10 de junho de 2025

Renda per capita bate recorde em 2024, aponta IBGE


Por Agência Estado Publicado 09/05/2025 às 07h17
Ouvir: 04:30

A desigualdade de renda no Brasil caiu a um nível histórico em 2024, em meio ao mercado de trabalho aquecido e à manutenção de programas sociais pelo governo. O rendimento mensal real domiciliar per capita subiu a um recorde de R$ 2.020, alta de 4,7% em relação a 2023. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostras de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) – Rendimento de todas as fontes, divulgada nesta quinta, 8, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A renda média real domiciliar per capita da metade mais pobre da população brasileira subiu 8,52% em 2024 ante 2023, para R$ 713 mensais, maior patamar da série histórica iniciada em 2012. Apesar da melhora, o resultado significa que cerca de 108,5 milhões de brasileiros sobreviveram com apenas R$ 23,77 por dia no ano passado.

Se considerados os 5% mais pobres no País, havia 10,9 milhões de pessoas que contavam com R$ 154 por mês por pessoa da família, valor também recorde para essa fatia da população. Apesar de baixo, o resultado significou um salto de 17,6% em relação a 2023.

No extremo oposto, o grupo que reúne o 1% mais rico da população, o equivalente a 2,2 milhões de pessoas, teve renda per capita de R$ 21.767, ligeira alta de 0,9% em relação a 2023.

“Na comparação entre 2023 e 2024, nota-se que o aumento no rendimento médio ocorreu com maior intensidade no limite inferior da distribuição”, observou o IBGE.

Como consequência, houve redução na desigualdade. O índice de Gini do rendimento médio domiciliar per capita – indicador que mede a desigualdade de renda, numa escala de 0 a 1, em que, quanto mais perto de 1 o resultado, maior é a concentração de riqueza – recuou de 0,518 em 2023 para 0,506 em 2024, menor resultado da série histórica da pesquisa. Na passagem de 2023 para 2024, o índice de Gini caiu em todas as regiões brasileiras, exceto no Sul, onde houve aumento na desigualdade.

Diferença

Considerando o rendimento domiciliar per capita, o 1% mais rico da população recebia em 2024 o equivalente a 36,2 vezes o rendimento dos 40% com menor renda, a menor distância da série histórica. Já os 10% da população com rendimentos mais elevados recebiam o equivalente a 13,4 vezes o rendimento dos 40% da população com os menores rendimentos em 2024, também a menor razão da série histórica, que teve como pico de desigualdade o ano de 2018, quando essa distância era de 17,1 vezes.

“O Brasil é inegavelmente bastante desigual, mas houve melhoria nessa distribuição de renda”, afirmou Gustavo Fontes, técnico da pesquisa do IBGE. “A renda do trabalho ajudou a levar a desigualdade para o menor patamar, mas a gente não pode negar que os programas sociais também tiveram um efeito importante.”

Quanto às regiões, a renda média domiciliar per capita foi menor no Nordeste, R$ 1.319, e maior no Sul, R$ 2.499. Entre as unidades da Federação, o Distrito Federal tinha o maior resultado do País, R$ 3.276, seguido por São Paulo (R$ 2.588) e Santa Catarina (R$ 2.544). Os menores valores foram registrados no Maranhão (R$ 1.078), Ceará (R$ 1.210) e Amazonas (R$ 1.231).

“O mercado de trabalho beneficiou, sobretudo, as classes de menor renda. E o Norte e o Nordeste têm peso importante dos programas sociais, embora o mercado de trabalho no Nordeste tenha tido peso e beneficiado a região nesse último ano”, completou Fontes.

Em 2024, a massa de rendimento mensal domiciliar per capita de todas as fontes totalizou um recorde de R$ 438,3 bilhões, aumento de 5,4% ante 2023.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Pauta do Leitor

Aconteceu algo e quer compartilhar?
Envie para nós!

WhatsApp da Redação

Comentar

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Economia

‘Chegamos a consenso com China sobre acordo de Genebra’, diz secretário do Comércio dos EUA


O secretário do Comércio dos Estados Unidos, Howard Lutnick, disse nesta terça que uma estrutura com a China foi alcançada…


O secretário do Comércio dos Estados Unidos, Howard Lutnick, disse nesta terça que uma estrutura com a China foi alcançada…

Economia

Gripe aviária: México limita restrição de importação de frango ao Rio Grande do Sul


O México restringiu a proibição das compras de frango brasileiro apenas ao produto proveniente do Rio Grande do Sul, informou…


O México restringiu a proibição das compras de frango brasileiro apenas ao produto proveniente do Rio Grande do Sul, informou…

Economia

‘Vimos nos 10 anos uma evolução imensa da indústria do petróleo’, diz presidente da Petrobras


A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, disse nesta terça que a Petrobras é uma impulsionadora da economia brasileira e que…


A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, disse nesta terça que a Petrobras é uma impulsionadora da economia brasileira e que…