Sindicalistas e militantes de esquerda fazem protesto contra vereadora de Maringá

Cerca de 40 líderes sindicais e militantes de partidos políticos de esquerda, como PT, PC do B e PSol, ocuparam boa parte do plenário da Câmara de Vereadores de Maringá durante a sessão desta terça-feira, 9, e fizeram um barulhento protesto contra a vereadora Giselle Bianchini (PL), com palavras de ordem como “Sem Anistia”, “Fascista”, “Golpista” e Ditadura nunca mais”.
Na sessão anterior, realizada na quinta-feira, 4, em discurso na tribuna da Câmara a vereadora defendeu os militares que tomaram o poder em 1964 e implantaram um regime de força, que além de acabar com eleições diretas para presidente da República, governadores e prefeitos das capitais, prendeu, torturou e executou um grande número de opositores ao regime.
Antes do início da sessão, questionada como havia recebido a informação de que haveria um protesto contra ela, Giselli Bianchini comentou: “Mas vai ter protesto? Não estou sabendo”. Naquele momento um pequeno grupo de sindicalistas e militantes partidários já se encontrava na Câmara. Na sequência disse que “tiraram minha fala do contexto”.
Segurando um pequeno busto do ex-presidente Jair Bolsonaro, a vereadora acrescentou: “Não apoio a ditadura. Não apoio a tortura. Sou cristã e defendo a vida e a liberdade”. Pouco depois a sessão plenária teve início e coube justamente à vereadora Giselli Bianchini fazer o discurso de apresentação do convidado do dia, o advogado tributarista Jefferson da Rocha.
Mas foi praticamente impossível ouvir o que ela dizia, pois os manifestantes subiram o tom e não pararam de gritar as palavras de ordem, muitos deles portando cartazes com os dizeres que entoavam. A presidente da Casa, vereadora Majô Capdeboscq (PP), chegou a pedir várias vezes, em vão, para os presentes fazer silêncio em respeito ao convidado do dia.
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O clima tenso já se desenhava antes mesmo da sessão começar. Na porta de acesso ao plenário da Câmara, a segurança foi reforçada, inclusive com um guarda-municipal fortemente armado. Também usou detector de metal na revista aos presentes.
Quando os protestos se intensificaram, com xingamentos pessoais, um grupo de homens da Guarda Municipal, alguns armados, se posicionou à frente da mureta que separa os vereadores dos visitantes, evitando assim que tentativas de agressão se consumassem.
O vice-presidente do Sindicato dos Rodoviários de Maringá, Emerson Silva, disse que “o discurso da vereadora na tribuna da Câmara, dizendo que os generais de 1964 foram felizes em suas ações mostram desconhecimento da história e ignora as torturas, o sequestros, os assassinatos e as perdas de mandatos em um período muito ruim”.
