Cris Lauer diz que vai pleitear a presidência da Câmara em 2025


Por Letícia Tristão/CBN Maringá

A vereadora Cris Lauer (Novo) foi a mais votada da história de Maringá, com 7.531 votos, nas Eleições Municipais 2024 deste domingo, 6. Agora, a vereadora eleita afirmou que deve concorrer à presidência do Legislativo na Câmara Municipal.

Foto: CBN Maringá

A parlamentar, que responde a um processo que pede a cassação do mandato, disse que o resultado nas urnas é fruto do trabalho desempenhado ao longo dos últimos quase quatro anos, mas também da tentativa de retirá-la da Câmara. “O olhar se volta para o injustiçado”, afirmou Cris. Em relação ao julgamento de cassação, ela acredita que o processo deva ser encerrado.

Veja outros trechos da entrevista da vereadora Cris Lauer à CBN Maringá:

O que deve ser resultado desse número expressivo de votos?

“Claro que teve uma parcela, uma parcela boa, da questão dos vereadores quererem me caçar, de forma injusta. Eu fui provando no decorrer dessa cassação, desse processo, quanto que a Câmara de Vereadores atropelou prazos, eu tive que ganhar liminar na Justiça. E é claro que é sempre dessa forma, parece que o injustiçado, o olhar do outro se volta mais. Então eu acredito sim que teve essa parte, que as pessoas queriam me tirar da Câmara por questões não de crime, não por improbidade, nada disso, por questões pessoais. E tem toda parte do trabalho também, porque foram quatro anos eu com a minha equipe atendendo [a população] de verdade. Eu fui em todos os bairros, todos os postos de saúde, [fiz] muita denúncia, então tem uma mistura aí do trabalho com a parte da indignação do povo [diante da cassação]”, disse Cris Lauer.

Como que a senhora acha que fica agora esse processo de julgamento do pedido de cassação?

“Eu acredito que dentro da Câmara isso deva se encerrar, porque até fica ruim para os que não entraram e para os que entraram, você pegar uma vereadora que está com a marca da maior da história de votação. ‘A voz do povo é a voz de Deus’, não é assim que é o dito popular? Então para eles agora continuarem com isso, hoje eu até ouvi uma entrevista do prefeito eleito, o prefeito Silvio Barros, comentando numa emissora, que realmente ele acha que agora isso acaba, (2:58) porque são questões pessoais, picuinhas, não existe um crime. Então os que foram eleitos já foram, dois que também teriam voto para me cassar não entraram, inclusive o relator do meu processo não entrou, o Onivaldo Barris. Mas não dá para eles tirarem a mais votada da cidade por questões que eles não gostam de mim, porque é assim que eles falam”.

Como que deve ser os próximos anos, com toda essa mudança na Câmara?

“Eu acho que a Câmara até não foi tão renovada, o pessoal falou que teve muita renovação. Não, não teve. Foram oito cadeiras que aumentaram, então são oito novos colegas lá dentro, isso não é uma renovação. Apenas dois que não foram reeleitos, outros quatro não disputaram, então a população tem que entender, seis que ficaram de fora, vamos falar, só que quatro não disputaram, e dois que não entraram, os demais permanecem o mesmos”.

Você será oposição da gestão eleita?

“Essa minha votação expressiva, eu falo, foi uma resposta de Deus, foi um ‘cala boca’ para muita gente, porque só quem estava na minha pele, eu e os meus assessores ali, sabemos o que a gente passou. Porque uma coisa é você se defender de algo que você fez de errado, outra coisa é você tentar provar o que você não fez e as narrativas sendo criadas. Então acredito que para o ano que vem eles vão ter um outro olhar também sobre mim. Quando eu falava, ‘gente, o povo está comigo’, eu avisava os meus coleguinhas de trabalho, e muitos deles debochavam tudo, desacreditando. Então realmente viu o que o povo quer, então tem que respeitar. Nós estamos ainda vivendo em uma democracia, o Brasil ainda vive em uma democracia, então tem que ser respeitado, não dá para eles tirarem isso, então acredito que vai ser bem mais tranquilo, inclusive com o executivo também. Não tem o porquê, eu não vejo motivo para eu ser oposição, porque a gente já conhece como que é a gestão do prefeito eleito, então não teremos as aberrações da gestão atual”.

A senhora vai pleitear a presidência da Câmara. Como que deve ser?

“Então, isso até muitas pessoas confundem, a população acha que o mais votado tem a cadeira de presidente, e não é, é por votação. Mas eu com certeza devo me colocar à disposição sim, até para ter uma renovação aí, para ser algo diferente mesmo, tanto do povo em relação a estar dentro da Câmara. Eu iria disputar sim, de forma tranquila”.

Em relação ao trabalho, como que estão as pautas da senhora até esse ano e a partir do ano que vem? Como deve ser a movimentação do trabalho em relação ao seu mandato?

“Eu não tenho bandeiras, o cachorro, a criança, o autista, não. Eu fiz muitas coisas que eu levantei, projetos para os autistas, mas eu não levanto a bandeira. Maringá realmente está numa situação bem complicada, desde saúde, segurança, educação, tudo, o abrigo das crianças, tudo tem que ser revisto. Então o que nós vamos fazer, ali na Câmara de Vereadores, que eu espero realmente que não seja o campinho do prefeito, como eu falava agora, que a gente seja maduro o suficiente, adultos o suficiente, homens e mulheres de palavra, porque com certeza cada um que bateu na porta para pedir voto prometeu. Que a gente possa ter um olhar sem bandeiras, porque desde os animais tudo precisa de ajuste, mas que a gente possa ser esse olho para o prefeito, que realmente dessa vez o Silvio vai encontrar uma prefeitura bem mais bagunçada do que quando ele entrou da primeira vez. Então nós que já fomos reeleitos, a gente já sabe o que está errado e o que não está. Então a gente pode ser um ajudador, vamos falar. Então é isso que eu quero, me colocar e tentar os projetos o quanto antes para a população, para o funcionário municipal. Tem muita coisa aí”.

Ouça a reportagem completa na CBN Maringá.

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