Falso diácono é desmascarado e preso na região; Arquidiocese de Maringá emite nota
A Polícia Civil do Paraná (PCPR) prendeu um falso religioso em Cruzeiro do Sul, município que pertence ao território da Arquidiocese de Maringá, nesta segunda-feira, 1º, pelo crime de estelionato. De acordo com a corporação, Marcos Antônio Oliveira Batista não apresentou documento de identidade no momento da prisão, apenas um certificado se intitulando diácono.
A Arquidiocese de Brasília expôs e denunciou Marcos nesta quarta-feira, 3. Segundo a organização religiosa, Marcos estaria tentando enganar fiéis se passando por diácono a partir de uma ata de ordenação diaconal que a entidade atestou ser falsa.
Segundo a Polícia Civil de Paranacity, o falso diácono fez um pequeno procedimento odontológico e pagou R$ 200,00 por PIX. O dentista conferiu depois e percebeu que o dinheiro não havia sido enviado. Ele chamou a polícia e disse que o cliente havia se apresentado como diácono. O suspeito ainda está preso.
A Arquidiocese de Maringá emitiu uma nota sobre o assunto – leia abaixo na íntegra:
“A Arquidiocese de Maringá esclarece que o senhor Marcos Antônio Oliveira Batista, preso nesta semana em território da Arquidiocese de Maringá, não é diácono nem padre da Igreja Católica Apostólica Romana, conforme nota pública divulgada pela Arquidiocese de Brasília-DF.
A suspeita é que este indivíduo teria aplicado golpes em diferentes regiões do Brasil. Assim como publicaram as Arquidioceses de Brasília e Salvador-BA, a Arquidiocese de Maringá recomenda a todos que fiquem atentos a pessoas que se passam por lideranças religiosas católicas para aplicar golpes. Em caso de suspeita, procure a autoridade policial”.
Comprovantes falsos
Ainda segundo a PCPR, Marcos acumula inúmeras denúncias de estelionatos e furtos em diversas cidades e estados. No município de Cruzeiro do Sul (PR), o acusado apresentou comprovantes falsos de Pix após realizar um tratamento odontológico em uma clínica, e também ao comprar cervejas em um estabelecimento. Em Londrina (PR), o indivíduo é acusado de pedir uma corrida de táxi e também mostrar um comprovante forjado ao taxista.
Marcos Antônio não foi encontrado em redes sociais como Instagram e Facebook. No LinkedIn, o acusado tem um perfil onde se denomina médico e diz que trabalha no Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) em São José do Rio Preto (SP). A página não possui nenhuma publicação.
Ata forjada
A Arquidiocese de Brasília explicou por meio das mídias sociais a investida de Marcos Antônio. Em postagem no Instagram, a entidade compartilhou uma imagem de uma ata de ordenação diaconal que a organização religiosa atesta ser falsa. O texto afirma que, em 2 de dezembro de 2020, na Catedral de Brasília, Marcos Antônio teria sido reconhecido como diácono. “A celebração contou com presença de numerosos fiéis”, afirma o registro forjado.
Veja:
“A Arquidiocese de Brasília informa que, nem Dom Paulo Cezar Costa [arcebispo de Brasília] ou outra autoridade eclesiástica supostamente envolvida têm conhecimento de qualquer oficialidade para realização desse Sacramento da Ordem”, ressaltou a instituição. “[Nem] sequer existem as legítimas cartas dimissórias de tal pessoa.”
A instituição acrescentou que desconhece Marcos Antônio. “Estamos tomando as medidas necessárias para corrigir as informações falsas e preservar a integridade de nossa comunidade”, completou o texto.
Nesta quinta-feira, 4, a Arquidiocese de São Salvador da Bahia também emitiu nota contra Marcos Antônio. Neste caso, a entidade diz ter tomado conhecimento que o indivíduo se apresentava como padre. “Este mesmo senhor que se passava por sacerdote em Salvador, se apresentou como diácono na Arquidiocese de Brasília, no Distrito Federal, inclusive portando uma ata de Ordenação Diaconal falsa”, cita a arquidiocese baiana.
“Assim, a Sé Primacial do Brasil informa que desconhece o indivíduo mencionado, reforça a nota da Arquidiocese de Brasília e pede ao povo de Deus da Arquidiocese de Salvador que redobre a atenção e sempre procure a Igreja para obter informações confiáveis.”
O Metrópoles tenta localizar a defesa de Marcos Antônio Oliveira Batista. O espaço segue aberto para eventuais manifestações.