Mesmo já tendo conhecido diversas histórias tristes ao longo da profissão, a pedagoga da Escola Estadual Curitiba Mari De Col, de Paranavaí (a cerca de 70 km de Maringá), ficou sem reação ao receber há algumas semanas o bilhete de um aluno do 9° ano, com um pedido de ajuda por comida:
“Professora, me ajuda, estou sem nada para comer em casa, eu imploro para a senhora”, dizia o bilhete assinado pelo garoto de 14 anos.
Comovida com a situação do adolescente, a pedagoga resolveu enviar uma foto do bilhete em um grupo de WhatsApp da escola e, junto aos colegas de trabalho que também ficaram tocados, arrecadaram alimentos para a família. As informações são do Portal da Cidade Paranavaí.
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Mas não parou por aí, aquele pedido de “socorro” do aluno mexeu tanto com a equipe que ganhou diversos grupos nas redes sociais e foi compartilhado dezenas de vezes.
Muitas pessoas se solidarizaram e levaram doações até a escola, de alimentos, guloseimas, roupas, presentes, produtos de higiene e limpeza. Foram tantos donativos que a pedagoga conseguiu dividir com outras famílias de estudantes, que também passam por dificuldades financeiras.
“Aqui na escola temos muitas crianças carentes que vêm até nós pedir ajuda. Mas essa história mexeu muito comigo e eu compartilhei com os colegas de trabalho. Nós sempre fazemos campanhas entre os próprios funcionários para comprar material escolar, uniforme e produtos de higiene pessoal para aqueles que precisam, e dessa vez não foi diferente, nós ajudamos e depois chegaram inúmeras doações da comunidade”, detalha a pedagoga.
Ela explica que o adolescente, autor do bilhete com o pedido por comida, mora no Jardim Renascer com o pai, que é assistente de pedreiro e está desempregado, e com um irmão, de 12 anos, que estuda na mesma escola.
“Além de doar, é preciso ensinar e acompanhar esta família. Proporcionar estudo e orientação para essas crianças, que geralmente não têm incentivo em casa. Nós somos a única fonte de estudo e educação para muitas delas. Queremos contribuir com o alimento agora, mas também incentivar para que sejam cidadãos participativos, que façam o bem para os outros, que mudem suas histórias e possam ter uma vida melhor”, declara.
Mari ressalta que o pai e os filhos também são acompanhados pela assistência social do município, mas a escola resolveu ajudar porque o pedido foi feito diretamente à pedagoga. O próximo passo é conseguir um emprego para o pai.
Feliz com a solidariedade das pessoas, a pedagoga agradece a todos que contribuíram e destaca que, assim como esse adolescente, muitos outros estão na mesma situação, vivendo em extrema carência de comida, roupas, materiais escolares, produtos de higiene, etc.
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