
Em entrevista à CBN, a secretária de Políticas Públicas para Mulheres, Olga Agulhon, detalhou os principais serviços oferecidos pela Secretaria Municipal (Semulher) no combate à violência contra a mulher. Segundo ela, as mulheres vítimas de violência chegam à Secretaria por diversos meios, como hospitais, Polícia Militar, ou até mesmo por meio da assistência da Guarda Civil Municipal e Ministério Público.
A Semulher oferece suporte por meio de serviços de assistência social e psicologia, com destaque para o Centro de Referência e Atendimento à Mulher (CRAM), que realiza acolhimento psicológico e social para mulheres que passaram por violência doméstica. Em casos mais graves, as mulheres são encaminhadas para casas-abrigo, onde permanecem com seus filhos em segurança até que medidas protetivas sejam tomadas e elas se sintam aptas a recomeçar suas vidas, muitas vezes com a ajuda de familiares em outras cidades.
“Ali nós temos assistentes sociais, psicólogas, que realizam o trabalho de acolhimento dessas mulheres que já passaram ou estão passando por violência doméstica”, explicou a secretária.
Promover o empoderamento das mulheres
Olga Agulhon ressaltou a importância de promover o empoderamento das mulheres, não apenas através do acolhimento das vítimas, mas também por meio de cursos de qualificação e profissionalização. “Temos parcerias com o SENAC, com o SENAI, que são cursos profissionalizantes ou cursos de qualificação que preparam a mulher também para o mercado de trabalho”, afirmou.
Por isso, em parceria com essas instituições, a Secretaria oferece cursos gratuitos que preparam as mulheres para o mercado de trabalho, além de promover o convívio social, onde muitas delas acabam encontrando a coragem para denunciar a violência que estavam sofrendo.
De fato, a secretária também destacou projetos de conscientização e prevenção da violência, com ações como palestras, campanhas informativas em semáforos e a ampliação do uso das redes sociais para divulgar os direitos das mulheres.
“A Secretaria já desenvolvia algumas ações em semáforos, e agora também nós pretendemos ampliar essa ação de conscientização, de repasse de informações, trabalhando muito com as redes sociais”, disse. Além disso, a Secretaria vai lançar podcasts com psicólogas, promotoras públicas e representantes da Lei Maria da Penha, para fornecer informações e orientação às mulheres.
Outro ponto importante é a atuação da Secretaria junto aos homens, buscando conscientizá-los sobre os crimes de violência doméstica e suas consequências. “A informação também é importante que chegue aos homens, porque alguns também não sabem quais são as penalidades. E talvez se eles estivessem bem cientes de tudo que pode acontecer com eles, que a violência é crime, talvez eles também pensassem um pouco mais ou se contivessem um pouco mais”, afirmou Agulhon.
Apesar de todo o trabalho realizado, Agulhon reconhece os desafios enfrentados pela Secretaria, especialmente no que diz respeito ao orçamento limitado e à necessidade de mais profissionais e recursos. Para contornar esses obstáculos, a Semulher tem buscado parcerias com outras secretarias municipais, como a de Saúde, Educação e Segurança, além de contar com a colaboração de organizações voluntárias. “Estamos buscando parcerias, porque o trabalho é um só. Muitas dessas secretarias têm trabalhos voltados para as mulheres. Então, nós trabalhando juntos, podemos unir forças”, destacou.
Projetos futuros na Semulher
Entre os projetos futuros, Olga mencionou iniciativas como clubes de leitura, sessões de cinema com debates sobre questões femininas e palestras nas escolas para educar os jovens sobre a igualdade de gênero e os direitos das mulheres. “Vamos fazer uma série de palestras com a equipe da Secretaria mesmo e com os profissionais da Maria da Penha, que já se ofereceram também”, disse a secretária.
A secretária também revelou que a Semulher está preparando projetos de lei que buscam melhorar os atendimentos prioritários para mulheres em situações de vulnerabilidade, além de garantir a continuidade de suas ações ao longo das gestões. “São todos em prol da mulher, alguns de atendimentos prioritários em determinadas situações, mas outros também que envolvem um trabalho mais específico”, afirmou.
Olga Agulhon enfatizou a importância de dar visibilidade às vítimas de violência e afirmou que a luta pelo respeito às mulheres e contra a violência continua sendo sua prioridade. “Essa luta é árdua, mas é uma luta que, se a gente conseguir qualquer resultado, vai nos deixar com um sentimento muito bom de dever cumprido”, concluiu.
Serviços de acolhimento e apoio às mulheres em situação de violência podem ser acessados por meio do CRAM, e as informações sobre os projetos da Secretaria estão disponíveis nas redes sociais da Semulher.