Ministro garante tarifa diferenciada, mais baixa e isenção para motos após leilão do pedágio do Paraná
O leilão do Lote 1 do sistema integrado de rodovias do Paraná, o primeiro do setor rodoviário nesta terceira gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, acontece nesta sexta-feira, 25, na B3, a Bolsa de Valores de São Paulo. Diante da grande expectativa da população do estado sobre como ficarão as tarifas nas praças a partir deste arremate por uma empresa ou concessionária e um “histórico traumático” dos usuários das rodovias, o ministro dos transportes, Renan Filho, garantiu que haverá somente boas notícias.
À jornalista Denise Mello, da Banda B, durante entrevista ao vivo no programa Bom Dia, Ministro, no CanalGov, no Youtube, na manhã desta quarta-feira, 23, – com a participação de profissionais de importantes emissoras de rádio de várias partes do Brasil – Renan Filho disse que espera uma cobrança de tarifas muito abaixo do que as praticadas nas últimas décadas e figuravam entre as mais caras do país.
“Tarifas menores a preços reais. Pelo menos, com desconto de 30%, a preços reais, com relação aos pedágios anteriores. E com os descontos que serão dados com o próprio leilão, em virtude da própria concorrência, a gente espera que isso caia ainda mais”, destacou o ministro.
Renan Filho explicou que, diferentemente do que era praticado nos contratos anteriores com as concessionárias das rodovias paranaenses, o modelo não exige aporte para a empresa que conceder até 18% de desconto. “Ou seja, vai pagar zero. Nós mudamos isso do leilão anterior, porque, a cada ponto percentual de desconto, a empresa concessionária já era obrigada a fazer aporte dentro do projeto. Isso desestimulava o desconto nas tarifas. Isso vai estimular os descontos e a gente acredita que o leilão será muito exitoso.”
O primeiro lote contempla o trecho da BR-277, entre Curitiba e Foz do Iguaçu, onde funcionaram cinco praças de pedágio nas últimas décadas. As mesmas devem voltar a operar a partir de 2024. Apesar de ser um dos principais destinos turísticos do país, não há pistas duplicadas.
Como detalhou o ministro, neste primeiro bloco serão atendidas as cidades de Curitiba, Araucária, Campo Largo, Imbituva, Irati, Lapa e Prudentópolis, especialmente as BRs 277, 373, 376 e 476. Além destas, as rodovias estaduais. “Esta também é uma inovação, a fim de garantir um modelo mais sustentável, que são as PRs 418, 423 e 427, todas aquelas da Região Metropolitana de Curitiba”, diz.
São 473 quilômetros e um investimento de R$ 8 bilhões, com operação com despesas de R$ 5,2 bilhões, por 30 anos de contrato. De acordo com o ministro, serão 344 quilômetros de rodovias duplicadas, inclusive com a duplicação completa da BR-277, mais 81 quilômetros de faixas adicionais, novas vias marginais, viadutos, trincheiras, passarelas, uma faixa adicional no Contorno Sul, de 14 quilômetros, e uma na serra de São Luiz do Purunã.
Diferenciação de tarifas e isenção para motocicletas
O novo modelo de pedágio, que vai entrar em vigor, tem como inovação a diferenciação de tarifas, para pista simples e pista dupla. O ministro dos transportes lembrou, em sua entrevista, sobre o “trauma” do povo paranaense em relação ao pedágio de valores elevados no passado, por conta dos acordos firmados no último leilão, e também do compromisso do governo do estado de duplicar todas as rodovias, o que não aconteceu.
“Pagava-se caro e as rodovias não foram duplicadas. Corrigimos isso. Agora, haverá uma tarifa para pista simples e o cidadão só vai pagar por pista dupla quando a pista estiver duplicada. Então, há um estímulo à empresa. Ela vai receber mais quando ela duplicar a pista, mas o cidadão só vai passar a pagar quando a pista for duplicada”,garante Renan.
A isenção da cobrança da tarifa para motocicletas também está prevista no novo modelo de pedágio. “Moto não vai pagar tarifa de pedágio. Moto passa de graça, porque a gente entende que pessoas que trafegam de moto são, sobretudo, as pessoas que têm mais dificuldades de pagar o pedágio.”
Outra boa notícia é que os usuários frequentes das rodovias pedagiadas terão redução do valor da tarifa, conforme a constância do uso. Como uma espécie de “programa de fidelidade”, definiu o ministro dos transportes. “Aquele cidadão que mora numa cidade e tem todo dia que passar numa praça, ou que trabalha numa área próxima, vai ter redução de tarifa. Quanto mais passa na praça, menos paga, como pontos de fidelidade de companhias aéreas.”