Em encontro com imprensa, Ulisses Maia se irrita ao ser questionado sobre ‘prainha’

Durante o encontro aberto à imprensa realizado mensalmente pela administração municipal, o prefeito de Maringá, Ulisses Maia, falou sobre temas polêmicos, como o acordo com a Sanepar para seguir com a concessão dos serviços de água e esgoto na cidade e a demora para o início do funcionamento do Hospital da Criança, mas perdeu a paciência ao ser questionado sobre a compra do terreno que será utilizado para a construção do Parque das Águas.
Segundo o ex-deputado estadual Homero Marchese, 80% do terreno que será desapropriado pela administração municipal por R$ 6,3 mi teria sido negociado em 2021 por um valor bem menor: R$ 733 mil. O prefeito disse à imprensa que essa informação estava equivocada. “Não é verdade. Vai lá na beira do Pirapó, bate palma lá e compra algum metro quadrado lá e pergunta o preço. Se você conseguir comprar. A Prefeitura avaliou o valor que foi pago junto com as imobiliárias da cidade…e se você ou qualquer cidadão apresentar uma área ao lado daquela…mais barata…nós abrimos mão de todo o processo da prainha. A área custa R$ 700 mil o metro quadrado, aliás, o alqueire. Na cidade de Maringá você não acha uma área menos que isso…então o preço é esse. Existiu uma escritura entre família…não é compra e venda, está muito claro…entre família, como um pai que pasa para um filho fazer uma transferência. Quando se faz isso, grande parte das pessoas não coloca valor de mercado para eventualmente não pagar imposto, o que ele fez eu não sei. No entanto, o que ele fez para trás não interessa…seja qualquer área a ser desapropriada, não é o prefeito nem o secretário que dão preço. Os técnicos da Prefeitura formados na área capacitada têm que fazer uma avaliação. Somada com a avaliação das maiores imobiliárias da cidade…aí você forma o preço que se pratica na cidade e o município pode desapropriar”, disse.
A prainha foi anunciada em janeiro de 2022 e o local escolhido é um terreno na saída de Maringá para Astorga. O valor do negócio é de R$ 6,3 mi, porém, por meio da lei de acesso à informação, o ex-deputado descobriu que o dono do terreno de oito alqueires paulistas tinha comprado 80% da área em 2021, pagando pouco mais de R$ 730 mil. O procurador geral do município, Douglas Galvão, detalhou o processo de compra, explicando que o dono do terreno já tinha 20% da área e comprou os outros 80% de familiares ao longo de mais de 20 anos, por isso a discrepância de valores. A avaliação do terreno desapropriado foi encomendada a três empresas especializadas.
O prefeito disse que o pagamento pela área da futura prainha ainda não foi feito, mas será. “Não, o município não fez o pagamento, mas fará. Está tudo certo…a área é R$ 700 mil e eu convido qualquer um presente a fazer a mais alta investigação de valor de mercado e apresentar um centavo mais barato que isso. Estão todos convidados a fazer uma investigação de mercado”, disse.
