Visitantes e comerciantes presenciam tiroteio em hospital de Sarandi: ‘Estamos abalados até agora’
Pacientes, visitantes e proprietários de comércios próximos ao Hospital Metropolitano de Sarandi presenciaram o tiroteio que aconteceu no local na manhã desta quinta-feira, 16. Após a troca de tiros, duas pessoas ficaram feridas.
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Segundo informações preliminares da Polícia Militar (PM), um dos homens foi baleado fora do hospital durante uma discussão com um colega. Ferido, ele correu para dentro do hospital para pedir socorro, mas foi seguido pelo atirador. Dentro do local, o suspeito teria atirado mais uma vez contra a vítima e, logo em seguida, teria sido baleado por um policial.
Irene de Souza estava no hospital aguardando um paciente em cirurgia e viu o momento do tiroteio. Segundo ela, foi possível ver o atirador correndo atrás da vítima e, logo depois, os dois homens entrando no hospital. “Eu me assustei, fiquei tremendo. Ele quebrou até o vidro da porta. [As marcas de] tiros estão na parede. Nunca vi uma coisa dessas”, relembra.
Maycon de Oliveira dos Santos tem uma lanchonete em frente ao hospital e os tiros atingiram uma parede do local. “A gente estava trabalhando quando ouviu gritos de socorro de um homem e saiu para ver o que estava acontecendo. A gente presenciou um homem correndo e logo atrás outro homem com uma arma. A vítima tentou abrir a porta da recepção e o atirador conseguiu alcançá-lo”, detalha.
De acordo com ele, durante o tiroteio, os clientes que estavam na lanchonete correram para a cozinha para se esconder. Além de uma parede, a porta de vidro da lanchonete também foi atingida por um disparo e destruída. “Nós estamos abalados até agora com a situação”, afirma.
Um dos homens foi atingido por vários tiros e recebeu atendimento no próprio Hospital Metropolitano. O atirador conseguiu fugir logo depois de balear a vítima, mas por estar ferido, procurou uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da cidade e foi localizado pela polícia.
O policial não ficou ferido.
Investigação
O delegado de Sarandi, Adriano Garcia, esteve no hospital na manhã desta quinta-feira para recolher imagens de câmeras de segurança e conversar com testemunhas.
Segundo ele, não é uma tentativa de homicídio que tenha relação com o tráfico de drogas. O revólver calibre 32 estava em péssimas condições de uso, segundo ele. Os dois principais envolvidos na situação são pessoas com antecedentes criminais, mas não são investigados por tráfico na cidade.
Os dois foram ouvidos e disseram que eram colegas, mas houve uma desavença, que inclusive pode ter sido em decorrência de questões passionais. “O atirador, preso em flagrante, e a mãe dele haviam sido ameaçados pela vítima então ele resolveu comparecer na manhã de hoje ao local de trabalho da vítima e, armado, passou a desferir disparos”, detalha o delegado.
O delegado explica que a vítima, para fugir do atirador, procurou abrigo no hospital, onde estava um policial civil, que reagiu e atirou contra o atirador. O suspeito foi atendido em uma UPA e recebeu voz de prisão. “Ele foi autuado por tentativa de homicídio qualificado. Uma arma em péssimo estado de conservação foi apreendida e isso afasta a questão da traficância. Não houve acerto de contas relacionado ao tráfico, muito embora ambos tenham passagens. A execução relativa ao tráfico de drogas demandaria emprego de uma arma em melhor estado de conservação”, afirma o delegado.