UEM procura pacientes com herpes labial para pesquisa de novo tratamento

Um teste inédito usando um óleo que já é utilizado em outros tratamentos de saúde faz parte de um estudo clínico piloto para tratamento e prevenção de recorrência de herpes labial. A pesquisa é conduzida pelo Departamento de Odontologia e vinculado ao Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas da Universidade Estadual de Maringá (UEM).
A fase agora é de busca por voluntários, com idade entre 18 e 65 anos e com diagnóstico de infecção labial por herpes simples tipo 1, aguda ou crônica. Podem participar pacientes que não estejam gestantes ou amamentando e que não tenham doenças autoimunes, insuficiência renal ou hepática. Os pacientes serão acompanhados por 20 dias, para avaliação dos resultados.
A professora Neli Pieralisi, coordenadora do projeto, explica que inicialmente, será realizado um teste para verificar se existe alguma sensibilidade ao produto ou a algum dos seus componentes, o que vai tornar o voluntário apto ou não a participar da pesquisa. “Ele é convidado a vir até a Clínica Odontológica da UEM. É feito todo um cadastro de informações sobre como essas lesões se manifestam no paciente e a gente faz, por uma questão de segurança pro candidato, pro paciente se sentir mais seguro, um testezinho no antebraço dele para ver se ele não tem realmente nenhuma alergia a esse produto. Se não manifestar nenhuma alergia e está tudo bem, no primeiro dia da lesão, o paciente tem que começar a aplicar essa medicação da forma que vai ser orientado e a gente acompanha por 20 dias a evolução desse quadro”, detalha.
O acompanhamento continua por meio de contatos periódicos com os pacientes participantes. “A gente vai entrando em contato com o paciente e vamos sabendo se está recorrendo, se diminuiu, se permaneceu da mesma forma. Vamos avaliar então os resultados”, explica a professora. A escolha do tema da pesquisa foi o número alto de pessoas que convivem com os incômodos causados pela herpes, vírus que acomete milhões de pessoas no mundo todo. “Se estima que, pelo menos nessa faixa etária, 67% da população tenha esse vírus, que é altamente contagioso e ele já começa a infectar as pessoas na infância”, explica Neli.
O herpes labial é transmitido por via oral e toque direto nas lesões onde esse vírus ocorrer. “Essas lesões são extremamente dolorosas, antiestéticas, incomodam, elas têm infecção secundária por todos os outros microorganismos que tiverem ao redor. E muitos pacientes têm uma vez e não tem outra manifestação, mas uma grande parte tem recorrência, ou seja, periodicamente ele tem a recidiva, a ocorrência de outras lesões. E passa novamente pelo desconforto, às vezes durando no mínimo 7 dias, 14, 20 dias. Nós temos várias medicações já no mercado, mas elas conseguem reduzir o tempo de duração da infecção e não diminuem muito a recorrência. E nós temos uma opção aí que já é usada em algumas terapias orgânicas da saúde, mas com esse fim ainda não foi testado, então a gente está querendo testar agora para contar com uma medicação mais natural que possa contribuir com a redução tanto da duração dessa lesão quanto da recorrência”, afirma a coordenadora do projeto.
Por questões de registro de patente, o nome do óleo utilizado ainda não pode ser revelado, diz a professora. Os voluntários devem entrar em contato pelos telefones WhatsApp (43) 99802 9957 e (44) 99714 1378 para mais informações.
