15 de junho de 2025

Prefeito anuncia maior data center da América Latina e ZPE em Maringá


Por Luciana Peña/CBN Maringá Publicado 23/01/2025 às 14h47
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O prefeito Silvio Barros anunciou nesta quinta-feira, 23, em evento na Associação Comercial e Empresarial (Acim), que Maringá deu início à tramitação junto ao governo federal para a criação de uma Zona de Processamento de Exportação (ZPE). Os benefícios fiscais de uma ZPE atraem investimentos e geram desenvolvimento. Uma empresa que irá se instalar na ZPE é um data center de inteligência artificial, com unidades nos Estados Unidos, México e Suíça.

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Foto: Ricardo Lopes

Existem duas Zonas de Processamento de Exportação (ZPE) no Brasil, mas muitas solicitações tramitam no governo federal, e Maringá entrou nesta lista. O processo começou nesta quinta-feira com decretos para desapropriações de áreas onde irá funcionar a ZPE. A proposta inicial é que a Zona seja criada em áreas contíguas ao aeroporto regional.

O prefeito Silvio Barros diz que uma ZPE garante benefícios fiscais atraindo investimentos e gerando desenvolvimento. “É uma área industrial, estabelecida por lei federal, onde as empresas que se instalam podem se instalar com muitos benefícios, sejam eles tributários, sejam sociais, para que elas possam exportar. Então, no mínimo, as empresas que se instalarem têm que exportar 80% da produção. Ou seja, elas podem importar sem impostos e podem exportar numa situação muito vantajosa. Maringá tem a possibilidade, tem o diferencial de poder ter uma zona de processamento de exportação, porque nós temos um aeroporto nosso que já está alfandegado e que pode se tornar um hub de carga internacional, o que é um diferencial. Poucas zonas de processamento que estão solicitadas têm esta vantagem e com todos os benefícios logísticos. Então, essa é a nossa proposta, estamos lançando hoje uma virada de página na economia de Maringá”, disse. 

“As empresas de exportação que já estão em Maringá poderão, eventualmente, estabelecer novas unidades dentro da zona de processamento, é um espaço fechado. Você não pode ter o benefício da ZPE se você estiver fora do ambiente da ZPE. Então, elas poderão se transferir para lá e aumentar os benefícios que elas têm hoje em função daquilo que as ZPEs podem proporcionar”, completou o prefeito.

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Foto: Ricardo Lopes

Silvio Barros também explicou como funciona o processo deimplantação da ZPE. “Nós hoje decretamos a criação, o início do processo, definimos uma área e com esta área nós damos entrada no Ministério do Desenvolvimento Econômico para a solicitação dos benefícios federais. Existe uma lista de requisitos que precisam ser cumpridos, entre eles temos que ter já uma empresa âncora definida para que o Ministério possa considerar prioritário. É nisso que nós estamos trabalhando, estamos agora bem adiantados nesse processo e começa hoje. Vamos definir algumas áreas que estamos desapropriando hoje, com o decreto de desapropriação, não desapropriando, mas com o decreto de desapropriação, para que a gente possa ter um melhor local para essas ZPEs. Só que nós começamos numa área que já pertence à prefeitura contígua ao aeroporto. Então, esse é o início do processo. Se tivermos uma área melhor do que essa, a gente troca”, concluiu Silvio Barros.

O primeiro data center de inteligência artificial da América Latina deve se instalar na ZPE. O anúncio da instalação da empresa em Maringá foi feito pelo secretário de Indústria, Comércio e Serviços do Paraná, Ricardo Barros.

“É o primeiro da América Latina, é um investimento muito alto, muito importante, gera muitos empregos, uma arrecadação muito grande para o município. O prefeito Silvio Barros concordou em pedir uma ZPE, porque Maringá, na composição da sua economia, tem 20% do seu PIB como indústria, e a média do Brasil é 25% e no Paraná é 27%. Então, como nós estamos abaixo da média de industrialização, nós temos direito a solicitar a ZPE. Esse é o enquadramento que nós estamos fazendo. A tecnologia de informação, ela pode estar instalada em qualquer lugar do mundo. Nós temos conectividade de qualquer lugar do mundo para processar dados, então nós temos que estar em um ambiente competitivo e tributação no Brasil é um assunto que pesa muito. A ZPE é uma forma de nós termos o nosso data center competindo mundialmente em mesmas condições tributárias”, afirmou Ricardo Barros.

Para o secretário, alguns fatores da estrutura de Maringá fazem com que a cidade tenha o perfil para a instalação do data center. “Por conta das nossas universidades, qualidade de mão de obra, capacidade de ter a energia disponível, que nós já consultamos a Copel, e água também, porque refrigeração em data center é um assunto muito relevante. Então, são muitos fatores que se somam para que Maringá tivesse sido escolhida como a sede deste investimento, que é o primeiro da América Latina, data center de inteligência artificial”.

O CEO da empresa que trará o data center a Maringá, Fernando Palamone, disse que em seis meses a obra começa, mesmo que o processo de ZPE não esteja concluído. 

“O investimento se inicia dentro de seis meses, quando a gente vai começar realmente o período de construção. Dentro desse período inicial, a gente vai estar fechando os contratos necessários para fornecimento de energia, para licença ambiental e outros contratos necessários para isso. Vão ser construídos um centro de data center, que será o maior data center da América Latina, com 400 megawatts de capacidade de TI. Essa capacidade, só para ter em comparação, não existe uma outra capacidade desse nível a nível de Brasil ou América Latina, e também não existe um data center hoje que tenha essa condição, por exemplo, de refrigeração que é necessária para você fazer a computação da inteligência artificial hoje, trazendo esses métodos mais modernos de refrigeração. Então, esse será o primeiro data center focalizado nisso, e a gente vê a inteligência artificial como um dos marcos de criação, por exemplo, de valor, que o Brasil não pode perder o passo com isso. Então, a gente, trazendo esse desenvolvimento para o Brasil, vai ajudar a economia do Brasil, a economia local, e o Brasil também a se posicionar como um desenvolvedor de tecnologia nessa área”.

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