No meio do empurra-empurra, Ratinho Junior sorri e não descarta ficar sem disputar eleição

A pauta era política e deu boa, pois dois dos três nomes cogitados à sucessão estadual do grupo político do governador Ratinho Junior (PSD) estavam na solenidade de inauguração da agência do Poupatempo no Shopping Cidade, em Maringá, na manhã desta quinta-feira, 27.
Mesmo diante da grande quantidade de colegas de imprensa e da aglomeração de pessoas no entorno do governador – basicamente para conseguir uma foto de recordação-, o GMC Online conseguiu, em dois brevíssimos momentos, respostas exclusivas do chefe do Executivo paranaense.
Para chamar a atenção de Ratinho Junior, na primeira oportunidade, a pergunta foi, digamos, maliciosa:
– Governador, o senhor está com um problemão para resolver, né?
A pergunta atraiu a sua atenção e ele respondeu com outra pergunta:
– Como assim?
– O seu grupo político tem três pré-candidatos a governador. Como o senhor vai fazer para manter o PSD unido?
Sorrindo e nitidamente mais relaxado, respondeu:
– Esse é um problema muito bom de ter e será resolvido na base do diálogo, do consenso e do equilíbrio, para manter o nosso grupo político unido. Ainda temos um bom tempo pela frente.
A partir daí o objetivo passou a ser ouvir os dois pré-candidatos a governador presentes ao evento, o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Alexandre Curi (PSD), e o secretário estadual das Cidades, Guto Silva (PSD). O outro nome cotado para a sucessão de Ratinho Junior é o secretário estadual de Desenvolvimento Sustentável, Rafael Greca (PSD), que não veio a Maringá.
Ao ser questionado sobre a disputa interna, o presidente da Alep, Alexandre Curi, reafirmou que é pré-candidato a governador e que “não se trata de uma questão individual e de vaidade pessoal, mas sim de um projeto do grupo político do governador”.
Questionado se um dos três nomes cogitados para governador poderia, nas negociações para manter o grupo unido, tornar-se candidato ao Senado, Alexandre Curi respondeu que “sim” e acrescentou que “vamos ter duas vagas no Senado”.
– Mas uma vaga não será do governador Ratinho Junior?
– Isso não está definido.
As perguntas feitas e as respostas dadas pelo secretário das Cidades, Guto Silva, seguiram na mesma toada do contato com Alexandre Curi, que também reafirmou sua condição de pré-candidato e a disposição de buscar o consenso:
-O que está definido é o projeto de dar continuidade ao modelo de gestão do governador Ratinho Junior. E entendo que há um bom espaço para uma composição.
Questionado se nessa composição um dos pré-candidatos a governador poderia se tornar candidato ao Senado, Guto Silva também respondeu que “sim”. E diante da pergunta se o governador Ratinho Junior seria candidato ao Senado, a resposta foi: “Isso não está definido e pode ser até que o governador nem deixe o governo”.
Opa! Diante das respostas dos dois pré-candidatos a governador, Ratinho Junior teria que ser ouvido novamente. E no empurra daqui e dali, foi possível fazer a pergunta meio que ao pé do ouvido:
– Governador, pelo que entendi, os dois pré-candidatos do seu grupo político acenaram com a possibilidade de o senhor permanecer no governo e não ser candidato nas próximas eleições. Procede?
Sorrindo, Ratinho Junior se limitou a dizer: “Nada é definitivo. Ainda tem muito tempo pela frente”.
Diante das indefinições, naturais há cerca de um ano das eleições, a reportagem buscou outras fontes, experientes e bem informadas. E, juntando as análises que ouviu, chegou a um retrato de momento: o governador Ratinho Junior gostaria de permanecer no governo até o final do próximo ano.
E mais: as pesquisas de opinião pública divulgadas até aqui sugerem que o melhor candidato para enfrentar o senador Sergio Moro (União Brasil), que lidera a peleia, seria o secretário Rafael Greca, mas o ex-prefeito de Curitiba, até agora, sequer admite a possibilidade de ser pré-candidato.
(Para ser candidato a qualquer cargo, exceto em caso de reeleição, um governador deve se desincompatibilizar seis meses antes das eleições).
