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27 de abril de 2024

A eleição de Ratinho Jr


Por Reginaldo Dias Publicado 27/09/2022 às 17h05 Atualizado 20/10/2022 às 19h37
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Foto: Reprodução

Em 2018, o governador Beto Richa desincompatibilizou-se do cargo para disputar uma das duas vagas ao Senado da República. Com isso, assumiu o comando do Palácio do Iguaçu a vice-governadora Cida Borghetti Barros.

Concorrendo com outros nove pretendentes, a nova governadora apresentou-se como candidata à reeleição no certame daquele ano. Seu principal adversário, no entanto, não vinha das fileiras da oposição, mas do interior do próprio governo de Beto Richa, o secretário de Desenvolvimento Urbano Carlos Massa Jr, o Ratinho Jr.

Das fileiras da oposição, os principais candidatos foram João Arruda (MDB) e o ex-deputado federal Dr. Rosinha (PT). O candidato petista finalizou o primeiro turno com 8,66%, chegando em quarto lugar. O terceiro colocado foi o candidato do MDB, que atingiu 13,19%. Não se pode dizer que tenha havido polarização entre os dois candidatos mais bem votados, pois Ratinho Jr iniciou a corrida eleitoral em primeiro lugar, com larga dianteira sobre os demais.

Houve, de certa forma, um paradoxo, pois o ex-governador Beto Richa chegou à disputa bastante desgastado por causa de denúncias de ilícitos, das quais ele se defendia na Justiça. No contexto do certame de 2018, isso lhe custou caro, pois chegou a ser alvo de uma detenção temporária na primeira metade de setembro. Dessa maneira, sua candidatura ao Senado definhou e ele terminou em sexto lugar, obtendo 3,73% dos votos. No entanto, salvo melhor juízo, tais fatos não contaminaram as campanhas dos dois candidatos ao Palácio do Iguaçu que integravam o seu governo, seja por causa da eficácia da tática de cada um para evitar essa associação de imagem, seja por causa da fraqueza da oposição.

A governadora Cida Borghetti Barros estreara na política eleitoral em 2000, candidata à prefeita de Maringá. Não foi eleita, mas ganhou impulso para conquistar, em 2002 e em 2006, uma cadeira na Assembleia Legislativa. Em 2010, elegeu-se deputada federal. Em 2014, como sinal da força de seu grupo político na região de Maringá, substituiu Flavio Arns como vice na chapa de Beto Richa, então candidato à reeleição.

Filho do popular comunicador Carlos Massa, o Ratinho, de quem herdou o nome e o codinome, o candidato Ratinho Jr iniciou muito jovem na política, eleito deputado estadual em 2002, aos 21 anos de idade. Em 2006, foi eleito deputado federal, cargo para o qual foi reconduzido em 2010. Em 2012, concorreu à prefeitura de Curitiba. Chegando ao segundo turno, não foi eleito prefeito, mas a experiência ampliou seu potencial eleitoral. Em 2014, de olho nas próximas eleições ao governo estadual, voltou à Assembleia Legislativa com expressivos 300 mil votos. Foi incorporado ao segundo mandato do governador Beto Richa na estratégica secretaria de Desenvolvimento Urbano, que permitia estreitamento de laços com os prefeitos do interior. Sua popularidade era, ainda, potencializada pela rede de comunicações de sua família, de grande apelo entre as classes populares. No contexto de 2018, associou-se ao candidato a presidente Jair Bolsonaro, que obteve maciça votação no Paraná.

Quando as urnas foram escrutinadas, Ratinho Jr foi eleito já no primeiro turno, obtendo 60% dos votos, enquanto a governadora Cida Borghetti obteve 15,53%. Aos 37 anos, Ratinho Jr. tornou-se o segundo governador mais jovem da história do Paraná.

No certame ao senado, Flávio Arns, vice-governador no primeiro mandato de Beto Richa, conquistou uma das cadeiras. A outra vaga parecia destinada ao senador Roberto Requião, mas ele foi ultrapassado, na reta final, pelo empresário da Educação Oriovisto Guimarães.

Meus amigos e minhas amigas, a nossa série História das Eleições termina aqui. No próximo domingo, dia 2 de outubro, um novo capítulo dessa história será escrito por todos os eleitores. Um forte abraço.

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