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03 de janeiro de 2025

Ulisses Maia assume frustração com a prainha e revela convite para o governo do Estado e intenções nas eleições 2026


Por Luciana Peña/CBN Maringá Publicado 31/12/2024 às 09h45
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O prefeito de Maringá, Ulisses Maia se despede nesta terça-feira, 31, do cargo após oito anos de gestão. Em entrevista em seu gabinite, ele comentou o exercício do poder, o dia a dia no Paço Municipa, revelou as irritações, orgulhos e frustrações do mandato.

Ulisses lamentou não ter concluído a prainha e disse que foi convidado para assumir um cargo no governo do Estado.

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Foto: Mileny Melo/PMM

Confira a entrevista

Foram oito anos de gestão, após dois mandatos. O senhor gostou de sentar na cadeira de prefeito?

Com toda e absoluta certeza. É algo que eu quis muito. Sonhei com isso desde que eu era muito pequeno, desde criança.

Sonhei, imaginei, desejei muito e trabalhei para isso. Trabalhei muito em vários aspectos. Desde que eu tenho 16 anos, trabalhei em todas as campanhas eleitorais a partir daí. Você imagina que de 2 em 2 anos tem eleição no Brasil.

Eu tenho 55 e são quase 40 anos, fazendo campanha. Aí disputei as eleições, vereador duas vezes, presidente da Câmara duas vezes. Fiquei aqui na prefeitura como chefe de gabinete e secretário durante aproximadamente sete anos.

E disputei a eleição para prefeito. Então, isso do ponto de vista político. E do ponto de vista técnico, profissional também. Quando eu me formei em direito na UEM, especializei na área do direito eleitoral, do direito público. Eu assessorei desde que eu tinha também uns 22 anos, quando eu me formei.

Assessorei prefeituras, câmaras. A própria Câmara de Maringá, fui assessor jurídico dela. E depois voltei a ser presidente.

Então,somando todo esse período, me deu as condições técnicas, aliada à política que está no sangue desde criança, para a gente ocupar esse cargo que tanto desejei.

Então, estou muito feliz e saindo com a alma bastante lavada, vamos dizer, e a consciência bastante tranquila.

O que foi que o senhor mais gostou neste período como prefeito?

O que eu mais gostei, sem dúvida alguma, faz parte do meu estilo. É estar perto
das pessoas. E isso não é no período do mandato. Sempre foi assim. Quando eu fui presidente da Câmara, em 97, eu já fazia sessões itinerantes, levava sessões para os bairros.

Eu tinha como vereador um gabinete móvel que percorria os bairros, sempre no contato com as pessoas. E aquela presença minha em contato com as pessoas, na feira, numa esquina, numa lanchonete, numa padaria, durante todo o exercício do mandato. Não só de prefeito, sempre foi.

Então, eu sinto um carinho muito grande das pessoas, no terminal. Quantas e quantas vezes eu vou no terminal, desde comemorar meu aniversário lá no terminal, distribuindo bolo para as pessoas, desde o dia 8 de março, Dia Internacional da Mulher, dando flores, duas mil rosas que eu entrego para as mulheres. Então, esse contato com as pessoas, as pessoas quererem conversar, quererem tirar foto, abraçar, isso é a coisa mais gratificante.

E o que mais o irritou?

O que mais me irritou? Olha, ao longo de oito anos, administrando uma cidade com 13 mil servidores, com um orçamento de 3 bilhões e 200 milhões de reais. É a maior empresa da cidade, é a maior instituição da cidade. É claro que existem muitos desafios que você, ao longo desse período, fica irritado, fica nervoso, principalmente quando você quer fazer uma coisa e às vezes a coisa não sai, principalmente do jeito que você quer. Eu sou muito exigente, eu gosto de fazer as coisas não bem feitas, mas muito bem feitas.

Perfeccionista?

Sou perfeccionista, sim. Não sofrendo por ser. Não vou dizer que isso é um TOC (Transtorno obsessivo-compulsivo) ou que eu sofro por ser perfeccionista. Eu gosto das coisas bem feitas. Então eu sou perfeccionista porque eu gosto de tudo perfeito, tudo certo.

E quando a coisa não faz da forma como eu quero, muitas vezes eu mando refazer. Para mim não basta entregar uma obra e fazer um serviço, não basta. Tem que ser o melhor.

Acho que isso ajudou a colocar Maringá no topo do Brasil como ela está. A gente exigindo muito de todos.

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Foto: PMM

Que ação, obra que deixou o senhor mais orgulhoso?

Olha, eu já pensei sobre isso. E as pessoas vão sempre perguntar de legado, de obra mais importante. É difícil apontar uma específica. Se você pegar, por exemplo, a última grande obra, O Hospital da Criança, é algo que vai ser uma transformação na vida das crianças de todo esse Noroeste do Paraná e de famílias que não vão precisar ir mais para Curitiba, ter um atendimento aqui com conforto.

E nós, desde o primeiro dia, até fazer funcionar o hospital, foi um trabalho incansável.
Incansável. Aí você pega e vai para a área, por exemplo, do terminal.

Assumimos, estava aquele problema, não conseguia começar a obra. Então nós resolvemos o problema, começamos e entregamos. Você vê uma obra daquela, que além de trazer um benefício para milhares de pessoas que usam o transporte público, passou a fazer parte da cidade de Maringá, do cartão-postal de Maringá.

Na área do esporte, por exemplo, quando você pensa que nós fizemos a primeira piscina
pública coberta e aquecida do Paraná e umas do Brasil. Eu não conheço outra piscina pública coberta e aquecida. Eu fui lá no CSU (Centro Social Urbando), e já entregamos mais 4, 5 piscinas cobertas e aquecidas.

Então são obras que provocam um impacto na vida das pessoas que usam, inestimável. Então não é tanto uma obra importante, é mais importante para mim, é para as pessoas.

Quando você lembra dos viadutos Perneta ou viaduto Saci do Contorno Norte, que era uma perna só, que a cidade reivindicou tantos anos para resolver aquele problema, quantas pessoas se acidentaram lá, perderam a vida. Nós fomos e resolvemos e duplicamos todos os viadutos. Para quem usa aquele trecho, para quem já passou por um acidente ali, uma duplicação de um trecho daquele é algo extraordinário.

Quando você vai para a região da (Avenida) Carlos Borges, que todos lembram, era avenida, mas é rua, recebia o nome de avenida, mas era uma rua. Uma rua, situação bastante precária. Nós fomos lá, desapropriamos todas as áreas, pagamos todas as áreas, licitamos e entregamos para a cidade um modelo diferente de planejamento urbano, de ocupação urbana. Você imagina a mudança que aquilo provocou na cidade.

Quando a gente resolve aqui e dá o pontapé inicial e permite a execução das obras da região onde é o Eurogarden, porque o que tem feito lá é público, as avenidas, as ruas, as calçadas, tudo aquilo é uma área pública, é da prefeitura. E em um modelo de parceria com a iniciativa privada. Quando você vê o impacto daquele Eurogarden na vida da cidade, é quando você vai ver os milhares de apartamentos que nós fizemos dentro do projeto Prozeis, que ofereceu ao cidadão ter a sua moradia, ter o seu apartamento, pagando bem mais barato do aluguel no lugar mais grande de Maringá, dentro da cidade, onde já tem toda a estrutura, você veja a mudança e isso provoca.

Então eu estou citando algumas e o número é muito grande de obras.

Mas alguma coisa que o senhor gostaria de ter feito e não fez?

A prainha. A prainha, entendeu? Eu só não fiz a prainha por maldade de políticos que desvirtuaram o projeto e inventaram mentira para o Ministério Público. Inventaram mentira, falando que o preço era um preço acima do valor de mercado. Nós nem tínhamos pago. Era um processo de declarar de utilidade pública para desapropriar.

No final da história, o Ministério Público fez perícia e constatou que o preço que eventualmente a Prefeitura pagaria é mais barato do que a avaliação da perícia judicial do Ministério Público. Só que, principalmente, os políticos que fizeram isso, que devem ter piscina na sua casa, que devem ter casa em Porto Rico, que devem ter apartamento em Balneário Camboriú, que devem ser sócios do Country, do Maringá Clube, eles não sabem que milhares de maringaenses não pisam o pé numa água porque não têm acesso. E o Poder Público tem todas as obrigações constitucionais, entre elas, oferecer esporte, cultura, lazer. Então, era isso.

Com essas denúncias mentirosas, muito fake news, isso foi para o Ministério Público. No final de contas, não deu tempo mais de viabilizar o projeto.

O senhor ficou chateado com os memes que fizeram por causa da pauta?

A única coisa que eu não fico chateado é com memes. Porque eu sou político desde que eu me entendo por gente. Comecei com 12, 13, 14 anos. O político que fica irritado não só com meme, mas com críticas ele não está preparado para ser político. Quem vai entrar na vida pública tem que entender que a sua vida mudou.

Você não é uma pessoa comum que pode fazer o que você quiser. Você se obriga a ter uma vida pública, efetivamente. E tendo uma vida pública, vai ter momentos que vão te elogiar ao máximo, vai ter momentos que vão ter crítica, vai ter momentos que vão fazer um meme com uma crítica.

Mas quantos e quantos memes fizeram engraçados me elogiando? Então você precisa ter um equilíbrio. O que incomoda seja no meme ou outra divulgação, são as fake news, as mentiras. Isso é cruel. Porque a pessoa recebe hoje a informação pela internet. Todo mundo, todo mundo, 100% das pessoas recebe diversas mensagens por dia. Diversas informações na internet por dia. As pessoas já não sabem se aquilo é verdade ou mentira.

Então misturou muito a realidade com a ficção, a mentira da verdade. E aí, às vezes, você tem que correr um tempo e gastar uma energia para você trazer só a verdade. Não é para não ter crítica. É para que a crítica seja considerando o assunto verdadeiro. Mas desses memes, eu acho até bacana, dou risada. Eu mesmo já repostei vários.

Porque fizeram um meme lá, deu uma enxurrada. Aí fizeram aquele lá com uma rampa. Bom, primeiro, enxurrada é uma coisa que dali 10, 15 minutos a água já vai escoar. É normal. De todo lugar vai ter uma chuva rápida de poucos segundos. Vai acabar acontecendo. E a pessoa lembra da prainha. Quer dizer, que está na imagem das pessoas. Talvez ele não está criticando a prainha. Ele quer criticar a própria enxurrada que deu ali. Então é um misto.


O importante é que, na minha consciência, mesmo que é um meme de crítica, na minha consciência, eu tenho convicção de que não seria nada demais fazer a prainha.

Agora, antes de estar aqui na sua entrevista, eu entreguei mais uma escola nova a Riovaldo Moreno. Nós investimos 20 milhões de reais.

É um valor que mais ou menos você fazia uma prainha. Nós investimos, estou deixando para o ano que vem, 230 milhões de reias de obras, de recursos e com 20 obras em andamento. Daria para fazer umas 10 prainhas.

Então não é um megaprojeto, é uma área de lazer para a população, como nós fizemos em centro esportivo, com piscina coberta e aquecida. A piscina coberta e aquecida, então, não pode ser pública? A prainha, o que é? É uma piscina maior. A diferença é que ela ia simular uma praia, com areia artificial, como alguns lugares do Brasil já tem público, inclusive.

Falando um pouquinho da sua vida pessoal, qual é a opinião da sua família de ter um prefeito em casa? Como é a rotina, o dia a dia? Como foram esses oito anos?

Eu tive uma homenagem que a minha equipe de comunicação fez um vídeo documentário. Coisa extraordinária.

Acho que mais uns dias eles conseguem liberar no YouTube. Uma hora e meia. Um trabalho fenomenal. Nesse trabalho, eles entrevistaram. Eu tenho vivo três tias e um tio. Eles participaram e todos os meus irmãos e primos também, dando entrevista.

E ali você percebe claro que um orgulho imenso. Eu tenho muito orgulho de ser prefeito de Maringá. Isso me enche de orgulho, de satisfação.

Minha família também. Porque nós estamos encerrando oito anos sem um escândalo, sem uma denúncia, sem uma briga, sem panelaços, sem protestos, sem nada.

Em harmonia com a Câmara Municipal, em harmonia com os deputados, em harmonia com os governos, em harmonia com a sociedade civil, com o setor produtivo.

Os números mostram que somos a melhor do Brasil. Não sou eu que estou falando. Os números mostram. As contas todas aprovadas. Selo Diamante concedido pela Associação dos Tribunais de Contas. Não é um tribunal. É uma associação de tribunais de contas avaliou e nos deu selo diamante. As cidades grandes não têm.

Nós somos uma raridade. Recebemos o Tribunal de Contas em sistema de integridade e controle pela nossa Secretaria de Compliance, que foi a única do Paraná, a primeira que nós fizemos, uma das primeiras do Brasil. Nós tivemos a nota máxima 98,5.

Então, nós estamos saindo com inúmeras obras prontas. Mais obras estruturais, estruturantes, para serem entregues em 2025 e 2026. Recurso na conta para todas essas obras.

O município está absolutamente equilibrado em todos os aspectos. Então, depois de oito anos, só pode ter orgulho. Eu vejo minha família com muito orgulho.

Porém, é óbvio que a família sofre também. Por exemplo, eu, quando eu leio uma crítica e a grande parte não é correta, não a crítica, o que ele está criticando, porque teve uma informação distorcida, eu absorvo isso, porque faz parte da minha atividade, como eu disse. Faz parte de quem está na vida pública.

Agora, minha família não tem o mesmo estilo que eu. Ou seja, eles sofrem muito, mas muito, quando sai uma crítica ou outra. Então, eu acho que eles têm esse orgulho extraordinário, mas claro que sofrem quando lêem alguém criticar. A mesma coisa, você… alguém que ama ser criticado em uma rede social, a pessoa vai ficar chateada, mas vale a pena.

Vale?

Eu acho que para todos, porque da mesma forma que eu tenho esse orgulho, nós estamos na história da cidade para sempre. Vão se passar dez, vinte, trinta, cinquenta, cem anos. Então, dez gerações para baixo de mim vão falar, esso aqui foi meu avô, esso aqui foi meu bisavô, esso aqui foi meu tataravô… Está na história. É uma história de orgulho. Sim, eu acho, pelo menos, que é uma história de orgulho. Aí cabe a população avaliar

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Foto: Rafael Macri

Falando, então, sobre o futuro, o que o senhor vai fazer em janeiro, por exemplo?

Trabalhar. Eu sempre fiz a vida inteira. Trabalhar. Eu nunca tive moleza na minha vida quando eu tinha doze anos, eu já estava vendendo chouriço de bicicleta, os meus tios administravam o matadouro, e para quem não sabe, e a grande maioria hoje não sabe, ali na Praça do Avião, você virando para entrar para a UniCesumar, naquela rua interna, do lado direito, podem olhar, tem ainda o prédio onde era o matadouro.

Você imagina que isso até 84, 85, meus tios foram os últimos administradores. Aí no matadouro, os miúdos ficam para o administrador. Então a pessoa vai lá, mata o boi e deixa os miúdos. Essa é a regra do matadouro. E o sangue do porco é a mesma coisa. O sangue do porco virava chouriço.

Era uma pessoa que fazia, ele andava de carroça vendendo chouriço na cidade e metade ele deixava para o matadouro, que dava uns 10 quilos por dia mais ou menos. O meu tio passou para a minha mãe 10 quilos aqui de chouriço por dia, mas tem que vender. E sobrou para mim vender chouriço com 12 anos.

Seus irmãos não vendiam?

É, porque cada um estava em outra atividade. Tem um irmão mais novo, um ano a menos que eu, que também ajudou. Alguns dias ele vendeu, o Sócrates. Fomos 11 irmãos homens. Todos quase com nome grego.

Então, voltando à tua resposta. Eu trabalhei a vida inteira. Trabalhei estagiário no Banco do Brasil, trabalhei em açougue, trabalhei no supermercado, trabalhei em cerealista, tudo da família. Aí entrei para a política.

Com 16 para a frente, trabalhei só com política. Então eu trabalhei a vida inteira. Nunca tive momentos parados na minha vida.

Ano que vem, o que eu tenho certeza 100% é que eu vou trabalhar. Agora, onde? Aí vai depender de algumas circunstâncias. Eu sou advogado.

Uma das coisas, com certeza, eu vou retomar a advocacia, porque como prefeito fica impedidode advogar. A minha OAB como prefeito, ela fica licenciada obrigatoriamente.

Terminando, a primeira coisa que eu quero fazer é retomar a minha OAB, com condições de advogar.

Advogar, prestar assessoria, prestar consultoria. O que eu fiz a vida inteira e que acredito que agora agrega muito a condição de oferecer essa assessoria e advocacia. E aguardar convites políticos, eu tenho um convite do governador Ratinho Júnior para estar no governo, mas não está definida a função.

Primeiro, eu preciso que ele defina a função para daí a gente analisar dentro do contexto de ser importante para a cidade, para a região, eu poder assumir.

Já existe um leque de possibilidades?

Não. Especificamente da função, não. O que existe é que ele quer que eu vá para o governo. Tem basicamente dois ex-prefeitos que ele faz questão, que sou eu e o prefeito de Cascavel, o (Leonaldo) Paranhos, que há uma possibilidade, mas não está ainda definido, do prefeito de Curitiba, o Rafael Greca. Mas o Paranhos e eu é uma coisa pessoal do governador.

E ele fala isso, não agora, ele fala desde que eu estive com ele, porque eu fui o primeiro prefeito a apoiar ele na primeira campanha dele. Eu fui o primeiro a filiar no PSD a convite dele e dos prefeitos.

Então a gente está com ele desde que ele estava começando a construir a candidatura dele.

E os resultados de Maringá. Maringá vive o melhor momento da sua história. Não é só por minha ação, evidentemente, mas eu sou o prefeito desses oito anos e com certeza contribuímos muito para isso.

Então também é importante para o governo ter alguém com essa experiência de Maringá, até para ajudar as cidades que têm um pouco mais de dificuldade. Por exemplo, o nosso modelo de compliance, que é único no Paraná, porque nós tivemos coragem de criar, nós recebemos a nota 98.5, selo diamante, é o que o prefeito de Londrina quer implantar agora lá, o novo.

É o que o prefeito eleito de Curitiba quer implantar lá, entendeu? E aí nós estamos Ponta Grossa, a prefeita nova quer, atual, reeleita, quer colocar lá, ou seja, modelos que deram certo aqui que vão repicar em outras cidades, e se a gente tiver um governo isso aí ajuda.

Mas também eu ainda não tenho a decisão porque eu preciso primeiro saber a definição. Se não, eu vou ficar trabalhando aqui e quando eu tinha 16 anos, como eu já te falei, isso é 86, eu comecei a fazer campanha. Trabalhando, coordenando, assessorando, ou disputando.

Se desde 86 estou fazendo campanha, depois de tudo que aconteceu, não é a próxima campanha que eu vou ficar de fora, né? Eu vou participar da eleição de 2026 porque eu sinto o chamado, eu sinto por onde eu tenho andado, as pessoas falarem, a minha equipe escuta isso toda hora, ah, que pena que você vai sair, que pena que terminou lá, se eu tivesse o terceiro mandato, você ia continuar. Vamos então esperar a próxima eleição.

Na próxima eleição tem sete vagas, sete disputas. Tem deputado estadual, deputado federal, duas vagas de senado, governador, vice-governador e presidente. Presidente, claro, né, com toda a nossa modéstia. Mas tirando o presidente, todas as outras opções, eu me orgulharia muito de disputar.

Mas você nunca pode ser candidato de si mesmo. Você tem que representar o projeto. Aí se o meu partido, para Maringá, para você, para o partido, nós precisamos que você dispute para governador, eu disputo. Para vice, eu disputo. Então eu posso disputar, não é que eu disputo, eu posso disputar qualquer uma dessas eleições.

Só para encerrar, o senhor vai continuar nas redes sociais?

Ah, mas com toda certeza, plena, total e absoluta, porque eu já estava antes.

Quando eu fui presidente da Câmara em 97, falando aqui de novo, 97, a internet estava chegando ainda. Era aquela discada, mas muito lenta.

Eu levei a internet para a Câmara como presidente. Eu criei o Disque Câmara, uma linha 0800, que o povo ligava muito. Eu criei vários serviços pela internet, transmissão das sessões pela TV, ou seja, e essa forma de comunicar, ela está presente desde o primeiro dia do meu primeiro mandato, há 30 anos atrás.

Ela só vem aumentando. Na minha eleição de prefeito, em 2016, foi extremamente importante, é porque daí que deu um destaque maior, porque eu tinha 40 segundos na TV, não tinha praticamente horário eleitoral nenhum, e foi a rede social que me deu o suporte para eu poder comunicar com a população e ir para o segundo turno, porque no segundo turno é meio a meio, o tempo igualou, quando igualou, eu disparei em cima do prefeito que não venceu as eleições, né, o Silvio (Barros).

Então a rede social foi muito importante, e eu continuei dando atenção, porque se você buscar a origem do meu estilo de ser político, é aquele próximo das pessoas. Antes, você fazia isso fisicamente só. Hoje você pode fazer fisicamente, eu faço, mas você pode estar perto das pessoas na rede social, então eu uso a rede social.

E as pessoas gostam, é uma utilidade pública, são informações, entro nas trends também, os memes surgem, e eu gosto, eu gosto de comunicar, eu gosto de falar, é uma área que eu sempre gostei, e vou continuar com toda certeza. E melhor, porque eu vou ter mais tempo, inclusive, para conversar, responder, fazer o diálogo que eu acho tão importante, que as pessoas valorizam.

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Ulisses Maia e a jornalista Luciana Peña. Foto: Reprodução

Ouça a entrevista no Podcast CBN Maringá

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