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27 de agosto de 2024

O bipartidarismo 


Por Reginaldo Dias Publicado 27/08/2024 às 09h32
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Foto: Maringá Histórica/Bonifácio Martins

Em nosso encontro de hoje, vou abordar as mudanças no sistema político que o regime militar estabeleceu após 1964.

Em abril de 1964, os militares depuseram o presidente João Goulart e tomaram o poder. Muitas mudanças aconteceram em seguida. De início, alguns dos adversários do novo regime perderam os direitos políticos. De Maringá, o político alcançado por essas medidas foi o vereador Bonifácio Martins. Mais tarde, em 1969, o deputado federal Renato Celidônio teve o mandato cassado.

Em 1965, o novo regime estabeleceu as novas regras eleitorais. Primeiro, foram extintos os antigos partidos e foi criado um sistema bipartidário. Estavam autorizadas a funcionar duas legendas, uma de apoio ao governo federal, a Aliança Renovadora Nacional – ARENA, e outra de oposição, o Movimento Democrático Brasileiro – MDB. Logo depois foram abolidas as eleições diretas para presidente da República, para governadores e para prefeitos de capitais. Nas cidades do interior, como era o caso de Maringá, as eleições a prefeito continuaram a existir e foram muito disputadas.

Com isso, os políticos que se mantinham ativos tinham que escolher entre as duas legendas. Em Maringá, como demonstrou um estudo do professor José Carlos Alcântara, a ARENA nasceu forte, atraindo os membros da UDN, do PSD, do PR e do PDC. O MDB atraiu, principalmente, os membros do antigo PTB, como o deputado Renato Celidônio e o vereador e depois deputado Silvio Barros. Também houve a incorporação de alas minoritárias de outros partidos, como exemplifica a adesão do vereador Renato Bernardi, egresso do Partido Democrata Cristão.

Esse sistema criava situações indigestas, pois antigos rivais, como o ex-prefeito João Paulino e o deputado Haroldo Leon Peres, que eram líderes de seus respectivos partidos, tinham de coabitar agora a mesma legenda, a ARENA. Para acomodar essas divergências internas, o novo sistema abrigava o que se chamou na época de sublegenda. Isso permitia que cada legenda pudesse lançar até três candidatos a prefeito. Estranho? Difícil de entender? Melhor deixar para explicar como isso funcionava com os exemplos concretos de cada eleição.

Garanto para vocês que, apesar de o sistema ser complicado e engessado, as eleições municipais de Maringá continuaram a ser muito disputadas e empolgantes, gerando episódios saborosos. Fique conosco que vou narrar cada uma dessas eleições em nossos próximos encontros. 

Ouça o episódio:

Baixe o livro “Da Arte de Votar e Ser Votado: As Eleições Municipais em Maringá

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