Nossa máquina do tempo chegou à última estação, a eleição municipal de 2020, quando o prefeito Ulisses Maia foi reeleito no primeiro turno.
Em 2020, as eleições municipais foram impactadas por dois fatos.
O primeiro era de ordem da saúde pública. O país vivia sob a pandemia da Covid-19. Por causa das restrições dos protocolos de distanciamento social, entrou em pauta a hipótese de adiamento das eleições para que coincidissem, em 2022, com a sucessão estadual e federal. Essa hipótese não vingou, mas houve o adiamento dentro do calendário do ano 2020, sem prorrogar mandatos nem atrasar a data de posse dos novos eleitos.
O outro fato era de ordem legislativa. A partir de 2020, a legislação permitiu coligação para prefeito, mas exigia que cada legenda lançasse chapa própria para vereadores. Em sua primeira aplicação em Maringá, a lei gerou a consequência de estimular a ampliação do número de candidatos a prefeito. Algumas legendas, que antes se comportavam como força auxiliar na disputa pela prefeitura, lançaram chapa própria completa, para prefeito e vereadores, julgando que fosse o caminho mais viável para conquistar cadeiras na Câmara Municipal. Por isso, pela primeira vez na história, foram inscritas 13 chapas concorrentes à prefeitura de Maringá.
Para a campanha de reeleição, o prefeito Ulisses Maia promoveu uma movimentação partidária. Ele se filiou ao PSD, a legenda comandada pelo governador Ratinho Jr. O vice-prefeito Edson Scabora assumiu o comando do MDB. Para enfrentá-los, apresentaram-se 12 candidatos. Eram eles: o deputado Homero Marchese (PROS), deputado Dr. Batista (PMN), a Coronel Audilene (Progressistas), a Sra. Akemi Nishimori (PL), o vereador Carlos Mariucci (PT), o ex-secretário José Luiz Bovo (Podemos), o ex-secretário municipal Rogério Calazans (Avante), o ex-vereador Valdir Pignata (Cidadania), o advogado Eliseu Fortes (Patriota), o empresário Evandro Oliveira (PSDB), o empresário Anibal Bianchini (PTC) e o professor Edmilson Rodrigues (PSOL).
Muitos dos postulantes tinham relevante biografia na vida pública, seja como membro do primeiro escalão da administração municipal, seja como titular de mandatos parlamentares, enquanto outros traziam relevantes experiências em instituições privadas, mas não se constituiu um campo de força que impedisse a reeleição, já no primeiro turno, da chapa composta pelo prefeito Ulisses Maia e pelo vice-prefeito Edson Scabora. Os postulantes mais bem sucedidos foram o deputado Homero Marchese, o porta-voz mais contundente da oposição. Obtendo 18.52% dos votos, ocupou a segunda colocação. A terceira colocada foi a Coronel Audilene, candidata pela tradicional legenda dos Progressistas, com 9.60% dos votos. Os demais fizeram menos de 3% dos votos.
Calçada em elevados indicadores de aprovação de governo, a chapa situacionista, encabeçada pelo Ulisses Maia, liderou as pesquisas de intenção de voto de ponta a ponta, sem sobressaltos, a despeito do número recorde de concorrentes e do contexto atípico, sagrando-se vencedora, no primeiro turno, com 57% dos votos válidos.
Ouça o episódio:
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