A Polícia Civil de Maringá recebeu o resultado do laudo residuográfico solicitado ao instituição de criminalista do Paraná do caso da morte da policial militar Daniele Carolina Marinelo. O exame constatou a presença de substâncias nas mãos da policial e do marido, que segue preso por feminicidio. Porém, o laudo foi inconclusivo na indicação de quem fez o disparo.
“É possível que tenham ocorrido contaminações externas, além de haver perda de elementos por meio da lavagens das mãos, ou ainda por fatores como o tempo decorrido entre a realização do disparo e a coleta”, diz trecho do laudo, que foi realizado em Curitiba.
O exame foi feito para analisar se havia presença de resíduos de pólvora ou outro elemento que indicasse quem efetuou o disparo que matou a policial.
O caso
Daniele foi atingida na cabeça por um tiro da própria arma durante uma discussão com o marido na casa dela, no dia 1º de setembro deste ano, na Vila Morangueira, em Maringá. Ela morreu no hospital.
O marido da PM, Kenny Aysley Martins, foi preso por feminicidio após prestar depoimento. Ele negou o crime, dizendo que a PM tinha cometido suicídio. A polícia concluiu o inquérito mantendo o marido como suspeito.
Além das contradições apontadas pela investigação comparadas à versão de Keny, uma perícia no ambiente onde ocorreu o disparo indicou que Daniele foi ferida enquanto estava deitada, em uma cama de solteiro. O tiro foi do lado direito da cabeça, perto da nuca. Ela estava em uma posição incompatível para realizar o disparo e se ferir, conforme a perícia.
Daniele e Keny estavam casados há cerca de 30 dias. Para a Polícia, o homem tinha interesse de se apossar economicamente do que pertencia a Daniele.
O ministério público representou por feminicidio e o caso foi aceito pela justiça, tornando Keny Martins réu no processo. Estão ocorrendo audiências de instruções antes de ser marcado o julgamento.