui.

O delegado Diego Freitas diz que a agressão fica clara no vídeo, resta saber a motivação.

“O que temos, no momento, são os vídeos publicados pela imprensa. Pelas imagens, fica claro que houve uma agressão. Se foi de natureza grave ou leve, isso será apurado no exame de lesão corporal. O que precisamos apurar agora é qual foi a motivação dessa agressão, se foi por conta de racismo, por exemplo. Se for comprovado isso, muda-se a configuração do tipo penal. Vamos avaliar a partir das oitivas de todos os envolvidos”, explicou.

Segundo a defesa dos angolanos, a agressão começou sem qualquer motivo. Os angolanos pagaram cinco cervejas, mas ficaram do lado de fora e iam buscando cada garrafa à medida em que bebiam. Na última cerveja começaram as agressões porque uma pessoa que se identificou como gerente proibiu que eles entrassem no estabelecimento.

A CBN Maringá entrou em contato com a empresa para ouvir a versão do proprietário. Na primeira ligação, o funcionário apenas disse que o dono da loja não estava disponível e desligou o telefone. No segundo contato o funcionário explicou melhor.

“É impossível conversar com o nosso proprietário nesse momento. […] Ele falou para não passar contato, nem explicar sobre a vida dele para ninguém”, afirmou.

O advogado que defende os angolanos, Mário Henrique Alberton, acredita que houve um crime grave e espera que este seja o entendimento da polícia.

“A gente espera que esse crime não seja tratado como algo de menor potencial ofensivo. Pelas imagens, vimos que teve sim, risco de vida, pelo número de pessoas que agrediram, pelo número de golpes, as vítimas arrastadas como se fossem objetos. O que mais queríamos é que essas pessoas se conscientizassem e pedissem desculpas públicas, se dessem o exemplo para que ações como essa não se repitam”, declarou.

A Polícia Militar vai divulgar uma nota em relação ao ocorrido porque uma das pessoas acusadas de agressão se identificou como policial militar.

Ouça a reportagem completa na CBN Maringá.

Atualização: Diferentemente do que havia sido informado anteriormente, a empresa onde aconteceu a agressão é uma loja de conveniência e não uma cervejaria.

Pauta do Leitor

Aconteceu algo e quer compartilhar?
Envie para nós!

WhatsApp da Redação