Discurso sobre generais de 1964 leva entidades a organizar manifestação contra vereadora de Maringá


Por Thiago Danezi

Uma manifestação de repúdio às declarações da vereadora Giselli Bianchini (PP) está marcada para a manhã desta terça-feira, 9, às 9h, na Câmara Municipal de Maringá. O ato foi organizado após discurso da parlamentar durante a sessão da última quinta-feira, 4, no qual ela fez elogios a militares que atuaram em 1964, ao ex-presidente Jair Messias Bolsonaro e defendeu anistia aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro.

O protesto foi formalizado por meio de uma nota pública que classifica as falas da vereadora como apologia à ditadura empresarial-militar. No documento, os organizadores afirmam que o regime é responsável por violações de direitos humanos, como detenções ilegais, tortura, execuções, desaparecimentos forçados e supressão das liberdades democráticas, inclusive com a cassação e perseguição de parlamentares eleitos.

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Foto: Reprodução

A nota também pede que a Câmara Municipal adote medidas para coibir manifestações desse tipo, alegando que elas estimulam o discurso de ódio e representam uma ameaça à democracia. O documento reforça o lema “Ditadura nunca mais” e defende a punição de golpistas, torturadores e assassinos ligados ao período militar.

Assinam a nota centros acadêmicos, grupos de pesquisa, coletivos sociais, movimentos populares, sindicatos e partidos políticos, entre eles PDT, PCdoB, PT, PSOL, PSTU e PCB, além de entidades ligadas à educação, movimentos feministas, coletivos LGBTQIA+ e sindicatos de diversas categorias profissionais.

Durante o discurso que motivou a manifestação, a vereadora elogiou a atuação de generais durante o regime militar, afirmando que eles impediram que o Brasil se tornasse um país comunista, além de declarar apoio a militares presos, exaltar Bolsonaro e defender a anistia ampla aos presos relacionados aos atos de 8 de janeiro.

O Portal GMC Online entrou em contato com a assessoria da vereadora Giselli Bianchini para comentar a manifestação de repúdio e as críticas às declarações feitas em plenário, mas até o fechamento desta matéria não obteve retorno. O espaço segue aberto para manifestação.

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