Nós usamos cookies para melhorar a sua experiência em nosso site, personalizar publicidade e recomendar conteúdo de seu interesse. Ao acessar nosso portal, você concorda com o uso dessa tecnologia. Saiba mais em nossa Política de Privacidade.

07 de setembro de 2024

1982: a vitória de Said Ferreira


Por Reginaldo Dias Publicado 06/09/2024 às 09h39
Ouvir: 00:00
image
Foto: Captura de tela/Maringá Histórica

Olá pessoal, a nossa máquina do tempo hoje estaciona em 1982. Vamos falar da eleição que conduziu o médico Said Ferreira à prefeitura. 

As eleições municipais de 1982 foram as primeiras realizadas a partir da reinstituição do sistema pluripartidário, mas também podem ser vistas como as últimas do sistema anterior, pois ainda tiveram uma lógica bipartidária. Em Maringá, a disputa foi polarizada pelos dois partidos que sucederam a Arena e o MDB, ou seja, pelo PDS e pelo PMDB.

Em 1982, também houve eleições para senador, deputados e governador. Neste último caso, era a primeira eleição desde 1965. Os dirigentes do governo federal promoveram a coincidência para tentar municipalizar o debate político e desviar a atenção dos graves problemas nacionais, acentuados pela crise econômica que assolava o país. 

Para dificultar o caminho da oposição, houve severas restrições à propaganda eleitoral. Na televisão, o candidato podia apenas divulgar o currículo e exibir um slide com o seu rosto. Além disso, foi criada uma regra estranha, o voto vinculado. Sob a penalidade de anular o voto, o eleitor era obrigado a votar, de alto a baixo, em uma mesma legenda. Imaginava-se que isso favoreceria o partido governista e dificultaria a vida da oposição, dispersa em alguns partidos.

Na prática, beneficiou o PMDB. Visto pela população como o maior partido de oposição e o único em condições de derrotar o partido governista, o PMDB foi o beneficiário do chamado voto útil.

Nas campanhas a prefeito, ainda sobreviveu a sublegenda. O PDS lançou 3 chapas. Os candidatos a prefeito eram o deputado estadual Antônio Facci, o empresário Ademar Schiavone e o engenheiro e lendário pioneiro Aníbal Bianchini. O PMDB lançou duas chapas. Os candidatos a prefeito eram o advogado Horácio Raccanello e o médico Said Ferreira. O PTB teve como candidato o empresário Egídio Assmann. Por fim, o PT lançou o médico Nelson Aiex. A advogada Izaura Gonçalves, candidata a vice-prefeita pelo PT, foi a primeira mulher a disputar um cargo majoritário.

O prefeito João Paulino, que fizera um mandato realizador e bem avaliado, concorreu ao cargo de vice-governador. Com sua desincompatibilização, assumiu a titularidade do cargo de prefeito o seu vice, o engenheiro Sincler Sambatti. 

Os candidatos do PDS gozavam de elevado conceito público, mas nadavam contra a correnteza. Por causa da situação nacional, o clima da campanha era francamente favorável à mística oposicionista do PMDB. Além disso, os seus dois candidatos a prefeito haviam sido bem votados na eleição anterior, ficando na segunda e na terceira colocação.

No final, por efeito do voto vinculado, nas urnas de Maringá o PMDB venceu o PDS em todos os cargos disputados (governador, senador, deputados, vereadores e prefeito) pela mesma margem de votos, cerca de 55% a 35%. Na votação nominal, o mais bem votado do PDS foi Anibal Bianchini, que obteve 15%. Horácio Racanello, do PMDB, foi o segundo colocado, com 22%.  Said Ferreira, agora filiado ao PMDB, foi eleito prefeito com 32% dos votos nominais. O novo vice-prefeito era o vereador Noboru Yamamoto.

Ouça o episódio:

Baixe o livro “Da Arte de Votar e Ser Votado: As Eleições Municipais em Maringá

Pauta do Leitor

Aconteceu algo e quer compartilhar?
Envie para nós!

WhatsApp da Redação