Maringá registra queda no número de homicídios dolosos; veja os dados

Maringá teve uma redução de 26,7%, no número de homicídios dolosos registrados de janeiro a outubro deste ano. O número caiu de 30 homicídios, registrados no mesmo período do ano passado, para 22.
A Secretaria de Segurança Pública registrou 1.499 homicídios dolosos no Paraná nos primeiros dez meses de 2023, o que representa 10,7% a menos que no mesmo período de 2022, que teve 1.679 ocorrências do crime. Em 2021 e 2020 foram registrados, no mesmo período, 1.565 e 1.684 casos, respectivamente, ou seja, essa é a maior queda nas mortes dos últimos quatro anos.
Municípios que não registraram homícidios
Dos 399 municípios paranaenses, 153 (cerca de 38%) não registraram homicídios de janeiro a outubro; 88 (22%) registraram apenas um e 100 (25%) registraram de 2 a 5 ocorrências do crime. Entre as cidades sem registros estão Cruzeiro do Iguaçu, Cafeara, Entre Rios do Oeste, Guaporema, Itaguajé, Jesuítas, Juranda, Lunardelli, Maripá, Mato Rico, Nova Cantu, Pinhalão, Pranchita, Ramilândia, Rebouças, Salgado Filho, Turvo, Sertaneja, Terra Boa e Vitorino.
Justificativa para a queda
Segundo o secretário da Segurança Pública do Paraná, Hudson Leôncio Teixeira, a queda está atrelada ao amplo trabalho de combate ao crime em todo o Estado, com fiscalização nas ruas, em locais estratégicos e investigações complexas. “Isso demonstra o quanto o Governo do Estado tem investido nessa área. As forças foram reestruturadas, ganharam equipamentos e novos servidores, e estão trabalhando, sempre diminuir ainda mais esses dados”, disse.
Nos últimos anos, foram adquiridos pelo governo do Paraná 26 mil coletes, 25 mil pistolas e 2,8 mil viaturas, além de 1,7 mil viaturas locadas. Também foram contratados mais de 3,5 mil profissionais para Polícia Militar, Polícia Civil e Corpo de Bombeiros, medida que permitiu que 94 municípios paranaenses que não possuíam efetivo fixo da PMPR contassem com a presença policial em suas localidades e que todas as 161 comarcas do Estado tivessem delegados.
Outras regiões
Houve diminuição nos homicídios em diversas regiões. Na Capital, o índice caiu 26% de janeiro a outubro de 2023, quando comparado com o ano de 2022. Foram 58 ocorrências a menos: de 223 para 165.
Municípios da Região Metropolitana de Curitiba tiveram reduções ainda mais expressivas, casos de São José dos Pinhais (46,6%, de 58 homicídios para 31), Campo Largo (57,5%, de 40 para 17), Araucária (21,4%, de 28 para 22), Fazenda Rio Grande (31%, de 29 para 20) e Pinhais (74%, de 27 para 7).
Em outras regiões os dez primeiros meses deste ano também tiveram menos casos, como Maringá (redução de 26,7%, de 30 homicídios para 22), Telêmaco Borba (62,1%, de 29 para 11), Toledo (22,7%, de 22 para 17), Matinhos (43,8%, de 16 para 9), Cascavel (16,7%, de 60 para 50), entre outros.
Maior queda percentual regional
A maior queda percentual regional do Estado foi registrada na 8ª AISP (divisão administrativa da Secretaria de Segurança Pública), com sede em Laranjeiras do Sul e composta por dez municípios: 54%. Foram 24 homicídios dolosos nos dez primeiros meses de 2022 e 11 neste ano.
Também houve uma grande diminuição na 10º AISP de Francisco Beltrão, que agrega 26 municípios da região e registrou 24 homicídios a menos no período, uma queda de 52% (de 46 para 22). A 22ª AISP de Telêmaco Borba, que engloba dez municípios, teve 22 ocorrências a menos no período comparativo, resultando em uma queda de 39% (de 56 para 34).
Já na 2ª AISP, com sede em São José dos Pinhais e que concentra 22 municípios da Região Metropolitana de Curitiba, houve queda de 112 ocorrências (foram 338 homicídios de janeiro a outubro de 2022 e 226 homicídios no período neste ano), uma redução de 33%.
Os dados estatísticos podem ser acessados aqui.
Menores taxas de homicídio do Paraná da última década foram entre 2019 e 2021
A taxa de homicídios por 100 mil habitantes diminui 37% no Paraná 2011 a 2021, segundo o Atlas da Violência , do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Ela passou de 32,1 para 20,2 no último ano analisado. As três menores taxas da série histórica aconteceram entre 2019 e 2021: 18,3/100 mil, 19,8/100 mil e 20,2/100 mil, respectivamente.
Esse é o melhor resultado do Sul no período. O Rio Grande do Sul registrou redução de 15,3% (de 19,4 para 16,4) e Santa Catarina, 24,4% (de 12,8 para 9,7). A queda nacional foi de 18,3% (de 27,4 para 22,4). De acordo com o estudo, foi a quinta maior queda entre os estados, atrás de Distrito Federal (-62,7%), Alagoas (-55,6%), São Paulo (-52,8%) e Minas Gerais (-44,5%). No recorte mais recente, de 2016 a 2021, a redução foi de 26,3% no Paraná.
O número absoluto de homicídios também caiu no Paraná, de 3.376 em 2011 para 2.348 em 2021, uma redução de 30,5%, também a maior do Sul. Rio Grande do Sul (-9,1%) e Santa Catarina (-12,2%) registraram variações menores. A média nacional foi de -9,4%.
Nesse recorte, os três menores números da série histórica também aconteceram entre 2019 e 2021: 2.095, 2.281 e 2.348, respectivamente. E a tendência é de manutenção. Segundo a Secretaria de Segurança Pública, em 2022 e 2023 (até o momento) houve menos casos.
A taxa de homicídios por 100 mil de jovens na faixa etária de 15 a 29 anos também diminuiu na última década no Paraná, na faixa de 31,9% (de 64,2 para 43,7). Em números absolutos, é uma diferença de 600 pessoas. Em 2011 foram 1.668 homicídios nessa faixa etária, contra 1.048 em 2021. As mortes de crianças de 0 a 4 anos caíram 75%; entre 5 e 14 anos, 82,9%; e entre 15 e 19 anos, 57,6%.
O número de homicídios contra mulher também caiu no Paraná na última década, em torno de 30,4%, o dobro do recorte nacional, que diminuiu 14,7%. Os três menores indicadores do período também foram entre 2019 e 2021. O Paraná chegou em 2021 à menor taxa de homicídio de mulheres por 100 mil habitantes da série histórica recente, com 3,3. Em 2011 ela era de 5,1. Entre 2016 e 2021, a redução foi de 20%.
O Atlas da Violência também mostra que a taxa de homicídios por arma de fogo a cada 100 mil habitantes diminuiu 47,5% no Paraná entre 2011 e 2021, de 22,5 para 11,8.
DADOS NACIONAIS
Em 2021 houve 47.847 homicídios no Brasil, segundo o Atlas, o que corresponde a uma taxa de 22,4 mortes por 100 mil habitantes. Após a redução da letalidade entre 2017 e 2019, houve uma oscilação das taxas a partir de 2019, sendo que o indicador em 2021 se situou acima do patamar mínimo obtido em 2019.
ATLAS DA VIOLÊNCIA
O Atlas da Violência é coordenado pelo Ipea em parceria com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP). Ele usa como base os dados do Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM) e do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), do Ministério da Saúde. O estudo também traz informações e análises com diferentes recortes específicos, como violência contra pessoas negras, contra a população LGBTQIAP+, pessoas com deficiência, indígenas e idosos.
Veja o comparativo entre Brasil e Paraná entre 2011 e 2021:
Taxa de homicídios por 100 mil habitantes
Brasil – de 27,4 para 22,4 (redução de 18,3%)
Paraná – de 32,1 para 20,2 (redução de 37,1%)
Taxa de homicídios por 100 mil habitantes de jovens de 15 a 29 anos
Brasil – de 53,5 para 49 (redução de 8,5%)
Paraná – de 64,2 para 43,7 (redução de 31,9%)
Taxa de homicídios por 100 mil habitantes de crianças de 5 a 14 anos
Brasil – de 2,3 para 1,3 (redução de 44,1%)
Paraná – de 2,4 para 0,5 (redução de 80,9%)
Taxa de homicídios por 100 mil habitantes de adolescentes de 15 a 19 anos
Brasil – de 47,2 para 38,6 (redução de 18,2%)
Paraná – de 57,4 para 29,0 (redução de 49,4%)
Taxa de homicídios de mulheres por 100 mil habitantes
Brasil – de 4,4 para 3,6 (redução de 19,7%)
Paraná – de 5,1 para 3,3 (redução de 34,6%)