1956: Américo Dias Ferras conquista o Eldorado


Por Reginaldo Dias
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Foto: Reprodução/Maringá Histórica

Olá, pessoal, a nossa viagem no tempo vai nos levar a 1956, quando o povo de Maringá elegeu o prefeito Américo Dias Ferraz.

Aberto o calendário eleitoral, inscreveram-se cinco candidatos. De início, imaginava-se que a liderança fosse disputada por Ângelo Planas, que concorria ao cargo de prefeito pela segunda vez, pelo advogado Haroldo
Leon Perez, que tinha o apoio da Companhia Melhoramentos Norte do Paraná, e pelo médico Gerardo Braga, apoiado pelo governador Moyses Lupion. Apesar de gozar de grande respeito público, Otávio Periotto tinha
uma campanha mais modesta. O vitorioso foi Américo Dias Ferraz, que ultrapassou os favoritos em uma campanha repleta de lances de astúcia e de intuição política.

A história de Américo Dias Ferraz, desde sua chegada a Maringá até a conquistar a cadeira de prefeito, parece saída de um conto de fadas.

Américo Dias Ferraz era um homem de origem humilde e de baixa escolaridade. Quando chegou a Maringá, trabalhou, inicialmente, como vendedor ambulante. Logo começou a comercializar café, o ouro verde, e
prosperou rapidamente. Empreendedor, carismático e perspicaz, tornou-se, em pouco tempo, um dos homens mais ricos de Maringá. Em 1956, com a experiência de ter sido candidato a vereador na eleição anterior, Américo
quis, também, conquistar prestígio político, concorrendo ao cargo de prefeito.

Américo parecia um azarão, mas ganhou a eleição com folga. Como isso aconteceu? Como não era bem dotado como orador, Américo tocava viola em seus comícios. Haroldo Leon Perez, um brilhante advogado e talentoso
orador, desdenhou e o tachou de caboclo violeiro. Em vez de se ofender, Américo incorporou a imagem de caboclo violeiro, com a qual se identificava com os caboclos que frequentavam seus comícios.

Além disso, teve um lampejo genial. Em face da precária infraestrutura do município, os adversários prometiam tomar providencias depois de eleitos. Américo, um homem de posses, comprou uma máquina niveladora, pediu
autorização para o prefeito e passou a pilotar a máquina em plena campanha eleitoral, consertando as estradas. A cereja do bolo foi uma faixa que informava que a máquina era propriedade dele.

Graças a esse marketing intuitivo, produziu uma imagem positiva aos eleitores. Primeiro, era o candidato que não prometia o que ia fazer se fosse prefeito, mas fazia, com suas próprias mãos, o que era necessário antes
mesmo de ser eleito; segundo, era um empreendedor que poderia emprestar eficiência à máquina pública.

Américo não ganhou a eleição como um humilde caboclo violeiro, mas como o humilde caboclo que realizou o sonho de prosperidade que movia todos os que vinham participar da aventura pioneira do Eldorado cafeeiro.

Chegando a Maringá como um homem pobre, enriquecendo e ganhando a eleição para prefeito, Américo Dias Ferraz conquistou o Eldorado Cafeeiro.


ELEIÇÃO PARA PREFEITO DE MARINGÁ/1956

Ouça o episódio:

https://gmconline.com.br/wp-content/uploads/2024/08/43920956dfdd71e6e95c585dcd75e411.mp3

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