Nós usamos cookies para melhorar a sua experiência em nosso site, personalizar publicidade e recomendar conteúdo de seu interesse. Ao acessar nosso portal, você concorda com o uso dessa tecnologia. Saiba mais em nossa Política de Privacidade.

02 de julho de 2024

Guardas municipais são indiciados por tortura contra crianças e adolescentes em abrigo de Maringá


Por Brenda Caramaschi/CBN Maringá Publicado 17/05/2024 às 09h58
Ouvir: 00:00
Foto: Arquivo GMC Online

Cinco guardas municipais de Maringá foram indiciados por tortura e lesão corporal contra 12 adolescentes e crianças em situação de vulnerabilidade que vivem em um abrigo municipal.

O caso aconteceu no dia 18 de março e o inquérito foi concluído nessa quinta-feira, 16, pela delegada Karen Friedrich, do Núcleo de Proteção à Criança e ao Adolescente Vítimas de Crimes da Polícia Civil (Nucria) e enviado ao Ministério Público do Paraná.

Conforme a delegada, os guardas usaram spray de pimenta e praticaram agressões físicas contra os menores. Os jovens estavam com vermelhidão no rosto e com marcas de agressões no corpo durante o interrogatório.

“Foi instaurado inquérito policial tendo em vista fatos noticiados por crianças e adolescentes acolhidos no abrigo municipal, sendo no dia 18 de março, após uma servidora acionar a Guarda Municipal, eles teriam ido até o local e praticado crimes de lesão corporal e tortura em face aos acolhidos. Consta nas investigações que eles teriam utilizado spray de pimenta, inclusive contra acolhidos que estavam dormindo no momento dos fatos e também teriam agredido fisicamente uma adolescente e um adolescente […]. Consta que na data dos fatos a servidora acionou a guarda porque os acolhidos teriam desacatado as ordens que ela teria dado e também teriam proferido alguns xingamentos contra os servidores. No dia estava muito calor e eles não tem nem ventilador, nem ar condicionado, e teriam solicitado que queriam dormir na sala e a servidora dizia que eles teriam que dormir no quarto e a partir daí iniciou-se a confusão […]”

O abrigo onde ocorreram as agressões é mantido com recursos da prefeitura. A servidora que acionou os agentes afirmou ter sentido cheiro do spray de pimenta, mas disse que não presenciou as agressões. Ela também foi indiciada por tortura, por ter se omitido diante a situação.

“Ela também foi indiciada. Consta na investigação que ela, além de ter acionado a guarda, ela esteve no local a todo momento, não impediu qualquer ação da guarda. Ela, inclusive, segundo os acolhidos, teria incitado a guarda a praticar aqueles atos e teria também negado socorro […]”

A CBN tenta contato com a defesa dos indiciados. Em nota no começo de abril, a prefeitura informou que a profissional, que é servidora municipal, pediu exoneração. Os guardas foram afastados das funções e proibidos pela Justiça de se aproximarem das vítimas.

Ouça na CBN Maringá.

Pauta do Leitor

Aconteceu algo e quer compartilhar?
Envie para nós!

WhatsApp da Redação