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23 de novembro de 2024

1988: a renovação dentro da tradição 


Por Reginaldo Dias Publicado 10/09/2024 às 09h03
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Foto: Livro – Da Arte de Votar e Ser Votado, de Reginaldo Benedito Dias/Acervo do jornalista Marcelo Bulgarelli/Acervo Maringá Histórica.

Olá, pessoal, hoje vamos narrar como o engenheiro Ricardo Barros, nas eleições municipais de 1988, ascendeu ao cargo de prefeito de Maringá. Foi uma das mais impressionantes viradas da história das campanhas eleitorais do município.

Em 1988, o prefeito Said Ferreira, ao concluir seu bem avaliado mandato, apostou na continuidade administrativa articulando uma forte chapa de candidatos pela legenda do PMDB. O candidato a prefeito era o secretário municipal João Preis. Como vice, foi incorporado o jovem deputado estadual Lindolfo Jr.

Em contrapartida, articulava-se uma ampla coligação oposicionista. A ideia era sustentar uma nova candidatura do ex-prefeito João Paulino. No entanto, alegando problemas de saúde, João Paulino declinou. Sem a sua liderança galvanizadora, surgiram três candidaturas dessa articulação. A primeira, sustentada pela coligação “Aliança por Maringá”, teve o empresário Ademar Schiavone como candidato a prefeito. A segunda foi encabeçada pelo ex-prefeito Adriano Valente, candidato pelo PDT. A terceira foi encabeçada pelo jovem engenheiro Ricardo Barros, candidato pelo PFL.

Fora desse círculo, saíram outras duas candidaturas. O PT lançou o professor universitário Norberto Miranda e o PSB teve como candidato o então vereador Miguel Grillo.

A chapa do PMDB largou na frente, exibindo franco favoritismo. Tudo indica que venceria as eleições, em condições normais de temperatura e pressão. A coligação “Aliança por Maringá”, porém, iniciou uma agressiva tática de denúncias contra o candidato do PMDB, elevando a temperatura e a pressão da campanha.

Criou-se uma imagem de que houve uma briga, mas o candidato do PMDB não brigou; ele apenas se defendeu. As denúncias não tinham fundamento e foram estancadas e punidas mediante procedimentos judiciais, mas geraram desgaste político e alteraram o curso das eleições, só que não em benefício da coligação “Aliança por Maringá”.

Faltando cerca de um mês para o final da campanha, saindo de um patamar baixo, começou a crescer a candidatura de Ricardo Barros, que reagiu ao conflito instaurado pela coligação “aliança por Maringá” se apresentando como a renovação política necessária. Mediante uma fulminante arrancada na reta final, ultrapassou a candidatura do PMDB e se tornou o mais jovem prefeito da história de Maringá, o primeiro nascido no município.

A vitória de Ricardo Barros se explica por vários motivos: a) soube se apresentar como alternativa política; b) aliou a ideia de renovação com a tradição, evocando a memória política de seu pai, o ex-prefeito Silvio Barros. Seu vice, Willy Taguchi, também vinha de uma família tradicional na política; c) foi o candidato que soube utilizar com mais eficiência os modernos recursos do marketing político e o palanque eletrônico da televisão.

Ouça o episódio:

Baixe o livro “Da Arte de Votar e Ser Votado: As Eleições Municipais em Maringá

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