Nós usamos cookies para melhorar a sua experiência em nosso site, personalizar publicidade e recomendar conteúdo de seu interesse. Ao acessar nosso portal, você concorda com o uso dessa tecnologia. Saiba mais em nossa Política de Privacidade.

04 de maio de 2024

2002: A vitória de Lula


Por Reginaldo Dias Publicado 14/09/2022 às 17h56 Atualizado 20/10/2022 às 17h42
 Tempo de leitura estimado: 00:00
Foto: Reprodução

Em 2002, após as três tentativas frustradas de 1989, 1994 e 1998, Luíz Inácio Lula da Silva foi eleito presidente da República. O aprendizado das campanhas anteriores implicou mudanças na imagem do candidato e também a moderação do seu programa de governo.

No jargão político da época, para neutralizar a imagem de radicalismo que os adversários associavam ao seu nome, surgiu o “Lulinha paz e amor”. A moderação do programa foi sistematizada pela “Carta ao Povo Brasileiro”, a qual significava, explicou o historiador Rodrigo Mota, “compromisso com a estabilidade econômica e respeito aos contratos, inclusive com o capital estrangeiro”. Por um lado, a declaração de que as dívidas do Estado seriam honradas tranquilizava os grandes grupos econômicos; por outro lado, o compromisso com a estabilização econômica visava a dialogar com as classes médias e populares, que ainda tinham recordações da inflação fora de controle legada pelo regime militar.

A estratégia também implicou a ampliação de alianças, antes restritas a um núcleo mais ideológico do campo da esquerda. Pragmaticamente, a chapa foi composta com um grande empresário do setor têxtil, o mineiro José de Alencar, simbolizando a aliança capital/trabalho.

No final do segundo mandato do presidente Fernando Henrique Cardoso, o Plano Real dava sinal de que precisava ser reinventado, pois havia a pressão para a elevação do câmbio, com o Real perdendo valor frente ao Dólar, os índices de crescimento eram baixos e a curva dos indicadores de desemprego e da inflação era ascendente.

Mesmo com a moderação da imagem e do programa apresentado por Lula, setores do mercado reagiram mal ao seu crescimento nas pesquisas e os indicadores econômicos ficaram piores, com o câmbio disparando. Preventivamente, a coordenação de campanha lulista propôs o slogan “A esperança vai vencer o medo”.

A polarização eleitoral deu-se entre Lula e o candidato tucano, o ex-ministro José Serra, mas o certame contou com outros quatro candidatos. Os mais bem votados foram Ciro Gomes (PPS), ex-governador do Ceará e ex-ministro da Fazenda, e Anthony Garotinho (PSB), ex-governador do Rio de Janeiro.

José Serra era um dos nomes históricos do MDB e do PSDB. Em sua trajetória, conquistara mandatos como deputado federal e senador, mas não tivera sucesso na disputa ao Executivo, quando se candidatou a prefeito de São Paulo. Conhecido como gestor competente das políticas financeiras e orçamentárias, também foi ministro da Saúde do segundo mandato de FHC.

Em agosto, com o início da propaganda eleitoral na televisão, Lula consolidou a liderança nas pesquisas e Ciro Gomes vinha em segundo, 15 pontos à frente de José Serra, mas houve uma reviravolta. Contando com mais tempo de propaganda, Serra cresceu e se posicionou em segundo lugar no final do primeiro turno, obtendo 23,16% dos votos. Anthony Garotinho obteve 17,86% e chegou em terceiro lugar, enquanto Ciro Gomes, finalizando com 11,97%, foi o quarto colocado. Lula, o líder do primeiro turno, obteve 46,44%.

No segundo turno, Serra finalizou com 38,73%. Lula, atraindo o apoio de Garotinho e Ciro Gomes, obteve 61,37%, conquistando seu primeiro mandato presidencial.

Pauta do Leitor

Aconteceu algo e quer compartilhar?
Envie para nós!

WhatsApp da Redação