Morte de médica durante tentativa de assalto em Maringá: Polícia revela detalhes do crime
Uma coletiva de imprensa foi realizada na manhã desta segunda-feira, em Maringá, para divulgar detalhes do crime que resultou na morte da médica Thayani Garcia Silva, de 28 anos. A jovem foi morta a tiros no sábado, 16, durante tentativa de assalto, em Maringá.
Thayani Garcia Silva havia levado a avó de carro para a casa dela, após um jantar em família. No momento em que a idosa abria o portão, os criminosos se aproximaram do carro. Assustada, a médica tentou fugir, mas acabou sendo baleada. Ela foi atendida pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) no local, mas não resistiu aos ferimentos.
Na tarde de domingo, 17, a Polícia Civil do Paraná, junto com a Polícia Militar, prendeu em flagrante dois homens, ambos de 22 anos, pelo latrocínio (roubo seguido de morte) que vitimou Thayani. Eles foram localizados nos municípios de Maringá e Mandaguaçu, que fica a 20 quilômetros de distância.
Na coletiva, o delegado-chefe da Polícia Civil, Adão Wagner Loureiro Rodrigues, explicou que havia solicitado mandado de prisão de um dos envolvidos na morte da médica há quase uma semana. A jovem morta em Maringá era natural de Rondônia, havia se formado em medicina fora do Brasil e, após a aprovação no Revalida, conseguiu a carteira de autorização para atuar no Brasil há cerca de dez dias.
Um dos dois suspeitos de envolvimento na morte da médica Thayani Garcia Silva, que foram presos na tarde de domingo, 17, tinha um mandado de prisão solicitado desde a última terça-feira, 12. É Mateus da Silva Nunes, de 22 anos. A arma utilizada no crime foi encontrada na casa dele. Havia também um mandado de busca e apreensão para a casa dele.
Os mandados foram solicitados com urgência, mas não foram expedidos. Ele e João Vitor Viana de Roco, de 22 anos, que confessou ter feito os disparos, tem passagem por diversos crimes e envolvimento em uma série de homicídios e tentativas de homicídios ocorridos no Distrito de Iguatemi, como detalha o delegado-chefe da delegacia de Maringá, Adão Loureiro.
“São indivíduos perigosíssimos, envolvidos em homicídios e tentativas de homicídio, no distrito de Iguatemi. Então, são pessoas que já deveriam estar presas. Há cerca de uma semana, o delegado Diego (Almeida, de Homicídios) já encaminhou isso para o Fórum e nós estávamos, inclusive, aguardando o mandado de prisão e de busca, mas o importante é que são pessoas extremamente perigosas e desde que começou essa situação na madrugada de domingo todos da força de segurança nos mobilizamos para que isso fosse solucionado da melhor forma possível”, explica.
A polícia chegou aos suspeitos após relatos de testemunhas, como detalha o comandante do 4º Batalhão da Polícia Militar, major José Renato Mildemberg. “Eles praticaram uma série de crimes em sequência”, disse. “Após a tentativa do assalto que culminou na morte da médica e da tentativa de homicídio contra o primo dela, eles fugiram a pé, roubaram uma motocicleta, caíram com essa motocicleta, invadiram uma outra residência onde estava tendo uma festa para tentar roubar um segundo veículo onde não obtiveram sucesso. Então, na sequência de crimes cometidos, eles acabaram sendo vistos e identificados”
Apesar de João Vitor ter confessado o crime, Mateus afirma que apenas estava com a arma. Os dois indicaram a participação de uma terceira pessoa, como conta o delegado Luiz Henrique Vicentini.
“Um deles que estavam guardando a arma de fogo negou o envolvimento dos crimes e admitiu para nós apenas que estava guardando essa arma a pedido do outro sujeito. Ele disse que não tinha relação nenhuma e que estava apenas segurando o B.O para ele. Já o outro suspeito que foi detido em Mandaguaçu, ele sim confessou o crime, admitiu ter efetuado o disparo que vitimou a médica durante o latrocínio e ainda admitiu ter cometido outros crimes na sequência, tentando fugir, arrumar algum veículo, alguma forma de escapar das proximidades. Há um terceiro envolvido que também já identificamos que no mesmo procedimento foi representada pela prisão preventiva dele e agora estamos aguardando o poder judiciário para que a gente possa cumprir expedido o mandado e a gente possa cumprir a ordem”, explica.
Quem era a médica Thayani Garcia Silva
Thayani Garcia Silva, de 28 anos, estava iniciando a carreira na medicina. O primo dela, que também foi baleado, está internado em estado grave no Hospital Metropolitano de Sarandi. O corpo da jovem ainda não foi liberado pelo Instituto Médico Legal. Thayani será velada em Maringá. Depois o corpo será levado para o sepultamento em Ji-Paraná, Rondônia, cidade natal da médica.
Thayani cursou e se formou em medicina fora do Brasil. Para atuar no país, precisou ser aprovada no Revalida, exame nacional de revalidação de diplomas médicos expedidos por instituições de ensino do exterior. Após passar no teste, a médica havia obtido a autorização para trabalhar no Brasil há cerca de 10 dias. Ela estava em Maringá há pouco mais de um mês e deixou uma filha de sete anos.