‘Tenho medo’, diz nova vítima de médico de Maringá preso suspeito de abuso sexual


Por Jota Junior
O médico Felipe Sá foi preso nesta quinta-feira, 15, acusado de crimes sexuais contra pacientes. Foto: Reprodução/rede sociais.

A Polícia Civil, por meio da Delegacia da Mulher, confirmou que outras duas mulheres foram identificadas como vítimas do médico ginecologista e obstetra, preso por abusos sexuais nesta quinta-feira, 16, em Maringá. Elas devem prestar depoimento e registrar a denúncia até o início da semana que vem.

Uma das mulheres disse que vai buscar orientação de um advogado para registrar o boletim de ocorrência, porque está com medo. “Tenho medo que ele não fique preso. Tenho medo dele sair e depois tentar fazer alguma coisa”, disse ela.

Felipe Sá foi preso na clínica onde atendia, na zona 4 em Maringá. Uma investigadora, que está grávida, se passou por paciente para confirmar que o médico estava no local. Computadores e um HD foram aprendidos pela polícia.

Conforme as investigações, o médico teria abusado de três mulheres entre 2021 e 2022, usando a técnica de hipnose, a qual ele não é licenciado para praticar. O suspeito ficou em silêncio durante o depoimento. Até a manhã desta sexta-feira, 16, nenhum advogado havia sido habilitado no inquérito para defender o médico.

Felipe era uma referência na área em que atuava. Formado na Universidade de Saúde Pública, USP de São Paulo, exercia a profissão há mais de dez anos. Ao longo desse tempo, fez várias especializações, a maioria pela Universidade Estadual de Maringá, a UEM. No começo do mês foi aprovado no PSS da universidade para professor. Estava para ser chamado. Além das aulas ele também atenderia, em Plantões no Hospital Universitário de Maringá.

Nas últimas eleições ele foi candidato a Deputado Federal. Recebeu cerca de 2.500 votos e não se elegeu.

Em nota, o Conselho Regional de Medicina do Paraná disse: “O CRM-PR informa que instaurou procedimento sindicante ex officio para apurar denúncia veiculada nos meios de comunicação de possível desvio ético cometido pelo médico Felipe Sá Ferreira (CRM-PR 28.546). Como determina o Código de Processo Ético-Profissional, o trâmite ocorre sob sigilo, assegurando-se os requisitos de contraditório e ampla defesa. O referido médico está regularmente inscrito no Paraná desde fevereiro de 2011”.

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